PRÓLOGO

33 2 0
                                    

ANO DE 1826

-Você acha que fazer isso é realmente necessário, Alteza? - perguntou um homem baixinho e gorducho, estava uniformizado, parecia a um garçom. O gorducho estava tremulo quando perguntou à sua Rainha, Suzana.

-Se farei é porque eu acho extremamente necessário, Oton - respondeu a rainha com desagrado. Ela era alta, seus cabelos negros e ondulados balançavam em sincronia com o vento que entrava pela janela.

Por um instante Suzana hesitou, não tinha certeza ao que iria fazer naquele momento, mas a sua lembrança se tornou clara. O criado e sua Rainha estavam em uma carruagem preta em uma estrada deserta. Muito deserta. Haviam mais quatro pessoas com eles; dois garotos e duas garotas, os quatro pareciam muito novos, aparentavam ter, cada um, dezenove anos de idade. Logo a carruagem parou, parecia que haviam chegado ao seu destino, a estrada havia acabado, estavam defronte à uma floresta totalmente ampla e verde. Cada folha de cada árvore parecia ter um brilho próprio com o sol do amanhecer, estava tudo tranquilo. 

Suzana pegou algo que ela havia usado para pender o cabelo durante a noite, era uma varinha, uma varinha de madeira negra muito bem desenhada e que tinha um brilho na sua ponta, a Rainha ainda tinha um pouco de incerteza, mas o que ela iria fazer era necessário. Os seis estavam dentro da floresta e seguiam a Rainha, ela procurava um carvalho, na verdade centenas de carvalhos. A Rainha Suzana cortou o dedo indicador da mão esquerda com a ponta de uma adaga que Oton carregava na cintura, e limpou o dedo com gotas de sangue em um enorme carvalho desenhando uma folha, o carvalho parecia ser muito velho. Suzana tocou com a ponta da varinha no desenho de folha que havia feito com o próprio sangue. O desenho adotou um brilho verde e a floresta começou a tremer. 

-Vocês sabem o que irão fazer quando eu morrer, não sabem? - A Rainha perguntou aos quatro jovens confusos que tremiam sincronizadamente com o solo que que pisavam. 

-Sabemos. - concordaram Tyson, James, Aila e Ashe.

-Majestade, esta é a minha deixa? - Perguntou Oton.

-Sim, Oton, esta é a sua parte - Respondeu a Rainha com veemência.

Oton foi a um dos carvalhos distantes em que uma segunda folha desenhada brilhou, o criado colocou a mão em cima da folha e começou a sumir com um brilho muito forte, um brilho verde e forte. Enfim Oton sumiu. Suzana abraçou cada um dos jovens após ver a cena distante de seu criado sumir.

-Sabem o que fazer! Montanha, Floresta... - A Rainha disse aos jovens com um tom de tristeza. A mulher de cabelos negros tocou na folha que havia feito, seu corpo começou a se desintegrar em folhas brilhantes que foram ao céu em uma explosão, então as folhas começaram a cair por toda a floresta. 

Um brilho muito forte começou a raiar, de supetão Tyson e Aila foram empurrados para uma montanha alta que possuía uma nuvem negra em cima. James e Ashe foram empurrados pelo brilho até um toco de árvore no meio da floresta. Os quatro jovens ficaram desacordados onde estavam. 

Enquanto os jovens dormiam algo surpreendente acontecia. Onde estavam os carvalhos apareceu uma folha em cada um deles. Distante, nos Morros Altos começaram a surgir casas magnificas de rochas e de outras matérias e no topo surgiu um enorme castelo negro, e no topo dele, no topo da mais alta torre, dormiam Tyson e Aila em uma enorme cama, em um enorme quarto. No coração da Floresta começou a emergir da terra um grande castelo nas cores creme, verde claro e dourado, e haviam casas surgindo ao redor, o castelo era magnífico, tinha um tom medieval com paredes de mármore creme, telhados verdes e entalhações e muitos detalhes dourados. Na torre mais alta deste castelo dormiam James e Ashe em um quarto super confortável.

Ao norte haviam surgido fontes de águas claras e cristalinas, cercadas de grutas e pequenas árvores. Dentro das grutas dormiam ninfas de extrema beleza, e os carvalhos com folhas entalhadas se transformaram em garotos tão belos quanto as ninfas, eram os Troncosos. 

Assim surgiu Floresta, com dois reinos distintos, Arbórea e Morros Altos, com dois povos sobrenaturais distintos, as ninfas e os Troncosos. Tudo havia mudado, a antiga floresta deserta havia se transformado em dois reinos, com dois povos sobrenaturais, com duas populações de casas, com grutas, fontes, cavernas e árvores mágicas. Tudo no lugar havia mudado até o grande carvalho em que Oton se transformou havia se tornado ainda maior, porém uma coisa não havia mudado, a varinha de madeira negra estava no mesmo lugar em que a rainha havia se transformado em folhas, repentinamente a varinha sumiu. Em um novo dia os reinos acordaram.

FLORESTA - A descoberta de AmberOnde histórias criam vida. Descubra agora