" As pessoas mais solitárias, são as mais gentis. As pessoas mais tristes, possuem os sorrisos mais brilhantes, as pessoas mais devastadas,são as mais sábias. Tudo isso porque elas não querem ver ninguém sofrer da maneira que elas sofrem. "( Andreia Costa )
.............................................................Eu estava sozinha, sentada em meio a uma grama húmida. Com meus fones no ouvido, apreciando a lua e as estrelas. Por algum motivo, eu me sentia bem sozinha, sem ninguém por perto. Realmente, o jardim era o meu segundo lugar preferido em casa - o primeiro era meu quarto - principalmente a noite. Tudo calmo, nem nada nem ninguém podia ser mais lindo, do que a lua e as estrelas naquela noite. Eu realmente me esquecia de tudo o que me fazia mal. O bullying, os meus pais, o fato de todos me olharem torto. Era tão bom me sentir daquele jeito, livre de qualquer ser que me fizesse odiar a mim mesma.
Peguei meu celular no bolso direito de meu moletom cinza, olhei no relógio digital do mesmo e já eram 23:57. Levantei sem presa, não queria que aquele momento acabasse, não queria voltar pra dentro daquela casa e me sentir um lixo. Juntei forças e girei a maçaneta da porta principal, que ao entrar, dava direto na sala de estar. Fui em direção a longa escada, me apoiei no corrimão, e subi os degraus, que davam no corredor dos quartos. Entrei em meu quarto com cuidado, sem deixar a porta bater, não queria fazer barulho e acordar ninguém. Coloquei meu celular em cima da mesinha que fica ao lado de minha cama e fui para o banheiro, tirei minhas roupas, e entrei no box, liguei o chuveiro e tomei um banho demorado.
Já com meu pijama do Batman, deitei na cama e fechei os olhos. Eu só queria dormir.
...
Eu estava próxima a piscina quando vejo a cena: minha mãe, segurava em sua mão um copo de vidro com um líquido dentro. Eu me via vindo por traz dela, e a dando o maior susto. O mesmo gesto fez com que o copo que estava em suas mãos, fosse de encontro ao chão, fazendo o líquido se espalhar pelo chão. Ela se levantou da cadeira, e foi para dentro da casa, chamar alguém para limpar aquela sugera. A sol, corria envolta da grande piscina alegremente. Eu só observava a cena, com um enorme sorriso no rosto. Até que ela escorregou, bateu com a cabeça na quina da piscina e caiu na água já desacordada. Eu estava de olhos arregalados, lágrimas silenciosas deslizavam pelo meu rosto, a única coisa que eu fiz foi ir para a beira da piscina, e passar minhas pequeninas mãos sobre a poça de sangue que se formou na beira da piscina. Minha irmã estava boiando sobre a água que agora não era mais transparente, e sim em um tom de vermelho misturado com água, e eu não conseguia sair dali, estava completamente paralisada, não conseguia sair dali e pedir ajuda. Quando minha mãe se aproximou, correu para dentro da casa novamente, e poucos segundos depois volta correndo, e logo atrás dela meu pai, ela ordena a uma empregada que ligasse para a ambulancia. Meu pai pulou na água, e retirou Sol de lá. Como o hospital não era tão longe, logo a ambulância chegou e levou minha irmã.
Eu assistia aquele acontecimento imóvel, naquela época eu deveria ter uns 5 anos. Eu me via chorando sem parar, era orrivel, mais eu não sabia fazer parar.
Acordo assustada, estava suando, eu estava desesperada. Levantei e fui para o banheiro. Ao entrar no mesmo, me olho no espelho, eu estava chorando. Eu sempre tinha estes sonhos, era impossível não sonhar com aquilo, era uma lembrança que me fazia me sentir inútil. Me despi, e tomei um banho gelado, pra ver se parava de pensar no passado.
∆∆∆∆
Eu já estava na escola, dentro da sala, sentada no lugar de sempre ouvindo música, e copiando o texto que o professor de geografia passava. Marcos, avia faltado, então eu estava sozinha, não literalmente, eu estava sem nenhum ombro amigo para conversar, e dizer o quão aquela aula estava chata. O sinal anunciando o Intervalo tocou, e todos - inclusive eu - fomos para o pátio.
Eu já havia comido meu lanche, e estava em um canto esperando o sinal tocar para que eu voltasse para a sala de aula. Mas como a vida nunca está a meu favor, vejo Felipe e seus coleguinhas vindo em minha direção.
- Luazinha, seu namoradinho esquisito não veio hoje é? - ele pergunta fazendo uma voz irritante.
- Ele não é meu namorado. Só somos amigos. - corrigi ele.
- Fiquei sabendo que ele não veio, porque está machucado - me provoca.
- O que você fez com ele! - quase grito.
- Eu? Nada... Mais o papaizinho dele talvez.
Abaixo a cabeça. Ele me coloca contra a parede em um movimento brusco.
- Me solta seu cretino! - quase cuspo nele.
- Agora que seu amigo não está aqui pra te proteger... Eu e meus amigos podemos fazer aquela festinha que estávamos devendo.
- Estamos na escola. Você não vai conseguir fazer nada! - tento me soltar, mais ele é forte e me aperta mais ainda. Ele da risada, e seus amigos o acompanham.
- Meu tio é o diretor dessa escola... Ele não irá fazer nada pra me prejudicar, ou prejudicar meus amigos. - da um sorriso maligno. Lágrimas de medo escorriam pelo meu rosto. Porque eu escolhi ficar em um lugar afastado? Eu sou muito burra mesmo.
O sinal toca, e eu dou um suspiro de alívio. Ele revira os olhos, e antes de me soltar, da um tapa - que pareceu mais um soco - em minha face. Me solta, e eu automaticamente deslizo até o chão, ficando sentada de um jeito desconfortável no mesmo. Os três garotos saem e eu fico ali parada, tomo coragem e me levanto, limpo minhas lágrimas, e volto para a sala de aula, e por sorte o professor ainda não tinha chegado.
______________________________Oii pessoas!! Desculpe qualquer coisa...Votem e comente pfv.
E obg por lerem... *-*
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Grito Silêncioso
Novela JuvenilSe culpar por uma uma coisa que você não fez, ou não conseguiu fazer. Lua sabe como é ter pais que a desprezam não só pelo seu jeito de ser, mais também por um acontecimento do passado. Enfrentar o bullying na escola e em casa parece ser d...