Quieta

32 5 4
                                    

Alice retornou satisfeita e exausta para seu apartamento. Banhou-se, jogou um camisetão por cima do corpo e foi para cama. Dormiu quase imediatamente.
Os resultados do show sairiam apenas na semana seguinte, então Alice teria esse tempo para relaxar, porém seu cérebro não concordava com ela. Na manhã seguinte despertou, olhou para o teto com os olhos semi cerrados, acostumando-se com a claridade, pegou seu celular e verificou os dizeres "7:16" no visor. Resmungou baixo e fechou os olhos, mas não conseguiu voltar a dormir.
Sentou-se lentamente na beirada da cama, esfregou o rosto e levantou. Foi até seu armário e decidiu que esse seria um dia para não fazer nada. Pegou um moletom preto, um shorts e foi para o banho. Amarrou os cabelos em um coque não muito organizado e foi para cozinha preparar seu desjejum, que basicamente foi: 2 torradas com manteiga e uma caneca de chá de camomila. Com o prato em uma mão e a caneca na outra, usou de suas vagas habilidades malabaristas para por seu livro debaixo do braço e rumou para sacada, sentando no chão e perdendo-se em seu hobbie favorito.
Já haviam se passado horas quando Alice finalmente decidiu parar o que estava fazendo e pelo menos andar um pouco pela casa. Não se movia a algum tempo.
Levantou-se e decidiu organizar um pouco a casa. Ligou o rádio em uma sintonia de músicas pops da moda, aumentou bastante o som e foi buscar o aspirador de pó.
Dançava e limpava, distraindo de seus pensamentos.
Quando apenas lhe restava a louça para lavar, ouviu sua campainha tocar, imaginou que fosse pelo volume da música, apesar de ainda serem 7 e poucas da noite.
Diminuiu o rádio, foi até a porta e abriu apenas o bastante para ver quem era. Sarah se encontrava olhando para seus pés, bochechas vermelhas e olhar pidão.
- Hoje não, Sarah. Obrigada pela visita. - Alice já ia fechando a porta, quando a menina colocou a mão na madeira, impedindo seu fechamento.
- Por favor, Ally. Não tenho pra onde ir... - Lágrimas rolavam dos olhos de Sarah. Não era algo compulsivo, era algo desesperado, um pedido de ajuda.
- Tá. Entra. - Abriu a porta, aguardou a entrada da menina e fechou. - Sabe onde fica o sofá. Boa noite.
Alice se virou para o quarto, bateu a porta, colocou sua camisola, deitou-se e abraçou seu travesseiro. Do outro lado, Sarah ficou parada olhando seus pés e chorando.

A BailarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora