Um homem loiro estava sentado em uma poltrona dourada no meio de uma imensa sala, seu braço estava escorado no braço da poltrona e sua cabeça apoiada em sua mão, quem o visse diria que estava dormindo. Estava com uma jaqueta comprida negra e calça. Ao lado da poltrona havia uma cesta cheia de frutas como uvas, maçãs e peras, e do outro lado havia uma garrafa de vinho e uma taça. À sua frente havia uma imensa mesa de madeira na qual, possivelmente, caberiam cerca de 100 pessoas, estava forrada com um pano de mesa branco com detalhes em vermelho, a mesa estava toda decorada com deliciosas comidas e bebidas.
Escuta-se o som da porta de metal e por ela passa um homem de cabelos negros com uma capa, ajoelhando-se perante o homem que abre os olhos lentamente revelando a cor esverdeada deles.
― Rubrum Luna está se aproximando, meu senhor – falou sem ao menos levantar a cabeça.
― Levante-se, Kalebre – o homem ordenou, e assim o servo fez ― Interessante...
Seus dedos passavam por seu queixo enquanto um sorriso se formava.
― Demons nos convidou para ficar em sua mansão.
Uma feição curiosa e duvidosa se formou no rosto do homem que se mostrava poderoso.
― Demons? – perguntou. ― Cada vez mais interessante – seu sorriso era misterioso. — Diga que vamos!
― Já disse, senhor – respondeu e o loiro arqueou suas sobrancelhas, mas logo depois sorriu de canto.
― Realmente és um bom servo, Kalebre.
― Obrigado, mestre.
― Meu primo irá?
― Não foi convidado.
― Enfim, não tem importância.
― Está bem – falou se retirando da sala.
― Violet Demons.... Interessante... – sorriu.
Um jovem rapaz que provavelmente possuía seus 19 anos passava por ali e escutara a conversa com um sorriso no rosto, caminhou até o seu quarto naquele imenso castelo.
Então, seu primo Pietro fora convidado para um jantar e ele não? Irritado ele derrubou os itens que havia em cima de um pequeno armário e jogando-se em sua cama ele bufou.
Violet Demons não saía de sua cabeça desde o momento em que a viu alguns meses antes. Recobrando nas memórias ele a notou assim que passou pelas grandes portas que davam para a corte que ficava em Londres.
Havia sido enviado por seu irmão e naquele momento percebera que se não tivesse ido, provavelmente se arrependeria para o resto de sua vida, ele não participava da corte, mas estava ali para observar e aprender, afinal, como seu irmão dissera uma vez, se algo acontecesse ele seria quem tomaria conta de tudo.
No fim acabou indo, emburrado, mas foi. Seu coração bateu forte assim que seus olhos pousaram naquela magnífica figura feminina, ela trajava vestes negras que contrastavam com sua pele branca, os cabelos arrumados em um coque de modo que alguns fios caiam por seu rosto dando-lhe um ar charmoso.
— Boa noite senhores – dissera formalmente fazendo uma pequena reverência. Sabia porque ela estava ali, mas provavelmente não iria conseguir o que queria.
Os lordes da corte discutiam diversos assuntos, porém sua atenção estava fixada totalmente na figura à sua frente, apesar de não fazer parte, seu irmão tinha um lugar naquela mesa e assim ele o ocupara ficando bem de frente com a jovem.
Sentia suas mãos suarem com tamanha vontade que tinha de tomá-la nos braços, beijá-la e devorar todo aquele delicioso corpo.
De acordo com que o tempo passava ele podia ver a irritação dela aumentar, mas não era demonstrada em sua feição e sim no tamborilar dos dedos na mesa, as mexidas no cabelo e os suspiros.
— Acho que chegamos ao último assunto desta noite, cavaleiros – disse Pietro na ponta da mesa, ele atualmente era o líder da corte. — Como podem ver temos uma dama em nossa mesa – sua mão apontou para Violet e ela se levantou para logo fazer uma pequena reverência a todos e permanecendo em pé. — Também devem saber que a mesma pretende entrar na corte – suas últimas palavras foram seguidas de gritos de "oh, que ridículo! ", "uma mulher? ", "jamais! ".
Ele observou Violet morder os lábios, provavelmente se segurando para não mandar todos aqueles homens ignorantes se ferrarem.
— Atualmente a senhorita Violet Demons está sob controle de Centralia e tem cuidado para que o festival da Rubrum Luna saia como planejado.
— Até o meu avô que está no túmulo conseguiria fazer isso – riu um dos lordes gorduchos.
O rapaz viu que Violet ia esbravejar, mas ele preferiu intervir.
— Ora homens, não sabem se comportar diante uma dama? – questionou se levantando e chamando a atenção de todos para si, inclusive de Violet que agora se sentava.
Ao ver os belos olhos azuis dela o encarar sentiu suas pernas fraquejarem, mas não podia se distrair naquele momento.
— Sabem muito bem que aquele que escuta uma mulher é um sábio – observou alguns concordando. — Porque não deixemos a jovem moça mostrar seus serviços a corte?
— Essa corte por todos os anos foi constituída somente por homens! E não será agora que isso mudará – disse outro se levantando.
— Concordo – falou outro e assim mais berros surgiram naquela mesa.
— Senhores – pronunciou Violet pela primeira vez fazendo todos se calarem. — Entendo que antes nenhuma mulher entrou na corte, mas elas tinham a coragem que eu tenho? – seus olhos mortais percorriam o rosto de cada homem ali naquela mesa. — Sim, isso seria contra os costumes de vocês, mas assim como vocês esses costumes já estão velhos e devem ser mudados – houveram mais reclamações, aqueles velhos gagás não gostavam de ser chamados assim.
— Quanta insolência! – gritou um. — Está vendo homens! É por isso que não devemos ter uma mulher na corte, depois dela quantas outras não irão querer entrar? Este mal deve ser cortado pela raiz! – mais gritos em concordância.
— Senhores, vamos nos acalmar – falou Pietro por fim. — A melhor forma de resolvermos isso é com voto – ao ouvirem todos os outros se sentaram. — Quem concorda que Violet Demons deverá entrar na corte? – apenas Pietro e o jovem que admirava Violet levantaram a mão, afinal, ela não podia votar. — Quem não concorda? – todos os outros levantaram a mão. — A decisão está tomada.
Violet se levantou furiosa, o jovem tentou ir atrás dela, mas nada adiantou. E desde este dia seus pensamentos sempre acabavam nela, pensando nisso aproveitaria o festival para poder se aproximar e conseguir se enfiar em meio aquele vestido.
Mas naquele momento teria que se saciar comalguma prostituta ao redor do castelo, pois quando seus pensamentos paravam nelao resultado era sempre o mesmo: ele ficava completamente excitado e frustrado.
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Porcelana - Rubrum Luna
VampireOBRA PUBLICADA! TODOS OS DIREITOS RESERVADOS! CAPÍTULOS DE DEGUSTAÇÃO COMPRE AQUI - http://www.lojayoungeditorial.com/home/Porcelana Nos corações dos habitantes de Centralia, vivem superstições que só poderiam existir em seus mais profundos pesadelo...