eu me chamo Alice

capítulo:2

Cheguei em casa chorando e a primeira coisa que me veio na cabeça era ligar para Henrique.
Eu estava parada perto do sofá com lágrimas no rosto, meu rímel estava ficando borrado, eu estava tentando parar de chorar mas cada tentativa era mais uma lágrima que caía.
Eu ouvi alguns passos da cozinha até onde eu estava e do nada alguém pega no meu ombro, uma mão quente que passou carinhosamente no meu braço.
-filha? O que você tem para chorar tanto assim? -minha mãe pergunta.
Eu me virei olhando em seus olhos
-mãe, eu não trabalho mais na loja de roupas, ela entrou em falência. Mãe o que vamos fazer? Eu sou o sustento daqui de casa, mesmo o meu pai mandando um pouco de dinheiro para comprar seus remédios mais caros, o meu salário é preciso para sustentar aqui em casa.
Eu respondi e comecei a chorar ainda mais.
-filha vamos se sentar no velho sofá- diz ela- não se preocupe minha pequena, tudo vai dar certo, Deus esta conosco.
-mãe, eu te amo muito!
Abaixei a minha cabeça muito triste.
-Alice eu também te amo minha filha.
Nós se abraçamos e fiquemos ali por alguns instantes.
Depois que chorei muito levei a minha mãe em seu quarto para dormir, ela estava muito cansada. Percebi que naqueles dias ela estava melhorando.
Emanuel aquele babaca não chegou ainda em casa e a atitude dele está me tirando do sério, ele simplesmente abandonou nós duas para ficar com aquelas pessoas que nem se quer são amigos verdadeiros dele.
Eu estava muito nervosa mas resolvi me acalmar lendo uma revista sentada no sofá, quando de repente ouço a campainha, logo vou atender pensando que podia ser Emanuel.
Quando abro a porta, nossa um sorriso encantador, era Henrique.
-olá Alice -Henrique me cumprimenta
-o que está fazendo aqui? -pergunto
-eu vi você correndo na rua e parecia que não estava nada feliz.
Eu convidei ele para entrar e ele sem pensar duas vezes entrou e sentou logo como se fosse uma visita bem vinda.
-sua casa é bonita - ele diz olhando em todas as partes.
-hum
-então vai me explicar por que estava correndo igual a uma louca? E antes de você me dizer que estava te seguindo eu não estava Okay? Eu acabei te vendo porque estava no escritório do meu pai.
Eu me sento perto de Henrique e fico o olhando.
-bom, eu fiquei sem emprego agora, a loja entrou em falência e eu tive que ser mandada embora, agora eu não sei o que fazer.
-mas por que? Você só precisa estudar e não trabalhar.
Ele chega ainda mais perto de mim
- na verdade não, eu preciso sustentar a minha família, a minha mãe não pode trabalhar porque tem um tumor, Emanuel? Agora só quer saber dos seus amigos, meu pai? Bom ele até que manda dinheiro mas é só pros remédios mais caros da minha mãe.
-seu pai não mora com vocês? - Henrique se espanta.
-não, meu pai se separou dela quando soube que estava grávida do Emanuel. Ele não queria cuidar de mais uma criança.
Quando parei de falar percebi o quanto ele estava lindo.
-meu pai quer uma moça para trabalhar na minha casa, bom pra marcar as viagens dele e atender os telefonemas as vezes até preencher alguns papéis até porque ele não tem tempo pra isso.
Ele pega na minha mão de uma forma delicada a massageando.
-eu posso tentar prometo que serei uma ótima funcionária.
-ótimo Alice, então vamos lá - ele se levanta e estende seu braço
-agora? -pergunto
-agora meu amor, agora mesmo.
Eu dou uma leve risada, estava um pouco envergonhada.
Ele abre a porta do seu carro para eu entrar, cada vez mais com vergonha.
Nossa eu não estava nada bonita... Estava com uma roupa normal, meus cabelos soltos e nenhuma maquiagem.
Entrei no carro e logo partimos para o escritório do pai de Henrique.
Depois de um tempo não muito longo cheguemos ao local.
Ele parou em um prédio onde era o escritório do seu pai, aliás muito bonito.
Entremos e se direcionemos até a sala do senhor Bernardo, já que eu estava com Henrique o filho dele eu tinha como entrar a hora que eu quisesse.
Henrique:
Nem estava acreditando que Alice estava ali, nossa acho que estou gostando dela mesmo sabendo que não é uma paixão correspondida.
Cheguemos na sala do meu pai que veio ao encontro de nós dois com os braços abertos.
-filho querido você novamente aqui, que surpresa boa - ele diz e me abraça.
-pois é pai
- e essa garota bonita quem é? -ele pergunta estendendo sua mão para cumprimenta-la
-nossa que distração minha, bom pai essa é Alice uma amiga do colégio -eu olhei para ela e percebi que ela não gostou do que eu falei - pai ela quer trabalhar lá em casa já que esta sem um, pode confiar nela, muito responsável e confiável.
-hum olá Alice tudo bom? Já percebi que é uma menina muito bonita e parece ser muito responsável, meu filho já explicou como funciona esse trabalho? -meu pai pergunta
-sim senhor Bernardo já sei de tudo, foi um prazer conhecer o senhor e tenho certeza que me darei muito bem nessa emprego.
Alice sorriu e eu não conseguia parar de olhar para aquele sorriso, maldito sorriso.
-bom, eu acho que não precisamos de mais nada se meu filho falou bem de você confio nele, amanhã mesmo você pode começar a trabalhar -meu pai diz.
-claro que sim senhor -Alice fala com uma certa felicidade.
Até que enfim tudo resolvido e Alice vai começar a trabalhar amanhã na minha casa.
Se estou feliz? Você nem imagina o quanto.
Deixei ela na sua casa, ela foi abrir a porta do carro mas quando foi sair me olhou
-muito obrigada Henrique, se não fosse por você não sei o que ia fazer.
-não precisa agradecer, tudo que for possível eu vou fazer por você.
Sorrimos e ela me deu um beijo na bochecha que na mesma hora ficou corada, ela saiu do carro e eu a fiquei olhando até entrar dentro da sua casa.
Ela era tão linda, seu corpo era lindo e tinha me conquistado, eu queria ela só pra mim. E aquele cabelo solto que balançavam com o vento calmo, Aaah ela me fazia delirar.
É Henrique sem chance você já está apaixonado, mas não pode falar isso pra ninguém, ainda não é hora de contar seus sentimentos para os outros até porque todos acham que não tenho sentimentos.
Quando ela entrou na casa eu liguei o meu carro e fui para a minha casa que não era muito longe dali.