Hormônios

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- E então, vamos entrar? - perguntou Malfoy

- Sabe.. você devia sentar com a gente. Rony ia arrumar um barraco lá... Mas seria legal. - comentou Harry divertido

- Tudo bem que eu seja uma companhia adorável ..mas isso não justifica que eu vá sentar na mesa da sua casa. Isso definitivamente não seria nem um pouco sonserino.

- E daí? Eu também faço coisas bem não-grifinórias às vezes... - instigou o moreno com uma expressão perversa.

- Potter! Para de falar assim! Você tá me dando medo! - e o loiro caiu em gargalhadas

Harry inclinou a cabeça para o lado e sorriu. Era tão divertido mostrar seu lado ''não-grifinório'' e assustar Malfoy.

Se não fosse por Rony ele certamente já teria arrastado Malfoy para sua mesa ou sentado na dele. Não restava a menor dúvida que o garoto-mimadinho estava mudado - menos sarcástico e muito mais brincalhão. O motivo? Harry não fazia a menor idéia, mas não ia perder a chance de começar uma nova amizade.

Os dois entraram rindo no Salão Principal. Malfoy foi para a mesa da Sonserina e Harry juntou-se a Rony e Hermione. Rony levantou e foi sentar do outro lado da garota, de maneira que ficasse bem longe do amigo, com uma expressão emburrada. Harry desfez o sorriso e o olhou incrédulo. Resolveu comer enquanto Hermione franzia as sobrancelhas sem entender nada.

Quando os dois acabaram suas refeições, o ruivo levantou, segurou a camisa de Harry e o puxou até chegar fora do Salão Principal. Malfoy viu a cena, e deduziu que Weasley fosse tirar satisfações com o moreno, mas não gostou nem um pouco da maneira indelicada que o fez. Levantou-se também e escondeu-se atrás de um pilar do corredor, para ouvir a discussão. Hermione permaneceu na mesa sozinha, já estava cansada de ouvir discussões dos dois amigos.

- Harry, eu vou dizer de uma vez.. - bufou Rony ofegante - Se você for...for...se você gostar de...outra coisa além de garotas... bem...eu...eu vou respeitar isso, mas...mas Malfoy não! Eu não suporto aquele verme! Por favor!

Harry arregalou os olhos. Rony tinha realmente entendido tudo errado. E ele não estava perguntando o que havia acontecido, já o acusava com plena convicção das conclusões tiradas daquela cena, mais cedo no quarto. Tanta era sua convicção que acabou por magoar o garoto à sua frente. Harry olhou-o com frieza e se afastou.

- Por que ao invés de tirar conclusões estúpidas da sua cabeça, você não me pergunta o que aconteceu hein? Seria muito mais inteligente da sua parte Rony... Aliás, quer saber? Esqueça! Talvez eu tenha sido mesmo um tanto equivocado ao esperar alguma dedução certa, vinda de você algum dia.

Quis magoar e quis ferir. Quis que Rony se sentisse uma formiga-vermelha sendo torturada por um Crucius, enquanto as palavras saiam de sua boca. O ruivo ficou sem ação mas não era o bastante para Harry, depois da decepção que sentira. Queria sumir dali para qualquer lugar que ficasse sozinho. Lançou um olhar venenoso ao garoto e saiu em passos rápidos sem olhar para trás, até chegar em uma das salas deserta da escola.

Se jogou sentado num canto e enterrou as mãos no rosto, tentando raciocinar o que fazer, o que falar, como agir... e como reagir nessas situações com Rony. Encostou a cabeça na parede e fechou os olhos. Nada vinha à sua mente. Não podia dizer que começara uma amizade com Malfoy porque ele não aceitaria. Não podia dizer que caiu na cama depois de uma discussão porque ele iria contra o sonserino. Não podia dizer nada... E não podia deixar o amigo com aquelas conclusões... se é que ainda podia chama-lo de ''amigo''.

- Potter...

Harry abriu os olhos, e viu o garoto alto, loiro e sonserino encostado no batente da porta, encarando-o sem graça.

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