02 - Lembranças

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Minhas pernas doíam, estava sem fôlego meus pulmões parecia que iam explodir, todas as minhas articulações queimavam. Eu estava correndo de algo que não conseguia saber o que era, não sabia o que seria de mim, em uma floresta a noite não sabia se alguém havia sobrevivido.

Eu estava perdida! Aquela voz havia sumido da minha mente, estava desesperada por uma direção. Meus pés estavam começando a ficar em carne viva ja que meus saltos haviam ficado para trás, galhos e Mato estavam a minha frente não conseguia desviar e por isso meus braços, e rosto estava com pequenos cortes.

Olho para trás me certificando que estava segura, mas isso foi um erro quando volto a olhar para frente a um enorme galho estava tão perto que não consigo desviar, e o atinjo em cheio me fazendo cair. Não tenho forças para levantar tudo dói, estava sem fôlego, encaro o céu não me lembrava dele estar tão escuro, antes.

A imagem do corpo não saia da minha cabeça Não tinha visto o rosto da pessoa mas eu substitui pelo rosto do meu pai. O desespero, a dor, o medo me faz chorar.

Grito por meu pai. Se eu não o tivesse por perto, queria morrer junto com ele. Ele era a minha única família.
Sou consumida pelo choro. Me abraço ainda jogada no chão, sinto frio, e cansaço me invadindo Aos poucos um sono profundo começa a tomar conta de mim, Então apago mais uma vez.


                                   *

Mas agora era diferente, eu estava em um longo Campo estava de noite mas não estava escuro. Não tinha nada, e nem ninguém apenas eu. Era um sonho mas ao mesmo tempo não parecia. Parecia que eu estava no meu subconsciente.

A voz surgiu mais uma vez.
"Você precisa se lembrar. Preciso que se lembre, daquela vez quando se perdeu." Porque?  "Só assim salvará todos que amam, seu pai precisa da sua ajuda. Lembre-se."

Acordo assustada, suada e com tanta lembranças que me deixa tonta. Olho ao meu redor, não estava mais na floresta parecia que eu estava em um quarto, olho para minhas mãos ao notar que elas não estavam mais ardendo, não tinha mais nenhum arranhão, nada, parecia que eu nunca havia me machucado. 

Olhando melhor para o quarto, ele era familiar, eu tinha estado aqui sabia disso porque aquelas lembranças de quando eu havia sumido na floresta, surgiu. Eu tinha lembrado. Finalmente lembrado, mas eram confusas, muitas coisas não conseguia entender, chegava até ser maluquice as coisas que eu tinha visto. Talvez uma ilusão de uma criança de onze anos.

Mas afinal, o que era isso? Aonde eu estava de verdade?

Desço da cama, e quando meus pés tocam o chão percebo que era terra, todo o quarto era rústico, muito rústico, o ar era úmido e tinha aquele cheiro de terra molhada.

Vou ate a porta, que era grande e esquisita fico com receio de abrir, e encontrar algo que eu devesse me preocupar. Mas tinha que ser feita, precisava de ajuda e respostas, mas antes que eu pudesse abrir a porta ela se abre, revelando algo, ou melhor alguém irreal.
Só podia ser irreal.

"Como Vai? Está se sentindo melhor?"
Minha respiração começa a ficar irregular ao ouvir aquela coisa falando.

Ele se parecia comigo um ser humano, mas sua pele era de Madeira, um pouco mais rústica parecia até com troncos. Seu cabelo era folhas como as que iam no outono e seus olhos tão azuis como o céu.

•••

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