01 - O Começo

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Mais uma festa da família Voltrini, achava tão desnecessárias essas festas, mas como uma boa filha tinha que comparecer junto do meu pai, marcar presença. Ainda mais quando meu pai era o sócio principal das empresas Voltrini.

A unica coisa que me consolava nessas festas era que eu podia admirar a floresta que ficava na parte de trás da mansão.

A floresta me trazia boas lembranças de quando era pequena e ia acampar  com a minha mãe, ja falecida. Meu pai achava loucura eu gostar Tanto de lá, mesmo depois que eu fiquei perdida por alguns dias, e milagrosamente sobrevivi. Até eu achava loucura, mas eu tinha uma ligação com ela, era inexplicável.

Talvez fosse porque era a única coisa que me fazia lembrar da minha mãe.

Consigo escapar do borburicio da festa, e sigo até a cozinha que dava acesso a floresta, os empregados sorriem pra mim enquanto passo por eles. Ao chegar ao ar livre, me sinto mais aliviada não gostava de tanto pessoas juntas, me deixava nervosa.

Caminho até um grande balanço, la eu podia observar um pouco a floresta em paz. As vezes via aqui só pra tentar me lembrar do que eu havia feito nos dias que eu havia desaparecido, fora quase uma semana, perdida mas eu não me lembrava de nada, não sabia que tinha feito para me alimentar e não passar frio quando finalmente me encontraram, eu estava sem nenhum arranhão, não estava desnutrida e havia até engordado dois quilos, não entendia como isso era possível, não entendia como não me lembrava de absolutamente nada. Os médicos diziam que era normal, por ter sido um grande trauma eu esqueci. Mas não acreditava em nada disso, tinha algo por de trás de tudo isso. Tinha que ter.

O silêncio da noite, a pouca claridade da lua, e o leve balançar do balanço me fez adormecer. Mas eu preferia não ter adormecido. Gritos estridentes me acorda, me Fazendo pular do balanço, os gritos viam da mansão, era tantos gritos, choros, que eu comecei a ficar apavorada, a poucos minutos atrás a mansão estava toda acessa mas agora ela estava apagada e os gritos foram apenas aumentando.

Desesperada, sem saber o que fazer apenas fico imóvel com o choro intalado, grito por meu pai mas são apenas gritos horrondos que recebo de volta, eu tinha que fazer algo, eu precisava ir atrás do meu pai. Quando começo a correr em direção a mansão, uma voz suave me invade.

"Vá para a floresta! Você estará segura la."

Paro de correr, ao invés de ficar mais assustada por estar ouvindo uma voz na minha cabeça, eu fico calma. Uma calma que nunca senti antes, não que me lembrava, mas me parecia familiar.

"Eu não posso." Sussurro, ofegante. Meu pai estava dentro eu tinha salva-lo. Volto a correr, mas a voz continua.

"Não entre lá. Vá para floresta." A voz parecia desesperada, seu desespero me deixa curiosa. Porque eu tinha que obedece-la?

Barulho de vidro me faz olhar para cima, uma das janelas é quebrada e algo cai de la, me fazendo recuar vejo o corpo atingindo o solo tão rápido, como o grito que dou ao perceber o que era.

O meu grito chama, atenção de quem quer que seja que invadiu a mansão.

Então a voz sussurra mais uma vez em minha mente; "corra!corra o mais rápido que puder!" E dessa vez eu obedeço.

Corro, como nunca corri na vida em direção a floresta.

•••

A FlorestaOnde histórias criam vida. Descubra agora