Cambio de emoções- Parte 1

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Estava prestes a fazer 18 anos quando recebi a
notícia: meu sonho iria ser realizado. Sim, eu iria fazer um intercâmbio.
Animado com a notícia corri para o meu quarto liguei o computador e comecei no
mesmo momento a pesquisar cidades das quais eu me interessaria a ir. Isso nunca
foi um problema para mim, sempre fui fã de todo o mundo, de repente fui parar
no site da prefeitura da Irlanda. Uma tal de uma cidadezinha chamada Killarney
parecia bem agradável, no começo. Na manhã seguinte me juntei a minha mãe e
fomos até uma agencia marcar a viagem e o programa desejado: estudar história.
A minha família nunca teve ótimas condições, nunca me faltou nada, porém eu sabia
que não podia extrapolar os limites da conta bancária de minha mãe, por isso
sempre fui um garoto centrado. Pensando nisso decidir fazer um programa a mais,
eu estudaria em uma faculdade local e moraria na casa de alguma família onde eu
trabalharia de baba para a família que me acomodasse. Sempre amei crianças e isso não seria um problema para mim
Estava tudo decidido eu ia mesmo estudar em outro país. Na noite que antecedia a
viagem flagrei minha mãe chorando no quarto, perguntei a ela se ela estava
triste por eu partir, e reforcei que seria por pouco tempo a faculdade
geralmente leva três anos e assim que eu pegasse o diploma eu estaria de volta
para casa, mas isso não pareceu confortá-la. Ela me contou que não era isso, e sim que naquele dia, especificamente naquele dia fazia 3 anos desde a morte do meu irmão. E que ela não aguentaria se acontecesse algo comigo pois ela não aceitaria perder outro filho.
Quando finalmente consegui fazer com que ela se acalmasse já estava amanhecendo. Fui ao meu quarto e tomei um banho até porque já estava tudo pronto. A mala arrumada, a passagem separada, e eu devidamente arrumado e mentalmente preparado. Eu nunca passei mais de um mês longe da minha família e agora teria que passar 3 anos, sabia que não seria fácil mas era necessário.
Fomos até o aeroporto apenas eu e meu pai. Embarquei as 9 e não sabia que horas iria chegar na Irlanda mas estava muito animado com isso. Entro no avião e começo a admirar tudo que vejo, do chão até os compartimentos de bagagem acima de mim. Em todos os meus 18 anos eu nunca andei de avião, no máximo um ônibus mesmo. Tudo era novo para mim, só que essa experiência eu não pude aproveitar por muito tempo. Eu dormi como se aquele avião nunca fosse pousar, eu não tinha dormido direito por causa da minha mãe e agora que me restava esse tempo livre eu não queria desperdiçar. Coloquei meus fones e dormi. Quando o avião pousou, eu pensei já ter chegado e corri para admirar a cidade mas não era como eu via nas fotos tinha um ar diferente. Era frio, abafado e cheio de prédios... Fui para o salão principal esperar minha bagagem e quando ela não chegou,eu percebi que eu ainda estava na Inglaterra. Minha viagem tinha escala e eu esqueci disso. Não podia sair para explorar porque meu próximo avião sairia daqui a meia hora então eu fui até uma cafeteria ali perto e me sentei para esperar o tempo passar.
Um moço esbelto me chamou a atenção tinha mais ou menos 1.80 e cabelos castanhos escuros tinha também um porte atlético que me fez suspirar, eu não podia deixar a situação passar e sentei-me junto a ele no balcão pedi um café e começamos a conversar. Me apresentei devidamente e ele me disse que o nome dele era Brian (igual ao daquele ator lá). Após uns 10 minutos resolvemos sair para o saguão e aí aconteceu, ele me agarrou e começamos a nos beijar ferozmente e quando um outro passageiro se esbarrou na gente foi que percebemos que estávamos no meio do aeroporto. Ele me puxou pelo braço para o banheiro e entramos numa cabine única. Começamos a ter um contato físico que eu nunca havia passado ele arrancou a minha blusa quase que a rasgando e eu fiz o mesmo com a dele. Sem parar com os beijos ele abaixou a calça e eu senti algo a mais naquilo tudo. Quando estávamos no ápice da relação alguém bate à porta, era um guarda do local reclamando da nossa situação não ser conveniente para a ocasião, muito constrangidos com aquilo tudo nós nos vestimos e saímos como se nada tivesse acontecido.
Nos separamos no mesmo instante cada um para um lado sem explicações, eu queria pelo menos relatar sobre a experiência incrível que tive com ele, mas Brian não quis nem olhar para a minha cara, e depois do ocorrido preferi respeitar seus atos.
Segui meu caminho até o avião novamente e decidi que não iria dormir dessa vez, iria aproveitar a viagem - não sei como - mas ia.
Comecei com um livro, depois tirei fotos tanto da janela quanto minhas (para mostrar a minha mãe), posteriormente já não tinha ideia do que fazer então coloquei uns fones que eles davam no avião e pluguei ao meu iPhone. Dormi sem perceber, mas ao acordar eu não estava no avião, -tá eu estava no avião- mas ele não estava no ar. Eu estava na terra e tinha algo bem estranho, o avião estava aberto, mas não do tipo com a porta aberta e sim o avião aberto, tipo cortado ao meio. Eu conseguia ver a cabine do piloto mas ela estava afastada como se um raio estivesse passado no meio e cortado o avião em dois. Não tinha rastro dos outros passageiros, me soltei do sinto de segurança e fui até a abertura (se você já andou de avião você sabe a altura daquela coisa) e tentei pular, mas minhas pernas fraquejaram e acabei tombando para fora.
Não consigo entender como isso aconteceu, se o avião tivesse realmente caído eu teria sentido o impacto e acordado, mas agora não penso em mais nada só em como irei sair dali. Corri pela faixa de areia e não encontrei nada, como Ainda era de manhã ( assim eu pensava) eu pensei em entrar num pedaço que mata que tinha ali e assim fiz.
O medo só aumentava a cada passo, até que ouvi um barulho um tanto quanto estranho para uma ilha, uma TV ligada. Eu poderia dizer que eram pessoas conversando mas eu tive certeza que era uma TV quando ouvi uma frase de um seriado que eu costumava assistir, não pensei duas vezes e corri para o local de onde vinha o som.

EncontadoOnde histórias criam vida. Descubra agora