Pequenos Pássaros

SAIAS CURTAS

Todas quarta-feiras e domingos eu vou a uma reunião religiosa mais conhecida como culto... Minha religião está me matando aos poucos, me prendendo; aliás, eu nasci na igreja. Eu tinha pouca experiência com as coisas do mundo, mas sempre tive curiosidades de conhecer o que se passava fora da igreja, pois na cabeça dos meus pais eu tinha que viver somente para a igreja, coral ,escola e outros à fazeres!
   Um dia eu acordei e coloquei a saia mais curta do meu guarda roupa, me maquiei e fui a igreja, lá estava cheio de meninas todas elas iguais, mais eu naquele dia não fui igual a elas... Quando entrei na igreja, vi os olhos ameaçadores e julgadores voltados para mim e justo naquele dia eu tinha que ir ao altar. Passaram se as horas e chegou o momento de ir pregar algo, levantei-me dos bancos e fui em direção ao altar, parecia que iria afundar o chão com o meu salto! Chegando lá falei com uma voz revolucionária:
"- TRISTE É VER A IGREJA SE TRANSFORMANDO EM UM TRIBUNAL!"
   Quando falei essas palavras começaram a fofocar uns com os outros, e eu simplesmente sai do altar. Chegando em casa minha mãe já estava sabendo do que tinha acontecido na igreja, eu via labaredas e faíscas saindo daquele olhar dela, subi ao meu quarto, quando em seguida ela gritou meu nome pedindo para descer, que ela queria ter uma conversa séria, se tratava do que aconteceu na igreja hoje cedo. Quando  desci ela mandou me sentar na cadeira, e ela falou com uma voz extrema:
- EU NÃO PARI FILHA MINHA PRA SE TORNAR PUTA, MUITO MENOS PRA IR À IGREJA PARECENDO UMA,E AINDA POR CIMA CHAMAR A IGREJA DE TRIBUNAL!
  Em seguida tirei o meu salto e falei:
- Puta? Só porque usei uma saia curta, um salto 15 bem vermelhinho? E aquelas suas amigas que usam saias justas, ou elas acham que eu não sei o que elas aprontam?
   Minha mãe nesta hora deu um tapa na minha cara e me chamou de aberração, disse que não precisava mais que eu fosse à igreja porque eu já estava condenada ao inferno, simplesmente baixei minha cabeça e subi em destino ao meu quarto, passei dias chorando e me sentir envergonhada ao ficar cara a cara com eles quando ia almoçar. Certo dia eu me transformei mais ainda, acordei de bom humor, não ia deixar aquela tempestade me levar e que eu era mais que aquilo, e que eu não sou aberração e não estou condenada por causa  de  um dia que eu simplesmente quis ser eu mesma. Sabe aquelas que estão sempre de saias compostas? estão em quartos de motéis ou até mesmo com os próprios "pregadores". Outro dia retornei aquela igreja, desta vez eu fui toda composta, as pessoas não estavam nem aí para mim, fiquei separada dos meus pais até terminar aquela reunião religiosa, entrei numa certa sala e dei logo de cara com o tal pregador; ficamos discutindo sobre coisas do mundo, o porque daquele dia e tals, quando me dei conta já estávamos semi nús e ele me pediu para fazer o famoso boquete, olhei para os lados e falei:
- Você me pedindo isso bom pregador?
   Depois simplesmente "paguei" o famoso. Juro que depois que passou aquele momento eu jurei a mim mesma que nunca mais me agregaria a essas minhas atitudes, e ao passar dos dias provei pra minha mãe, que as salas dos pregador pode ser o verdadeiro quarto de motel!!! Passei mais uma semana arrependida daquilo, quem sabe o meu corpo já não era o mesmo, quem sabe o "pregador" gostou do pecado que cometemos pois ele vive me atormentando para termos a famosa parte2. No dia seguinte mostrei todas as minhas mensagens a minha mãe e falei:
-Porque eu usava saia curta, fui chamada de puta e aberração!!!
- Porque minha filha, fizestes isso?-perguntou minha mãe, surpresa e chorando!
- O boquete eu fiz porque me droguei com as substâncias que você mesmo escondia debaixo do seu colchão, mais juro por mim mesmo que essa cena não irá se repetir. Ela enxugou seu rosto e deu-me um abraço bem forte e pediu desculpas por tudo, mais na verdade já era tarde demais.
   No dia seguinte amanheceu morta aos 19 anos, Larissa de Lima Albuquerque, drogada de saias curta. Laudo médico consta: morreu de overdose, e ao examinar o corpo acabamos descobrindo q à duas semanas havia uma vida no seu no seu ventre.

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        Créditos

A história contada neste capítulo não tem o objetivo de criticar ou "blefar" nenhuma religião ou algo relacionado, peço a compreensão a todos leitores.

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