❋ fifty-eight ❋

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Alice

Hoje é o último de aulas e admito estar nervosa quanto à peça de teatro, mas felizmente tenho Violet comigo que acalma-me sempre que pode e vice-versa.

Quanto a Blake ele não falou comigo durante todo o fim de semana e pelo que sei -o que Brandy contou-me - é que ele viu-me a falar com Edward e consequentemente ficou com ciúmes.

Nos bastidores Elena - uma colega de teatro - trata da minha maquilhagem e a mesma sorri com o resultado. Agradeço e vou vestir o vestido que o professor escolheu, bato no "camarim" do Edward e o mesmo deixa-me entrar e acho que é a primeira vez que vejo-o sem o seu fiel casaco de cabedal.

-Olá Romeu. -saudo na brincadeira e aceno.

Ele levanta-se e arranja o seu cabelo em frente ao espelho logo virando-se para mim.

-Nada mal, Julieta. -sorri.

-Nada mal? Este vestido é muito quente. -comento e ele ri.

-Aguenta pelo teatro. -diz e eu suspiro.

-Não é que tivesse outra alternativa. -riu.

Despeço-me com um breve até já e vou ter com Violet começando a falar sobre assuntos que não envolvam a peça.

-Cinco minutos para o início da peça! -informa o professor e um grande alvoroço forma-se por detrás do palco.

-Tenho que ir Alice, entro logo na primeira cena.-avisa e eu aceno em despedida vendo a morena junto dos personagens que iriam aparecer na primeira cena.

Eu entro apenas na terceira, então enquanto aguardo pela minha vez espreito por uma das laterais do palco sorrindo pelo bom desempenho dos meus colegas e o público, ou pelo menos os interessados, parecem estar a gostar.

-É a tua vez Alice, boa sorte. -informa o professor e eu respiro fundo.

Entro no palco sentindo um holofote sobre mim e após a fala da rapariga que fazia de minha mãe digo a minha fala.

- Mãe estou muito feliz! Foi ótima a ideia de comemorar os meus quinze anos com um baile de máscaras. Mas... e os convidados?

- Já chegarão, minha filha. Mandei distribuir convites para todas as famílias.-diz.

- Que bom, mãe! A briga das famílias é um tormento para toda Verona. -suspiro e coloco a minha máscara.

O cenário muda para um salão e logo oiço a voz de Edward e a dos seus "pais".

Assim que a música começa a tocar danço com um dos figurantes até sentir as mãos de Edward na minha cintura puxando-me para si. Começamos a dançar lentamente com um sorriso nos rostos até que quando estava prestes a chegar à parte em que iríamos fingir beijarmos-nos, tal como no guião a Ama separa-nos.

- Senhora, sua mãe está a chamá-la.-informa Elena que fazia de Ama.

-Sim, adeus, meu caro mascarado.-sorriu para "Romeu" e saiu do palco.

-Foi ótimo! -elogia o professor. -Continua assim nossa Julieta.

(...)

- Adeus, mundo. Por um tempo estarei morta. Será que terei coragem de tomar este veneno?-questiono olhando para o frasco.- E se o Padre quiser me matar de verdade? Não, ele não faria isso.-abano a cabeça. - Ele é um homem de Deus. Sempre me ajudou. Ah, eu vou ter que ficar no túmulo da família. Teobaldo está lá. Que medo... Mas vou tomar a poção. O amor que sinto por Romeu é mais forte. Romeu, bebo isto por tua causa. -profiro a minha penúltima fala.

Bebo o líquido presente no frasco que na realidade era um sumo qualquer e caiu no chão.

Após algum diálogo entre alguns personagens sinto o chão do palco estremecer sabendo que era Edward que vinha aí.

- Querida Julieta, corri de Mântua até aqui para te ver. Disseram-me que tinhas morrido. E o que vejo é verdade. Tomarei este veneno que comprei e te acompanharei no teu sonho de morte.-diz e eu finjo acordar.

- Aqui que deveria estar. Mas agora estou livre para Romeu.-inclino a cabeça vendo - o e o frasco de veneno. -. Meu querido, não recebeste a carta de Frei Lourenço? O veneno... tomaste tudo. Quem sabe sobrou um pouco em teus lábios? Ainda estão quentes. -pego num punhal falso e cometo o suicídio de Julieta.

O foco da luz sai de nós caindo sobre a princesa que diz:

- Sereis clementes, ou rijos, a contragosto, que há de viver de todos na memória de Romeu e Julieta, a triste história.

E novamente a luz cai sobre nós os dois, deitados no chão a receber os aplausos do público. As cortinas fecham-se e levanto-me abraçando o Edward.

-Foi espetácular! -grito em animação dando pulos e ele volta a abraça-me.

-Foi incrível fazer esta peça contigo, Alice. -admite e eu sorriu apertando-o mais contra mim.

Sinto um peso sobre as minhas costas e de repente o elenco estava todo a festejar. Sorriu de orelha a orelha e pousamos para a foto que o fotógrafo da escola fez questão de tirar capturando um momento único e completamente inesquecível.

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Foi retirado de um guião que encontrei na Internet que foi adaptado, por tanto todos os créditos para tal.

Sei que este capítulo foi um pouco mais pequeno do que os outros mas foi apenas para a peça.

De qualquer das maneiras espero que tenham gostado,

okokmagcon

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