A revelação que nunca foi dita

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George, o jovem que era apaixonado por histórias em quadrinhos, séries e filmes, não era próximo de April, o foco principal daqueles assassinatos que estavam ocorrendo. Mesmo não sendo tão amigo da garota, ele tinha contato com ela. A pessoa com que George mais era visto junto, era Liam. Os dois eram amigos desde a infância, e Liam não parecia muito sociável. Seu amigo George era o único com quem ele conversava.

Percebendo o grau dos assassinatos de Ethan e Elliot, George pensou em recolher pistas para ver se conseguia descobrir quem era que havia matado eles. Com isso, além de ajudar a polícia nas investigações, ele iria ser notado por todos na cidades, coisa que ele desejava muito.

Ele iniciou suas pesquisas, teorias e sua própria investigação. No dia em que recebeu a notícia de que April tinha sido atacada em sua própria casa, George conseguiu mais informações, o que lhe foi muito útil. No dia seguinte, ele passou a tarde toda pensando em todos aqueles que poderiam ter um motivo para perseguir April, e até mesmo matar alguém.

Após tantas horas raciocinando na sua cabeça, o jovem investigou tudo o que sabia do passado de April e o que sabia do passado da mãe da garota. Mesmo com poucas informações, ele conseguiu finalmente, achar quem teria um motivo para isso. Como tudo o que sabia, George tentou contar para seu amigo, Liam, que como a grande maioria das vezes, não deu atenção. Estava ocupado demais fazendo coisas que ao olhar dele, eram mais interessante.

A única pessoa que teria interesse no resultado em que George chegou, era April e o xerife da cidade. O mais aberto para receber a informação da identidade do assassino, era April. Talvez fosse um pouco difícil, principalmente depois da notícia da morte de Logan se espalhar tão rapidamente pelos jornais e redes sociais.

George saiu de casa e foi para o Hospital, onde April se encontrava tratando os ferimentos que teve na luta corpo a corpo com o cara de fantasma.

+++

Quando chegou à porta do hospital, George respirou fundo e entrou no prédio. Falar com April o deixava nervoso, e o mesmo não queria incomodá-la, principalmente, em um momento em que ela estava de luto, após perder o seu melhor amigo.

Ele procurou a menina e a encontrou em um quarto de hospital. Ela não estava deitada na cama. Apenas havia um enfermeiro colocando um curativo em uma região em que a mesma tinha ferido, e alguns amigos da mesma no local. Dentre eles, Mason, Jodie e Laura. George esperou o enfermeiro sair e entrou no quarto, juntamente aos três amigos, que deixaram April ficar sozinha por um tempo.

— Bom, olá! - Ele disse enquanto caminhava lentamente em direção à April

— Oi, George.

— Como você está?

— Eu... Creio que poderia estar melhor...

— April, sabe quando as pessoas dizem que sabem como você se sente, mas não fazem a mínima ideia de como você se sente? Eu sei como se sente!. - George ficava ao lado dela, olhando para a mesma. - Sinto muito pelo Logan.

— Obrigada. Apesar de tudo o que está acontecendo, acho que é bom ficarmos menos tempo fora de casa. Você veio sozinho?

— Sim. Aliás, eu preciso falar com você sobre uma coisa. - Ele tirava de seu bolso uma folha de papel dobrada. Nela havia algumas anotações. - Acho que descobri quem cometeu esses assassinatos.

— Olha, George, desculpe mas eu não quero falar sobre isso agora. - Ela dava um suspiro. Naquele momento, a última coisa que ela queria se lembrar, era da máscara do assassino.

— Calma, isso pode ajudar. Se mostrarmos aos policiais, eles só precisam prender a pessoa que está por trás disso tudo.

— Se quiser, mostre você. Eu não preciso saber de nenhuma informação, que eu nem sei se é confiável. Até mais, George. - April, irritada com o que ouviu, saiu do quarto. A mesma já estava liberada para ir para casa.

George ficou um pouco sem graça. Não esperava que a reação de April fosse tão negativa. Sem ter mais com quem compartilhar a informação, ele resolveu seguir o que a menina tinha dado. Logo, ele saiu do quarto, e foi para a delegacia.

+++

Para sair do hospital pela saída principal, era preciso passar por milhares de pessoas, que estavam ali para ver como se passava April. George pensou que se fosse embora pela garagem, seria mais rápido.

Quando subiu no elevador, ele ainda ficou por um tempo pensando em tudo o que April falou. Talvez, ele realmente tivesse forçado demais, e aquele poderia não ser o momento. Quando o elevador parou no primeiro andar, ele saiu. A garagem estava com alguns carros, dentre eles, vans e motos. Era tarde da noite, e ele tinha a certeza de que sua mãe iria se preocupar se o mesmo chegasse antes das 24h. Logo, George andou mais rápido pela garagem que estava aparentemente, vazia.

Enquanto seus pés eram postos um a frente do outro, ele olhava para frente. Até que um som foi ouvido. Era o barulho do toque de seu celular. O garoto atendeu, sem muitas preocupações.

— Alô.

— Olá.

— Quem é?

— A April está com você?

— Fui eu que perguntei primeiro, então você que tem que responder primeiro.

— George, cheio das brincadeiras, não é? Olha, eu preciso muito saber. Você estava com a April?

— Acho que ela não quer nada nem comigo, nem com você.

— Não se preocupe. Em breve eu vou mandar uma mensagem para ela. Pode falar a ela sobre isso?

— Sinto muito, mas ela não vai querer ouvir. Sabe, ela não está em um momento muito bom.

— Certo. Então vou mandar a mensagem para ela de outra forma.

Enquanto George falava ao celular com a voz, que para ele, era desconhecida, a porta de uma van branca era aberta atrás do garoto, e de dentro dela, saiu uma mão que estava com uma luva preta. Essa mão puxou George para dentro, de uma maneira bruta, tampando sua boca. Para quem olhasse o automóvel de fora, era visível que algo se mexia com frequência dentro dele. Era George, tentando lutar para sobreviver, pois o dono daquela mão que o puxou para dentro, era o assassino. Após alguns segundos, sangue foi jorrado no vidro da janela, e uma faca sendo segurada enquanto apunhalava alguém era possível ser vista da janela da van.

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April já estava em sua casa. As únicas coisas que estavam acontecendo próximas ao hospital de CottonWood, era a saída de alguns policiais, e uma reportagem que estava sendo feita pelo jornal local da cidade. A jornalista falava a frente do prédio. A notícia era sobre mais um brutal assassinato que tinha ocorrido, e também, sobre a perseguição rápida que April havia sofrido.

Em um instante, uma van branca foi vista sendo movimentada em direção do hospital. Ninguém notou nada de diferente naquele automóvel, até ele não ser parado e bater em uma das entradas do prédio. Todos no local ficaram desesperado com aquilo, e a reportagem que estava para se encerrar, precisou continuar para conseguirem falar sobre o surpreendente acontecimento.


A porta da van foi aberta pelos policiais, e dentro dela, havia o corpo morto e ensanguentado de um adolescente. George foi morto, e seus olhos castanhos continuaram abertos depois de sua morte.

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