Capítulo 01

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História original por: auduna

Nota da Tradutora (N. da T.): Essa não é uma história original, mas sim a tradução para Português (Brasil) de A Light In The Dark, publicada neste perfil com autorização da autora. A versão original em inglês está disponível neste link: https://www.wattpad.com/story/39154978-a-light-in-the-dark

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Alerta de gatilho: pensamentos suicidas.

Talvez ela devesse fazer aquilo de uma vez. Não havia motivos para continuar. Ninguém iria ligar, ninguém iria sequer saber que ela não estava mais lá. Provavelmente levaria alguns dias ou até mesmo semanas até que descobrissem o que ela tinha feito. Talvez fosse o dono do apartamento que começasse a suspeitar de alguma coisa porque o aluguel não estava mais sendo pago. Ela nunca atrasou os pagamentos. Ele com certeza perceberia.

Ela olhou para o frasco de comprimidos que estavam na mesa à sua frente. A solução para todos os seus problemas. Ela havia pesquisado tudo com cuidado. Havia outros métodos, é claro, mas este parecia o mais fácil. Ou o que fazia menos sujeira. Dependia da forma que você analisava, pensou.

O que ela tinha a perder? Por que ela estava hesitando? Ela não tinha ninguém. Seus pais provavelmente ficariam felizes por que ela não estava mais por perto. A última vez que ela os viu foi na formatura do Ensino Médio. Foi a coisa mais burra que ela já tinha feito, sair do armário para eles. O que ela estava pensando?

Ela apertou os pulsos, com raiva. Ela tinha sido inocente ao pensar que seus pais a amariam apesar da sua sexualidade. Eles nunca tinham prestado atenção nela além de balançarem a cabeça em aprovação às notas 10,0 que ela levava para casa. Mas, que Deus perdoe se fosse menos que isso.

Ninguém na escola dela a entendia. Ela era a nerd. A geek. A estraga prazeres. Ninguém queria passar o tempo com a queridinha dos professores, a não ser para copiar seu dever de casa ou deixa-la fazer tudo sozinha nos trabalhos em grupo.

Mas não era culpa deles. Era dela. Ela sempre foi tímida. Medrosa demais para falar, medrosa demais para socializar. Só o pensamento de estar no refeitório com todos os outros alunos era agonizante demais para ela. Ao invés disso, simplesmente se escondia no banheiro. Era melhor estar sozinha do que ser inconveniente.

Não ajudou em nada perceber outra diferença entre ela e outras garotas. Elas eram obcecadas por garotos. Nos vestiários, tudo que elas falavam era sobre os jogadores de futebol americano do colégio ou algum cantor ou ator famoso. Elas falavam sobre como eles eram gostosos e como fantasiavam com eles.

Mas não ela. Ela sempre admirou as líderes de torcida, nunca os atletas. Era com as garotas e mulheres famosas que ela sonhava. Mas ela aceitava isso bem. Era lésbica e não tinha nada de errado com isso.

Mas os pais dela viam isso de outra forma. Eles ficaram furiosos. Houve gritos e lágrimas, insultos dolorosos e súplicas desesperadas. Mas ela manteve a cabeça erguida, sabendo que havia nascido daquele jeito, que não poderia mudar. O resultado foram malas feitas no porta-malas do carro depois de um adeus frio dos seus pais e um abraço choroso da sua irmãzinha, Sofi.

Isso foi há um ano. Ela se mudou para Nova York, tentando construir uma nova vida. Era difícil; mais difícil do que tinha imaginado. Durante o dia ia à faculdade e, à noite, trabalhava em turnos como garçonete em um restaurante pé de chinelo. Era um empreguinho de merda, mas ela precisava de cada centavo que conseguisse economizar. A NYU era cara e, sem o apoio dos pais, estava lutando para pagar as mensalidades e o aluguel. Ela não poderia, de jeito nenhum, aguentar isso por mais um ano, ou até mesmo um mês. Não valia a pena. Nada valia a pena.

A Light In The Dark (PT-Br) (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora