Capítulo 3: Elivagar

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Onde nos deparamos pela primeira vez com nosso trio de protagonistas: Kara, Tyr e Uller.


Do outro lado do oceano, no hemisfério ocidental, ficava o outro continente habitável de Midgard, Folkvang. Apesar de ser apenas pouca coisa menor que Vahalla em extensão, este continente abrigava apenas quatro países. Gimle, na parte norte, era o mais extenso e também se tornou o mais desenvolvido após sua independência ao fim da Segunda Era. E procurou ajudar outros povos a fazerem o mesmo. Diferente de Valaskjalf, Gimle adotava um regime presidencial democrático, com um presidente sendo eleito a cada 5 katuns.


Ao sul, ficava Sobek, lar dos Varany, lar dos homens-répteis. Apesar de terem alcançado relativo desenvolvimento, os Varany ainda preferem um modo de vida primitivo e adotam uma monarquia deveras incomum. O Rei Varany pode ser desafiado a qualquer momento por outro membro da espécie que queira tomar o seu lugar.


Ainda mais ao sul fica Nova Midgard. Ninguém sabe ao certo o que se passa lá, apenas que hoje em dia é o retiro dos Mekhollens, raça de homens mecânicos que conquistou sua liberdade num período relativamente recente da história de Midgard.


E finalmente, a oeste de Gimle fica o pequeno país de Yggdrasil. Ele é o lar de uma facção dos Druidas que procura viver em paz, sem muitas relações com o resto do mundo. Possuem uma cultura de subsistência e o governo é composto por um conselho que se reúne apenas quando necessário.


Os Druidas são uma organização muito antiga, com origem em Breidablick na Primeira Era. Eles foram os primeiros seguidores de Balder e acabaram fundando uma Ordem dedicada a estudos e à compreensão da natureza. Com o passar do tempo, os ramos de conhecimento foram se expandindo e houveram aqueles que passaram a se dedicar a artes místicas, concomitantemente com o estudo das forças primordiais do Universo.


Assim, os Druidas dividiram-se entre os Filid e os . Os primeiros acreditavam que o propósito do homem não era apenas estudar a natureza, mas manipulá-la, controlá-la a seu bel-prazer. Os segundos consideravam esta ideia uma blasfêmia, afirmando que os Druidas deveriam se dedicar apenas ao estudo da natureza e a registrar a História de Midgard.


Este cisma ocorreu ainda na Segunda Era, quase na mesma época em que Gimle conquistava sua liberdade. Percebendo ali uma oportunidade, os Filid emigraram de Vingolf, então sede da Ordem Druida, para o novo continente e requisitaram ao governo Gimlês um território que pudessem usar como seu país. O governo atendeu ao pedido e assim nasceu Yggdrasil.


Os estudos dos Filid evoluíram a tal ponto que eles atingiram total domínio sobre as forças fundamentais – gravidade, eletromagnetismo e força nuclear. Alguns estudiosos mais dedicados conseguiam despertar a habilidade de até mesmo controlar tais forças com a vontade da mente. Bem, ao menos as duas primeiras. Controlar a força nuclear forte ou fraca não era tão simples e até hoje, ninguém fora tão longe.


É claro que isso não foi possível apenas com o estudo da Ciência, mas também de artes místicas e marciais. É um treinamento que exige muitos katuns e dedicação, por isso os alunos escolhem apenas uma entre duas forças como foco de estudo: gravidade ou eletromagnetismo. Controlar essas duas forças conjuntamente provou-se ser uma tarefa impossível.


Kara era uma aprendiz das forças gravitacionais. A gravidade, sabe-se, é na verdade uma curvatura no espaço-tempo. O que Kara consegue fazer é provocar deformidades no tecido da quarta dimensão, o que lhe confere habilidades bastante interessantes, como telecinésia ou levitação. Controlando a gravidade de um objeto único, ela pode esmagá-lo facilmente aumentando sua gravidade, ou é capaz de proezas incríveis tornando sua própria gravidade mais leve.

O Sopro do Gjallarhorn: Uma Odisseia pelo Sistema TRAPPIST-1Onde histórias criam vida. Descubra agora