06 - Capítulo Final

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Meu pai não. Eu não podia ficar sem ele.

"Tite faz alguma coisa, por favor."  Suplico.

"Por favor. Podemos resolver isso de outra forma."

"Não existe outra forma a não ser essa." Ele começa a caminhar até meu pai. Tite continua me segurando.

"Me solta Tite." Grito desesperada.

"Se acalma, vamos resolver isso."

A tranquilidade de Tite, estava me deixando louca como Ele podia ficar assim em uma situação dessas?

"Eu não vou deixar eles machucaram meu pai."  Tiro forças que não sei de onde, e me solto de Tite, e corro até do outro lado, ficando entre a criatura e meu pai, no mesmo instante em que a criatura estava pronta para enfiar a lança em meu pai.

Percebo que há algo de errado, quando vejo pavor no rosto da criatura e quando Tite grita meu nome, ele corre até mim, e tudo ao redor começar a ficar em câmera lenta, uma dor aguda surge um pouco mais abaixo do meu peito, então eu percebo o que havia acontecido.

Meus joelhos começam a ceder e sinto o gosto metálico em minha boca.

Tite consegue chegar antes que eu caísse no chão. "Vai ficar tudo bem." Tite me segura  fortemente a dor estava me consumindo. Sinto o sangue em minhas mãos. Doía muito.

"Eu não tive culpa, ela entrou na frente. Não tive culpa." A criatura que estava segurando a lança repetia sem parar enquanto os outros se afastavam de nós.

"Meu pai." Digo, sentindo O sangue em minha boca, sem força A lança continuava cravada em mim.

"Ele vai ficar bem. Eu vou tirar a lança de você, ok?" Tite diz, eu não tinha certeza se iria resolver alguma coisa, o mal ja tinha sido feito.
Tite conta até três, e retira a lança e eu me contorço de dor, cuspo mais sangue.

Minhas pálpebras estavam ficando pesadas, eu sabia que Quando eu fechasse meus olhos seriam pra sempre.

"Você não vai morrer." Tite tenta me tranquilizar. Mas eu podia sentir a verdade.

Vou sim. Digo a ele por pensamentos. Não consigo manter mais meus olhos abertos, eu os fechos e escuto a voz Do meu pai, seu  desespero. Tento acordar mas era tarde e dizer a ele que tudo ia ficar bem.

*

Uma sensação de leveza e bem estar me invade a dor que eu sentia tinha sumido. Eu estava leve como as folhas das árvores.
Mas essa sensação não dura muito, começo a sentir frio, e uma voz estava me chamando, cada vez mais que eu procurava por ela, mais alta ela ficava. Então eu reconheci a voz, era meu pai.

"Jhenny acorda! Vamos mocinha, acorda."

Acorda  sobressaltada, assustada confusa e sem ar é como eu me encontro. Olho para frente e vejo meu pai me olhando preocupado. "Você está bem filha?" Olho ao meu redor e vejo que eu estava no balanço, a mansão estava acessa e podia ouvir a música alta vindo de la. Volto a olhar para meu pai, ele parecia estar bem. Ele estava bem!

Olho para floresta, confusa. Tudo tinha sido um sonho?
"Você está me assustando Jhenny. Fala alguma coisa?"

"A quanto tempo eu estou aqui fora?"

"A mais de uma hora. Vamos entrar está esfriando."  Meu pai me ajuda a levantar, Eu estava tão atordoada tudo aquilo tinha parecido real, muito real.

Como isso era possível?

A todo momento eu olhava para floresta, atrás de algum indício de que provasse que era verdade tudo o que eu tinha visto.

Antes de entrar na mansão consigo ouvir aquela voz;

"Você precisa nós ajudar."


•••

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