portuguese girl | blake gray

❋ sixty-seven❋

Alice

Pelas quatro da manhã abandonei a festa junto de Blake. Passamos o resto da madrugada no telhado da sua casa, apenas a observar o céu como fazíamos antes e a falar de assuntos aleatórios enquanto a brisa fresca do inverno batia contra os nossos corpos, mas nem isso impediu que observasemos um belo fenómeno da estrela cadente.

-Como é que estaremos daqui a dez anos? -questionei inclinando a cabeça para o lado podendo assim olhar para o seu rosto.

-Prefiro não pensar no futuro. -respondeu sem desviar o olhar do céu.

-Eu também. -admiti colocando as mãos por detrás da cabeça, posição que ele já ocupa à algum tempo.

-Então porque é que perguntaste? -pergunta e eu riu.

-Curiosidade.

-És muito curiosa. -comentou e eu levantei uma das minhas sombraselhas.

-Não é de todo uma novidade. -retruco. -Mas porque é que preferes não pensar no futuro?

-Porque daqui a dez anos provavelmente já vamos estar a trabalhar, e daqui a dois estamos na universidade, e nesse espaço de tempo vamos perder amizades ou pessoas importantes.

E com pessoas importantes eu percebi totalmente o recado, referia-se a mim mas o pior é que eu não podia discordar. É totalmente normal, é a lei da vida. Pessoas entram na nossa vida e tanto podem sair como prevalecer.
Mas algo que eu acredito e talvez Blake não, é que tudo na vida acontece por alguma razão. Se estou com ele é por alguma razão, talvez para descobrir-me visto que até eu considero-me um enigma e ainda faltam muitas palavras, peças ou números para ele estar decifrado. Não neguei o que ele disse, apenas coloquei a minha sobre a sua e voltei a focar-me nos pontos brilhantes presentes no céu.

Neste momento observo-o a dormir e visto deste ângulo ele parece um anjo, não contenho o sorriso que surge nos meus lábios quando ele começa a abrir lentamente os olhos e eu passo a minha mão nos seus fios de cabelo loiros fazendo em seguida um carinho.

-Tenho que ir embora. -aviso e em seguida dou um beijo na sua bochecha.

-Mas já? -pergunta com a voz rouca e antes que pudesse "fugir" ele agarra na minha mão fazendo-me recuar.

-Sim, Blake. Provavelmente vou ter que responder a um inquérito da minha mãe, a minha tia e provavelmente do meu irmão. -respondo e o loiro ri levantando-se logo em seguida.

-Mas podias ficar mais um pouco...-sussura no meu ouvido colocando as suas mãos na minha cintura.

-Mas não posso.-recuso colocando as minhas mãos no seu peito, numa tentativa falha de o empurrar. -Blake pára...-peço quando o mesmo começa a distribuir beijos pelo meu pescoço.

-Ficas? -questiona enquanto a sua respiração quente bate contra a minha pele, fazendo-me involuntáriamente arrepiar.

-Não posso! -exclamo afastando-me. -E fizeste jogo baixo!

Blake apenas sorri sacana e caminha até à casa de banho, acenando antes de fechar a porta. Aproveito para pegar nas minhas coisas e sair da casa do meu namorado sem que nenhum membro da sua família percebesse.
Para não ter que levar com as perguntas da mimha família subo a árvore perto da janela do meu quarto e em seguida abro-a, solto um suspiro e logo em seguida outros três. Arregalo os olhos e levanto o meu olhar do chão para a cama deparando-me exatamente com a minha mãe, a tia Elise e Dylan. Sorriu de lado e coço a minha nuca sem saber o que dizer.

-A menina pode fazer o favor de dizer onde andou a noite toda e mais do que metade da manhã? -perguntou a minha mãe cruzando as suas pernas.

-Estive na casa da Loren, acabei por ficar a dormir lá.

Minto, mas como dizem a mentira tem perna curta e para a minha ser descoberta nem foram necessários dez segundos.

-Claro, porque nós nem reparamos que saíste da casa do vizinho. -desmente Dylan e eu semicerro o meu olhar enquanto guardo para mim a vontade de erguer o meu dedo do meio.

-Alice, nós sabemos que estás na idade em que queres descobrir coisas novas mas ainda é muito cedo para certas coisas...-continua a minha mãe.

-Até parece que ela nunca fez sexo, olha só para a cara dela!-diz Dylan e eu pego numa almofada que estava no chão e jogo para a sua cara.

A minha mãe fecha os olhos e respira fundo. A tia Elise apenas observava-me atentamente, tal como se eu fosse uma nova espécie descoberta, já Dylan não parava de provocar e dar corda a esta conversa desnecessária.
Após uma pequena conversa sobre o que eu devia ou não fazer com dezasseis anos todos saiem do meu quarto e finalmente pude jogar-me na cama, porém aquilo não acabou por ali e fui bombardeada com perguntas das minhas amigas. Assim sendo, respondi a todas as perguntas retirando de muitas das minhas respostas gritos de animação vindos delas, algo que é extremamente exagerado principalmente quando falei de Edward e aparentemente ele falou com Diana e ela admite ter uma crush nele.

Visto que embora tenha dormido mas continue exausta, decido fechar as cortinas o que não impediu que alguns raios de sol iluminassem o meu quarto mas não era de todo incomodativo e estranhamente acolhedor.
Mas naquele preciso momento em que fecho os olhos oiço o som de uma notificação de mensagens e ao ler a pequena mensagem de texto deparo-me com uma grande questão que não tarda nada terei que decifrar.

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HOJE É O MEU ANIVERSÁRIO!

Muito obrigada a todos pelo apoio na fic, a sério <3333