[Capítulo 2: Chuva.]
A quinta-feira era chuvosa e fria. Os ventos amenos fazia o farfalhar das árvores ao redor da instituição ser alto e os troncos estalarem, as folhas voavam e esbarravam nos alunos que chegavam atrasados. Alguns se agasalhavam mais ainda em seus casacos pelo frio ao sentarem na área coberta do pátio externo, no entanto a maioria se mastirizava por ter saído da cama em um clima bom para dormir.
Durante aquele tempo, uma dupla andava rumo ao escritório do diretor. Park Hyuna, uma alfa de 20 anos andava ao lado do irmão, pois ja nem se lembrava do caminho e como acabara de entrar na universidade de direito - após um longo ano estudando para isso - precisava de seu histórico escolar. Jimin estava orgulhoso, assim como os pais.
Andavam em silêncio, mas vez ou outra Hyuna contava uma história sobre algum canto daquele grande lugar. Havia sido uma aluna de boas notas, mas a preferida da detenção. O caçula sorria da irmã, mas em suma gostava de ouvir o som que os pingos da água torrencial deixava sobre as telhas e paredes do lugar.
A face do loiro se fez em puro desgosto quando viu uma ômega fingir uma crise de ansiedade quando ouviu os trovões. Ela olhou em volta e esperou até Jeon passar no corredor, pondo uma gota de colírio nos olhos e se atirando nele, fingindo chorar de medo. Os Park se entre olharam e Hyuna negou levemente, ambos apenas deram a volta naquela baderna e saíram dali.
O Jeon acompanhou o ômega loiro e a alfa de cabelos negros, vincando a testa por não lembrar em momento algum de ver aquela mulher ali. Ela era bonita e alta o suficiente para ser chamativa, se lembraria se a tivesse visto. Talvez ja tivesse sentindo o cheiro dela e apenas não se recordava.
O alfa olhou para baixo e viu a menina - que claramente ensenava uma crise - deixar marcar de rímel em sua blusa. Sorte ser preta. Honestamente, aquilo lhe revirou o estômago. Sua mãe adquiriu ansiedade após a gravidez de seu caçula e aquilo era desrespeitoso em níveis terríveis.
- Em uma próxima. - Ele começou afastando a garota loira e passando a mão sobre a marca molhada de sua roupa. - Use maquiagem a prova d'água quando for chorar. - Sobre o olhar espantado dela e bochechas vermelhas o Jeon se pôs a sair dali.
Ele massageava as têmporas e travava o maxilar. Estava sentindo dores de cabeça terríveis nos últimos dois dias, nem sequer analgésico estava a dar conta. Por Deus, se mexesse a cabeça de forma bruta setia uma tontura tenebrosa, alem das náuseas. Deus, é terrível!
JungKook entrou no banheiro e viu seu reflexo no local vazio. Suspirou pesado e deixou sua mochila escorregar de seu braço até o chão, ponto a mão direita em direção ao registro da água para liga-la. Pôs a mão em concha e a encheu de água, logo levando-a ao rosto e sentindo o choque térmico da água gelada contra sua pele quente. Ficou alguns minutos ali, sentindo a dor latejante e têmporas a pulsar. Pode escutar o trinco da porta e uma cabeleira loira passar pelo vão.
Jimin entrou ali de cabeça baixa enquanto via o celular e punha um lado do fone na orelha repleta de brincos. Porém, ao subir seu olhar percebeu dois pares negros lhe encarando em silêncio. Não pode evitar o susto, mas logo se recompôs e em silêncio seguiu seu caminho até o box mais próximo. Precisava tirar aquele moletom grosso e por a blusa simples, estava a se desfazer em calor, no entanto não era louco de fazer isso em um corredor.
No curto caminho até a cabine sentiu uma de suas têmporas latejarem, pondo a mão ali para exercer pressão. Jeon tambem sofria com o lado esquerdo de sua cabeça, copiando o movimento alheio de forma simultânea. Mas estavam ambos em suas próprias bolhas doloridas para perceber.
O alfa pôs a testa sobre o mármore frio, suspirando doloroso e ignorando a presença alheia. Desde o pequeno show na segunda não se falaram apropriadamente, apenas despejavam olhares raivosos um ao outro, vez ou outra se xingavam baixo. Mas no momento JungKook não tinha motivação para tal, achava que podia vomitar.
O toque leve e uma mão macia encostaram na pele de seu pescoço, chamando sua atenção e da forma mais lenta que podia ele virou o rosto para a figura desconhecida. Vislumbrou olhos castanhos e sobrancelhas loiras levantadas, assim como um rosto abastecido em desentendimento.
- O quê é? - Não importava se fora grosso, apenas queria que a dor dos infernos parassem. No entanto, quando o loiro levantava a sombrancelhas pela suspresa do tom rude a mente do Jeon explodiu em dor. Rapidamente pôs as mãos sobre o rosto e precionou ali. - Inferno.
- Você 'tá bem? - A voz baixinha chegou aos ouvidos no alfa. Mentalmente ele agradecia pelo loiro ter praticamente sussurado.
- Pareço bem? - Novamente mais uma pontada e junto a ela a tontura. O chão sobre seus pés ficou leve por meros segundos, assim como seu corpo ficou bambo, mas logo as mãos pequenas e macias tocaram suas costas e lhe deram apoio. Sem se importar para quem o segurava o Jeon puxou fortemente o ar, tocando a braço do loiro enquanto via as coisas voltarem para o lugar. No entanto a claridade se mostrou incômoda. - Minha cabeça.
- Tem enxaqueca? - Os sussuros do ômega fizeram o latejar diminuir um pouco, fazendo o alfa se soltar do outro e se apoiar na pia novamente.
- Eu sei lá, porra. - A voz diminuía frustada junto a um grunido de dor. As mãos pequenas o soltaram e passos baixos ecoaram, fazendo o castanho franzir a testa pelo som ecoado. Os passos voltaram a se aproximar e as mãos tocaram seus ombros.
- Ei, toma. - Uma garrafinha não muito grande foi posta em sua frente. Não devia passar de 250ml. O alfa percebeu o líquido de cor acastanhada mas transparente, olhou feio para o loiro como quem diz que não. - Vai ajudar. É chá. Minhas dores não passam com remédio. - Quando estava pronto para negar de forma rude, seu lobo ganiu de dor. O choramingo ecoando por sua mente e se tornando insuportável. Rapidamente a garrafinha foi tirada da mão alheia e seu conteúdo ingerido em segundos. - Não tão rápido. Devagar, Jungkook. - Seguindo o que foi dito, o castanho retirou a boca do bocal de plástico. Respirando alguns segundos e sentindo seu lobo se acalmar, mas ainda estava tonto. No entanto as mãos do ômega ainda o mantinha no lugar.
Quando a última gota passou por seu paladar o alfa suspirou em êxtase. A dor havia diminuído e podia respirar tranquilo, alem de poder mexer a cabeça sem maiores problemas. Deixou o objeto sobre a pia e fechou os olhos apreciando a melhora, mas quando os abriu Jimin não estava mais ali, a garrafa tambem havia sido levada e tudo que indicava que o loiro esteve ali era a porta aberta e o cheiro de maracujá.
----------------------------------
Olá.
Então, eu estava vendo os capítulos antigos e rascunhos e percebi algumas coisas com gatilhos nesta fic, então, creio que vai haver sim mudanças de enredo. :(
Mas garanto que ficara melhor.Beijos.
Loli e Ash.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Louco por Ele.
FanfictionÉ mais do que clichê um alfa e um ômega se esbarrarem e ali nascer o amor. Mas e se nascesse o ódio? Amor é algo imprevisível de mil e uma formas, a prova disto é que ele pode vir a nascer do mais profundo ódio.