capítulo 7

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     Eu não sei onde eu tava com a cabeça pra aceitar carona da um estranho, agora eu estou assim... Não paro de chorar. Eu não me culpo... Jamais vou me culpar, eu sei que fui burra de aceitar carona daquele homem que eu não conhecia, eu sei. Já tomei trozentos banhos, mais tenho a sensação de que ainda estou suja, infectada.
      Eu estava em um canto do meu quarto, sentada no chão frio, com a cabeça apoiada nos joelhos, e os braços entrelaçados nas pernas, chorando sem parar, eu só queria gritar... Tentar tirar a raiva e nojo, que eu sentia de mim mesma.
        Fui para o banheiro, e fechei a porta atrás de mim. Fui em direção a banheira, entrei na mesma de roupa mesmo, liguei a torneira, deixando a água fria encharcar minhas roupas. Assim que desliguei a torneira, respirei fundo, e afoguêi meu rosto na água.
      É como se aquilo de algum jeito, me fizesse esquecer tudo, tudo o que eu havia vivido e sentido, era bom mais ao mesmo tempo, me deixando sem ar. Retirei o rosto da água, e respirei fundo várias vezes. Encostei a nuca na borda da banheira, e fiquei fitando o této.
    ***
    O som do despertador tocava irritantemente. Estiquei o braço até a mesinha que fica ao lado da minha cama, e desliguei o despertador. Me enrolei de volta nos lençóis, e tentei dormir de novo, mais era impossivel, aquelas senas não saiam da minha cabeça, era horrível. Eu não aguentava mais lembrar daquilo, era simplesmente horrível. Meus olhos estavam inchados e com olheiras, eu não sabia o que fazer. Eu precisava falar com alguém, desabafar. Apesar de Marcos saber o que havia acontecido, ele não me ligava, não me mandava mensagens, não vinha me visitar, eu cheguei a achar que tinha perdido meu único amigo. Mais isso mudou quando meu celular vibrou em cima da cama, ele havia me enviado uma mensagem. "Desculpa te deixar sozinha, só achei que precisava de um tempo sozinha". Achou errado, eu precisava mais do que nunca de alguém ao meu lado, dizendo que aquilo foi um pesadelo e que eu iria acordar a qualquer momento. Eu estava desesperada, estava gritando por dentro, um grito silencioso. Decidi que era melhor tentar acordar daquele pesadelo. Eram 5:30 da manhã, levantei do chão frio, e e troquei de roupa. Arrumei meu material escolar na mochila, fui ao banheiro e lavei o rosto, me olhei no espelho, e repeti varias vezes para mim mesma "você consegue Lua, você vai acordar desse pesadelo que parece não ter fim". Peguei a mochila e sai de casa, ignorando as perguntas que minha mãe havia feito. Eu olhava para todos os lados, o medo me rodeava, eu pensava que a qualquer momento aquele homem ia aparecer na minha frente e fazer aquilo de novo.
     Cheguei um pouco atrasada na escola, mais o sinal ainda não havia tocado. Se eu já era considerada estranha antes do acontecimento, imagine agora. Eu vi o Marcos encostado na parede do corredor mexendo em seu celular, eu estava indo em direção a ele, mais parei de andar quando uma garota foi correndo abraçar ele. Aquilo me deixou triste, mais não porque eu tenho ciúmes dele, e sim porque eu tenho medo de perder meu único amigo. Respirei fundo, e resolvi passar reto, mais não deu muito certo, porque ele me viu e veio correndo até mim e me abraçou, fiquei meio desconfortável com aquilo é parece que ele percebeu.
         -Ah... Desculpe - passou a mão na nuca.
        - Sem problemas. Está tudo bem.- menti, não estava nada bem.
        - Pare de mentir, eu sei que não está nada bem... Mais enfim, essa é a Vitória, aluna nova. Ela é brasileira. - me apresenta a garota.
        - Oi Vitória. - digo desanimada - Eu me chamo Lua.
       - Oi Lua, o Marcos falo muito de você. - diz ela com um sorriso no rosto.
        O sinal tocou e nós fomos para sala de aula - a vitória é da nossa sala.
      

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Oii pessoas!! Desculpe a demora.
Espero que gostem do cap ( mesmo ele estando pequeno... Desculpa )

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