Eu já estava a caminho da escola. O barulho de carros passando, pessoas falando toda hora, o barulho nas cidades de Los Angeles era meio que incomum pra mim, já que quase não saio de casa. A minha vida social se resume em: de casa pra escola, e da escola pra casa.
Eu posso me considerar uma pessoa ante-social, sem muitos amigos. Nunca beijei, acho isso uma coisa desnecessária e nojenta, o que a de tão especial em trocar saliva com outra pessoa? Prazer? Prazer eu sinto comendo pizza.
Com meus fones no ouvido, ouvindo We Are Bulletproof do BTS... Começo a cantarolar partes da música - as que eu sei, obviamente - atravesso a calçada, e estou em frente a escola. Entro na mesma, e vou em direção a sala onde estudo. Sento em meu respectivo lugar, encostando a cabeça na parede.
Alguns alunos começam entrar na sala. Alguns entram e ficam quietos, e outros conversam entre seus amigos.
Do nada, um mosquito aparece do além, e fica sumbindo no meu ouvido - senhor Jesus Cristo! O que eu fiz para merecer isso? - começo a dar tapas no ar, pra ver se consigo acertar o bendito mosquito. Tentativa falha, além de não acertar o miserável, paguei um mico - não um mico-leão-dourado. E sim outro mico - tava parecendo que o capeta tinha encorporado em mim. Tudo culpa do infeliz do mosquito. Algumas pessoas me olhavam e davam aquela risadinha que eu odeio.
O professor entra na sala, e atrás dele entra um garoto. Que por conhecidencia - ou não - era aquele tal de Marcos, que me livrou do Felipe e seus "capangas".
- Bom dia turma! - diz o professor - Bom quero apresentar a vocês o nosso novo aluno. Marcos.
Marcos se apresenta a pedido do professor - porque acho que se dependesse dele, ele seria um aluno fantasma.
Marcos, se senta em uma cadeira do lado da minha. Ele olha pra mim, e mostra um sorriso tímido,eu faço faço o mesmo. O professor inicia a aula.
***
O sinal para o intervalo toca. Espero todos saírem da sala, e saio. Vou para um canto afastado, me sento no chão mesmo. Coloco meus fones de ouvido e coloco em uma das minhas músicas preferidas do BTS, blood Swea & tears.
Percebo que alguém senta ao meu lado, Marcos.
- Eai. Tudo bem? - ele pergunta.
- Sim. - respondo meio que com muita vergonha.
- Você é sempre assim? - ele olha pro chão.
- Assim como? - pergunto confusa.
- Tímida, quieta. - ele fala óbvio.
- Acho que o mundo colabora pra mim ser assim.
- Cadê seus amigos? Você não devia estar com eles? - ele olha pra mim.
- Eu... Eu não tenho amigos. - falo tirando os fones do ouvido - E você? Cadê seus amigos?
- Eu também não tenho. Eu tinha, até me mudar. - fala - Tive uma ideia.
- O que?
- Que tal a gente virar amigos? Aí nós dois iríamos ter amigos. - ele fala sorrindo.
- É... Gostei da ideia.
- Então amigos? - ele estende a mão.
- Amigos. - seguro a mão dele.
O sinal tocou, e voltamos para a sala.
***
O resto do meu dia foi normal. Depois que as aulas acabaram eu fui pra casa, é a convivência com meus pais não podia ser pior. Minha mãe praticamente me espancou, por achar que eu rasguei o quadro preferido dela. Mais obviamente, não fui eu. Deve ter sido uma das empregadas que me odeiam, ou até mesmo a Sol. E o preço por "rasgar" o quadro dela, foi umas boas cintadas do meu pai, e ficar trancada no meu quarto.
Se alguém acha que eu chorei ou esperniei por causa do castigo, não eu não fiz nada, já estou totalmente acostumada com issu.
Eu fui para o meu quarto, tomei um banho quente, pra ver se aliviava um pouco a dor das cintadas. Bom deu certo, enquanto eu estava debaixo da água, porque foi só eu desligar o chuveiro, que a dor voltou.
Vesti meu pijama do Batman, e deitei na cama e fiquei olhando o chão. Depois de um tempo senti meus olhos passarem. Apaguei.
=================================Oii pessoas desculpa pelo cap pequeno.
Votem e comentem pfv !! *_*
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Grito Silêncioso
Teen FictionSe culpar por uma uma coisa que você não fez, ou não conseguiu fazer. Lua sabe como é ter pais que a desprezam não só pelo seu jeito de ser, mais também por um acontecimento do passado. Enfrentar o bullying na escola e em casa parece ser d...