capítulo 1

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    Acordo com uma preguiça enorme, não estou com vontade de fazer nada hoje. Levanto da cama e vou para o banheiro que fica no meu quarto, faço minha higiene matinal. Desço as escadas indo para a sala de jantar - que é estranho pois fazemos todas as refeições lá, não é só o jantar - me cento em uma cadeira do lado da de minha irmã sol.
      - Não vai falar nem um bom dia? - pergunta minha mãe .
       - Bom dia - digo baixo e pego uma torrada .
       - Minha filha como anda os estudos? - pergunta meu pai.
      Olho espantada para ele, pois o mesmo nunca foi tão " carinhoso " comigo assim. Depois percebo que ele falava com minha irmã . Abaixo a cabeça .
        - Muito bem papai... A faculdade de moda está o melhor possível . - diz Sol sorridente .
      A Sol quer fazer faculdade de moda para ser uma grande estilista. Meus pais sempre apoiaram ela mais comigo... É diferente, eles não me apoiam praticamente em nada. Sinceramente não sei o que eu fiz para ser tão odiada por eles, quer dizer sei mais ou menos.
         O resto do café foi quieto. Me levantei da cadeira e fui para o banheiro social escovar meus dentes. Hoje é segunda-feira primeiro dia de aula na nova escola. Eu e minha irmã estudamos na mesma escola. Acho que esqueci de dizer que eu e ela somos gêmeas, mais somos completamente diferentes, a Sol pintou o cabelo de loiro quando tinha 8 anos, desde então nunca mais parou de pintar de loiro.
       Desço as escadas e vou chamar a sol pra irmos juntas pra escola.
       - Sol vamos
       - Pode ir, eu vou com a Nhat - diz ela se maquiando   
        - okay - dou de costas e saio.
   No começo eu e a Sol éramos inseparáveis, uma cuidava da outra.
       Chego a escola e vejo em um papel na parede qual era minha sala, vou em direção a mesma - que foi um pouco difícil de encontrar já que eu não conhecia nada- entro na sala e sento na última cadeira do canto. Logo uma mulher - a professora - ela se apresenta e diz que é professora de português. Passa-se 3 aulas e o sinal para o intervalo toca.
         Desço para o pátio e vou para o refeitório, pego um pedaço de bolo e sento em uma cadeira um pouco afastada.
         Estou lá comendo tranquilamente, quando... Chega 3 garotos e ficam me encarando, no começo pensei que eles eram da paz, mais mudei de ideia quando o " líder " dos três se pronunciou.
         - vejamos, temos uma coisa diferente abitando a escola - gargalha.
         Quando penso em me pronunciar para me defender, o outro fala.
         - Não fala assim pode magoar ela... Coisa não é a palavra certa!
    - Tem razão... - fala o outro - aberração é bem melhor. - eles riem.
    - Coitada! Vai chorar é? - O "líder" diz.
      Garotos insuportáveis!! Agora estou me sentindo um fracasso apenas por existir.
       Eu me levanto, pego meu lanche, e saio. Um deles coloca o pé na minha frente e boommm.
        - Olá senhor chao, quanto tempo né - falo.
        Os garotos e o resto das pessoas que estão na cantina começam a rir. Eu me levanto e fico de cabeça baixa - eu juro que se eu tivesse coragem, eu batia com toda minha força neles - sai correndo, pois estava com muita vergonha... Fui para o banheiro e tentei me limpar, pois estava toda suja se bolo.
       ****  
      Depois de um tempo, o sinal tocou. Voltei para sala e percebi umas pessoas olhando pra mim e rindo. O que foi em? Virei palhaça e não to sabendo?
       Cutuquei  a menina a minha frente, ela me olhou estressada.
       - Affs. O que você quer em? - ela me pergunta.
       - Você sabe porque estão olhando pra mim e rindo? - perguntei envergonhada. Ela deu uma risadinha, pegou seu celular e me mostrou uma foto.
        - Tá rodando a escola toda. - diz ela é se vira para frente novamente.
        Não acredito. Tinham tirado uma foto minha enquanto eu estava caída no chão. E tão fazendo " piadinhas " sobre mim. Isso só acontece comigo. Só pode ser macumba.
        Iguinorei as risadinha e prestei atenção na aula seguinte. A professora de matemática entrou na sala, e pediu que fizéssemos duplas pra fazer um trabalho, como tinha um número ímpar de alunos na sala eu tive que fazer sozinha. Não me incomodo de fazer sozinha, acho até melhor, porque assim posso fazer do meu jeito.
   ~~~~~~~
   Fui a terceira a terminar, entreguei o trabalho para a professora e voltei ao meu lugar. Sem nada pra fazer, peguei meus fones de ouvido e meu celular, desbloqueio o mesmo e fui na minha playlist, coloquei em minha música preferida, Silent Scream.
  ***
     O sinal toca. Fim das aulas. Estou no caminho de volta para casa, quando uns gatos - os mesmos do intervalo - me cercam.
      - Eae aberração! - diz o "lider".
     Tento sair mais eles ficam na minha frente.
      - Pensa que vai na onde? Eu quero conhecer melhor a novata do colégio. - diz e me empurra.
       - Licença eu quero passar. - falo tentando sair dali, mais um deles me empurra de novo - eu juro que se fosse corajosa, daria um soco em cada um deles e saia correndo.
        - Olha garota, os novatos precisam de uma festinha de boas vindas - ele chega mais perto e joga minha bolsa no chão. Segura o meu braço e...
        - Soltem a garota! Fala um menino chegando do além.
        - E quem é que vai impedir? - fala um outro, chegando perto do garoto.
       - Calma Nicolas. Deixa... Vamos embora, e deixar a nossa festinha pra outro dia.
        - Mais Felipe... - o tal do Felipe o enterompe.
        - Mais nada. - ele me encara com um pouco  de raiva.  Os meninos saem.
       - Você está bem? Sou o Marcos... Prazer - ele estende a mão para me cumprimentar e eu faço o mesmo.
       - Prazer... Lua - digo tímida - valeu por, meio que me salvar.
       - Não foi nada... É eu já vou indo, se quiser eu te acompanho até sua casa.
        Eu neguei, mais ele falou que não ia fazer nada comigo. Nós ficamos conversando durante o caminho todo, nós nos despedimos e eu entrei em casa.
         Vou direto pro meu quarto e ao entrar vejo a sol sentada em minha cama.
         - Você quer me matar de vergonha é garota? - ela diz.
        - Do que você tá falando? - pergunto confusa.
        - Disso - me mostra uma foto, aquela de mais cedo, de mim caída no chão. - Bem que a mamãe disse que você é a decepção da família. - ela sai do meu quarto.
       Eu sei que foi por minha culpa, mais não sabia que daquele dia em diante, minha mãe ia me tratar igual lixo. Eu me culpo todos os dias por aquele acidente, mais de certa forma a culpa também foi da minha mãe.
       
     
      
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    Oiiii pessoas!!
   Essa é minha primeira obra, espero que gostem.
     Votem e comentem *_*

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