Uma Ilusão

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Os olhos vêem, mas o coração engana.
Caiio Oppa

Logo após ouvir os barulhos que vinham do vizinho, me assusto e fico sem reação por um momento.

Olho pela janela e vejo a luz da cozinha do vizinho acesa, (pelo fato de minha casa ser de dois andares), até que tomo coragem e vou ver o que estava havendo.

Desço a escada correndo, e me lembro que estava falando com Sook por mensagens pelo celular, dou meia volta com pressa, mas tropeço..

Torço meu pé, suspiro profundamente e faço uma careta em sinal de dor, -não podia fazer barulho, já era tarde- mancando vou em direção ao meu quarto, chego em minha cama e me assento, pego meu celular e vejo a última mensagem de Sook, dou um leve sorriso até ler a mensagem.. Sook:

-- Chung Oppa, desculpa, não posso responde-lo, estou indo visitar minha omma agora é urgente, até mais. Digitou ela com muita pressa e tristeza- .

Meu humor logo muda, assustado e preocupado com Sook e sua mãe, mas também com o vizinho, não penso duas vezes e mesmo mancando desço rapidamente para ve-lo, chegando até a porta, pego a chave no chaveiro e a destranco, saindo para fora percebo que esta chovendo muito, não ligando para isso, vou o mais rápido que posso até o vizinho, e então chego a sua porta, toco a campainha e tomo um choque, percebo que a mesma queimou, e resolvo chama-lo. :

-- Anhyong,(Oi em coreano)? Falo mais alto, -ANHYONG!

Não sendo atendido, -penso comigo mesmo, devo entrar? Deve ser algo sério, acho melhor que a policia resolva- mas tomo a atitude de entrar, a porta estava aberta e para melhorar minha situação ela range, além da chuva intensa e a noite sombria que estava em Seul.

nhennnc, - entro- estava tudo apagado, apenas a luz da cozinha poderia me guiar, pego um taco de baseball ao qual esbarrei logo ao entrar, -meu vizinho tentou trancar a porta com isso- digo eu com um tom sarcástico.

Por precaução o peguei, afinal não sabia o que estaria a minha frente, andandando em passos lentos, ouço os mesmos barulhos, só que dessa vez mais nitidos -crackk prighkittt- continuo andando em direção a cozinha, e me deparo com poças de sangue ao chão, entro na cozinha e olho pro lado, vejo um cachorro pastor alemão estendido, e seu intestino estripado para fora, com um aroma podre e meu vizinho ao seu lado o comendo, como uma criança come chocolate pela primeira vez, mas pelo contrário não trouxe alegria e sim pânico!

Muito assustado, não consigo conter as lágrimas, por ver algo tão cruel e desumano, tento ficar de pé, mas não consigo diante de tal situação, tentei pensar porque uma pessoa faria isso com um ser tão amigo?

Mas de tanto soluçar, ele percebe minha presença, me levanto meio atrapalhado ainda chorando, a pele dele estava pálida e seca, suas veias estavam se estourando por dentro, seus olhos estavam avermelhados ao redor, ele fazia barulhos como se quisesse me dizer algo, -aghrgghrgrh- respondo:

--sr, hang? Porque ta fazendo isso?

Ponho a mão em minha boca para prender minha anciã de vômito enquanto minhas lágrimas descem.

Ele larga as tripas do cão no chão, todo sujo de sangue, se levanta desnorteado e com uma expressão agressiva.
Logo corre em minha direção, avançando no meu braço, com o impacto eu caio, deixando cair o taco de baseball..

Sem saber o que fazer seguro em sua cabeça, enquanto ele tenta morder os meus braços, ele segura em meu peito com tanta força que me fere, fazendo assim um corte profundo, -grito, ahhhrr- meu peito escorre sangue, e com muita dor o empurro, ponho a mão no ferimento que não para de sangrar, e com a outra tento levantar, mas ele se levanta e vem novamente para cima de mim, desesperado tento para-lo desferindo socos em sua cabeça e estômago, bobagem minha..

Nada o parava, novamente o empurrei com as poucas forças que tinha, levanto mancando e caído no chão ele segura meu tornozelo, não tenho escolha, já ofegante, me jogo até o taco de baseball e o seguro firme, aquele ser agressivo tenta morder o meu pé, mas morde apenas o sapato, pois puxo minha perna e num reflexo de segundos, dou um impulso e acerto a cabeça dele em cheio com o taco.

Ainda assustado, saio correndo até a saída daquela casa, não sabia se eu o tinha matado ou apenas o desmaiado.

Vou até a porta de minha casa e a empurro, entro e a fecho rapidamente, jogo as chaves no chão, encosto na porta já sem forças e se passam milhares de coisas em minha mente, muito triste e abalado pelo que tinha acontecido, mal consigo respirar, tento me acalmar pensando em coisas boas da vida como o amor, mas não da, foi algo horrível que eu não desejaria a ninguém.

Começo a me lembrar sobre a notícia na rádio há um dia atrás, sobre as experiências em animais mortos, que causaram efeitos parecidos ao do meu vizinho, agressividade, fome excessiva etc, pensei até na hipótese daquela tal série americana que o Chul tanto gosta ser algo real "The Walking Dead", por um momento me culpo por não acreditar, mas como alguém teimoso logo falo a minha consciência :

-- Não pode ser verdade, afinal sempre falam que é ficção científica, e não um fato real, besteira ter ligado uma coisa a outra, fazem de tudo para obter mídia, só pode ser conhecidência, quem me diz que não é uma doença? Raiva de cachorro talvez, teorias eu também posso inventar!

Com a feição irônica e teimosa, enxugo minhas lágrimas em minha camisa branca e suja de sangue, vou até o banheiro me banhar, pego minhas roupas e as lavo para que minha Omma não desconfie do ocorrido, e me toco que um par do meu tênis tinha ficado lá, junto ao meu vizinho, óbvio que não voltaria naquele lugar, não tinha jeito, ela teria que saber oque aconteceu.

Ligo o chuveiro, meu tornozelo dói, e meu ferimento no peito ainda mais, merda! Como estancar esse sangue? Abro o armário acima da pia, e pego água oxigenada a qual fecharia esse corte o mais rápido possível, com uma intensa ardência, mordo meu pulso para silenciar meus gritos de dor, o ferimento borbulha e espuma, até que o sangramento para, amarro uma faixa entre meu peito direito, e meu ombro esquerdo, visto meu pijama, faço uma escovação rápida, e com meu cabelo super desajeitado, subo ainda mancando para o meu quarto, passo pela porta e a encosto, ao deitar na cama um pouco mais calmo, meu último pensamento é que tudo isso podia ter sido uma ilusão, mas infelizmente Não foi....

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Oi pessoal, segundo capítulo de Dead In Korea! Demorou mas chegou, espero que curtam e apreciem o decorrer da história, oque será que vem pela frente? Roan as unhas estourem plásticos bolhas, brincadeirinha, muita coisa boa e ruim ainda está para rolar, risos, romances, choros perdas e sangue, deixem nos comentários oque acharam do cap, compartilhem com os amigos no facebook e whatsapp e não se esqueçam de favoritar e dar estrelinha, beijos boa leitura e até o terceiro capítulo!!!

CAPÍTULO NOVO TODA QUARTA FEIRA ou aos SÁBADOS!!!
+Cap/extra dia 07/04 por conta do atraso.

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