C'est un secret!

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[ Capítulo 5: É segredo!].

Vinte minutos depois o Jeon se mantinha no mesmo lugar em que foi deixado, sua mente confusa tentando unir todos os pedaços daquele quebra cabeças tão estranho. Tentando verificar cena por cena dos acontecimentos em sua mente para ver se não estava deixando nada de fora.

Depois de mais dez minutos JungKook finalmente pode ver uma ordem cronológica básica dos fatos:

Primeiramente, na segunda-feira pela manhã, havia esbarrado com um ômega ao qual nunca havia notado a existência posteriormente e que havia lhe tratado como mais um. Logo no dia seguinte seu corpo estava estranho; dores de cabeça fortíssimas, um mal estar terrível e uma irritação anormal de seu lobo. Sintomas corporais que só melhoraram depois que em uma ato de gentileza, o loiro lhe deu chá e uma voz mansa, além do cheiro de maracujá que era calmamente por si só. Afinal, ainda era maracujá.
Seguindo está ideia, Nero - seu problemático lobo - estava irritado de uma forma que jamais havia notado e de certa forma, muito amuado. Repetia fortemente o nome Vanilla enquanto se lamuriava e choramingava pelas ações de seu humano-

-Será que pode parar? Não preciso ficar revendo tudo isso, humano tolo. - Interrompendo a mente frenética do jovem alfa, o mencionado lobo comentou de forma cabisbaixa mas ainda muito séria. JungKook se arriscava dizer triste. - Apenas volte e vamos para a casa. Seu progenitor chega hoje para o almoço. - Dito isto o lobo apenas abaixou a cabeça, a apoiando sobre as patas dianteiras e manteve um olhar vazio para algum canto aleatório. Apesar de estar querendo respostas o adolescente percebeu que seu lado lobo estava melancólico e que deveria tomar cuidado.

- Nero...? - Enquanto subia pela avenida parcialmente movimentada em direção ao estacionamento do colégio, o Jeon se deixou questionar. Não recebendo nada mais que um leve som de garganta do lobo para que ele continuasse a falar. - O loiro, você o conhece? - O lupino fechou os olhos, suspirando muito pesado e de forma derrotada. Nero se levantou e deu a volta, ficando de contas para o adolescente e voltando a deitar de forma cansada. - Grandão, ei...- JungKook estava incerto, mas talvez fosse melhor deixá-lo sozinho, estava começando a sentir a tristeza dele e isso não era bom. Nero não costumava ser assim, então talvez fosse melhor dar um tempo para ele.

Era incrível como aquele ômega só trazia problemas!

Depois da pequena caminhada e já chegando perto do seu próprio carro o jovem se deixou suspirar, quase tão cansado daquele dia quanto o próprio lobo. Abrindo a porta do automóvel e logo sentando no banco do motorista ele logo encostou a testa sobre o volante, suspirando pesado. Acidentalmente deixando sua mente voltar a dançar pelos acontecimentos.

Seu lobo lhe guiou pelo cheiro do loiro até ele, uma vontade forte e um sentimento bom lhe tocando o peito. No entanto, Jimin correu assim que voltou ao juízo perfeito, parecia assustado e em choque... E parecia saber o que o Jeon não sabia.
Depois da cena ridícula a qual o moreno se recusa a dizer que sim, o ômega ficava lindíssimo com as íris cor-de-rosa, teve a cena estúpida com o pai do loiro.

Um sentimento de vergonha passou pelo corpo musculoso, as mãos se apertando no volante e o Jeon batendo levemente a testa sobre a superfície dura em sinal de frustração. Ainda sentia os olhos amarelos em si, ainda sentia o medo do lobo tão grande. Nem mesmo seu pai tinha uma áurea tão assassina, ou talvez tivesse, não que ele se lembrasse.

- Porra! - O corpo deitado se levantou rápido e de uma vez só, logo pondo a chave na ignição e ligando o veículo na maior velocidade que podia. Seu pai viria almoçar, sua mãe disse para estar presente e ele já estava quinze minutos atrasado. Que dia de merda!

~●~


O silêncio dentro do carro do alfa Park era quase sepulcral. Tirando o som dos pneus passando pelo asfalto e do vento rebatendo pelas janelas abertas nada se podia ser ouvido. Jimin permaneceu quieto com os olhos amuados vidrados na rua, enquanto seu pai ficava quieto e com o cenho franzido, além dos olhos que permaneciam amarelos e em alertas.

KangJun não achava que aquilo estava mesmo acontecendo, como poderia Vanilla escolher um alfa como aquele? Que grita e é arrogante a níveis estratosfericos. E claramente, Jimin não estava de acordo com aquilo, os lobos se escolheram de forma independente. Dois lobos lúpus que se encontram e agora queriam estar juntos, mesmo que seus donos tivessem aversão um ao outro.

Ah, mas que merda!

- Pai. - O loiro chamou baixo e pela primeira vez em muito tempo parecia assustado e perdido. - O q-que eu faço agora? Eu não quero isso! - A voz soou algumas oitavas em desespero, as mãozinhas segurando o sinto de segurança em sinal de nervosismo e os olhos mudando para o rosa mais escuro. - Como eu... Como Vanilla pode escolher aquele alfa? Alguém tão rude e preconceituoso! Eu não posso! Não quero! Eu o odeio. Odeio mais que tudo! - O rosa ficava mais escuro a cada palavra, as garras e presas ficavam a mostra, o ódio já podendo ser farejado pelo alfa.

- Querido, querido, fique calmo! - KangJun disse enquanto ainda dirigia, tentando não fazer seu filho perder o controle. - Escute, ele parecia alheio, então talvez possa fazer Vanilla o dispensar.

- O quê?! Mas somos lúpus! Lúpus não mudam de ideia sobre seus parceiros!

- Eu sei, eu sei, eu sei. Mas, não custa tentar. Você não o quer e pelo visto ele também não. - O mais velho suspirou pesado e sentindo a tensão sobre seus ombros lhe causando algumas dores e a preocupação lhe deixando inquieto. - Como esta Vanilla? Como ele se sente?

- Parece... decepcionado. Bastante triste na realidade. - Aos poucos o ômega voltava ao normal, na medida em que seu coração ficava em ritmo normal e não consumido pela raiva. - Ele não responde na verdade, acho que não esperava isso de Nero. Se é que é esse o nome dele! - O jovem deixou que as costas ficassem contra o assento de forma desleixada e já exausta.

- Jimin, se realmente não quer esse menino, você precisa manter segredo. Se ele souber e aceitar pode ser mais difícil fazer seu lobo desistir dessa união.

- Não se preocupe, papai. Nunca ficaria junto daquele alfa. Nunca seria o parceiro dele. Vou quebrar essa ligação custe o que custar!

Louco por Ele.Onde histórias criam vida. Descubra agora