Capitulo I

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Comecei a sentir o frio me cercar e levantei, abruptamente, como toda manhã.
Após sair do meu pequeno apartamento em Toronto, passei a procurar um táxi nas ruas frias em que passava toda manhã, com o meu vizinho Carl acenando para mim, e com o cheiro do Chocolate quente que minha vizinha Suzi prepara todo dia. Um dia comum, como todos os outros. Estava atrasada para o trabalho, como sempre, acenei para um táxi que passava a metros de mim, ao ver ele parar, sentei no banco do passageiro, passei o endereço e percebi que recebia uma ligação de Anne, minha ex-namorada, travei a tela, era desnecessário como ela me perseguia. Bufei, vendo o taxista olhar para trás atentadamente. Abriu a boca para falar e a fechou novamente. Era um senhor aparentemente com lá seus 50 anos, um bigode muito bem feito, e uma expressão tensa. Até que ele resolveu falar.
- Olha, eu não sei o que se passa, mas eu sei quem você é, e só tenho que te falar uma coisa: você só sabe sua real força quando precisa ser verdadeiramente forte. Boa sorte Vitória.
Respirou fundo. Parou o carro. Mesmo confusa, paguei a corrida, agradeci, e sai do carro o mais rápido possível. Não sei como ele sabia o meu nome, mas frase que ele me deu eu já conhecia e já a tinha testado eu mesma. Sabia minha força, mesmo sendo nova já tinha passado por dificuldades, como todo mundo. Mas esse homem me deixou com uma grande dúvida: como ele sabia meu nome?
Ao entrar na cafeteria em que trabalho, fui diretamente para o banheiro, tinha o estranho costume de me olhar no espelho quando precisava pensar, parece uma conversa silenciosa comigo mesma. Me olhei no espelho. Meus cabelos escuros e olhos castanhos estravam contraste com minha boca e pele pálida. Minha feição estava tranquila, é difícil algo me fazer sentir medo e não foi agora que isso aconteceu. Tentei pensar em uma resposta racional para o acontecido, encontrei várias hipóteses e nenhuma resposta, nada racional, que pudesse estabilizar meus pensamentos. Até que lembrei do que meu tio me disse a anos atrás: não tente entender nada, deixe as coisas estarem e se elas precisarem que você saiba a resposta, ela vai aparecer, assim, naturalmente. Respirei fundo e repeti essa frase mentalmente. Me olhei no espelho pela última vez, peguei o avental, conversei com alguns outros funcionários da cafeteria e fui atender minhas mesas.

Espero que tenham gostado!
13/04

O NomeOnde histórias criam vida. Descubra agora