Capítulo 4.

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A vida é dada como um presente para alguns, mas para outros é dada como uma bomba.

Minha vida era um presente antes do Alex, após aquele garoto fazer o que fez, minha vida se tornou uma bomba.

Toda vez que eu passava, os garotos me chamavam de gostosa, me enviavam bilhetes anônimos falando coisas pornográficas, me chamavam para a casa deles e até ofereciam dinheiro.

Eu chorava por todos os cantos da escola. O que eu podia? Até as paredes do banheiro feminino estava escrito com letras grandes.

Elisa McCarthy é uma vadia!

Eu deixei de ser apagada e virei estrela na escola, mas se fosse pelo menos por algo bom...

Rafael era o único que conversava comigo, mas vivia estranho, ele com certeza achava que os boatos eram verdadeiros.

O que levaria alguém a transar em público? Por que quando um garoto transa com uma garota, ele fica com fama de transudo e fodão e a garota com fama de biscate e vadia?

Como sempre, o tempo passou e as pessoas esqueceram. Não tinha mais comentários sobre aquilo, mas ninguém estava com vontade de falar comigo, nem Rafael.

Mas você apareceu, vestida com um casaco marrom, short jeans e uma sandália. Fazendo força para abrir seu armário, completamente sem paciência.

Lana Winters, essa é sua!

Como toda aluna nova, estava passando por um leve sufoco no armário escolar, assumo que já passei por isso e não dei nenhuma risada, diferente dos outros que davam gargalhadas.

Eu te ajudei, abri o armário para você, rolou até apresentação, você se apresentou pra mim e me deu um abraço como agradecimento.

Por sorte, você caiu nas mesmas salas que eu, ficamos tão próximas, você era uma garota atenciosa, amiga, engraçada, acho que posso dizer que éramos parecidas.

Mas você estragou tudo! Estragou tudo naquela segunda!

Éramos quase melhores amigas, todas as tardezinhas íamos para a cafeteria, você costumava tomar um café triplo e eu vivia revezando nos sabores. Virou um tipo de pacto, todos os dias ir para a cafeteria.

Até que um dia você faltou, eu te vi na aula, mas onde estava você? Não apareceu na cafeteria.

Eu estava começando a considerar Lana uma amiga verdadeira, não liguei para isso. Aquilo começou com mais intensidade, nos intervalos de aula você sumia, não aparecia na cafeteria, eu estava realmente triste como antes.

Existem pessoas que são como um fogo de artifício, colorido, animador, que traz uma felicidade. Mas logo some, fazendo tudo voltar ao normal.

Você é um fogo de artifício Lana Winters.

Me humilhei e fui atrás de você, procurei pela escola toda, parecia que éramos crianças e estávamos brincando.

Te achei, acompanhada por Rony Evans e Aubrey Banks, vocês pareciam íntimos. Quando me viram, simplesmente debocharam. Rony sussurou algo, você riu e me chamou de vadia.

Dias depois, por coincidência, o garoto que você gostava pediu para ficar comigo, lembra de Henrick Lomber.

Alguns boatos de que o beijo tinha acontecido espalharam pela escola, você veio acompanhada por Rony e Aubrey.

Você cuspiu no meu rosto, me chamou de falsa e de vadia.

Como eu seria falsa? Você me abandonou primeiro! Você me chamou de vadia, achando que era brincadeira! Se você não tivesse me deixada, sua cabeça estaria no lugar, você saberia que aquilo eram boatos...

Você não me deu um tapa, nem um empurrão, você me fez desabar, cuspiu no meu rosto! Simbolizou nojo, ódio, quis me humilhar, me deixar mal!

Você me deixou pior que antes Lana! Eu não fiz nada, mas mesmo assim, me senti um lixo desse dia em diante!

Born To Die • rafael langeOnde histórias criam vida. Descubra agora