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Quatro anos se passaram e Zane conseguiu um lugar pra ficar em uma vizinhança pequena com uma senhora e um senhor que o acolheu e o tratou como filho, apesar de serem humanos e confiáveis, Zane achou melhor não revelar quem era e sua história, só lhes contou que perdeu sua mulher e sua filha em uma acidente de carro.

A dor de não ter visto sua cria e de nunca mais vê sua alfa o fazia doente e triste na maioria do tempo, mesmo com todo carinho e amor recebido dos casal de humanos.

- Zidane, querido, vá com seu pai buscar os repolhos na orta!

Gritou Carmelita arrumando a pequena lojinha de verduras e frutas.

- Sim mãe, já volto.

Diz a beijando nas bochechas gordinhas e já envelhecidas.

Correndo subiu a pequena rua em direção a casa de sua nova família.

Sorriu triste quando passou por um casal com uma criança rechonchuda de enormes olhos castanhos.

- Bom dia, sr e sra Natuha, como está o bebê?

Perguntou simpático para os pais de primeira viagem.

- Está ótimo, nos dando trabalho mas bem.

Riu o jovem de pele escura e de bonita aparência.

- Acredito que sim, preciso ir, até mais!

- Até querido!

Se despediu a alta mulher de cabelos longos e cacheados com seu sorriso branco.
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- PAI!

- AQUI!

Gritou da pequena garagem suja de graxa.

- Precisamos buscar os repolhos na orta da Dona Thereza.

Avisou cobrindo seus cachos com sua touca de lã.

- OK.

Bufou o velho saindo debaixo da velha caminhonete.

- Essa mulher não me deixa terminar nada!

- E o senhor a ama.

- É.- Confirmou sorridente.- Vamos, precisamos obedecer senão sem paz.

Gargalhou abraçando o alfa pelos ombros que se encolheu assustado mas sorriu.

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- Sua comida.

Disse o ômega de semblante nada amigável.

- Recebemos comida boa e com frequência desde sua chegada!

Comemorou Julian o jovem beta agora sem machucados.

- Faço isso porque o merdinha daquele beta me obriga.- Rosna fazendo os alfas sorrirem, apesar do rancor que o pequeno homem destilava, ele era um bom amigo.- Diz ele que prometeu pra um amigo alfa que foi expulso.

Kiara ergueu o olhar esperançosa.

- Zane? Você viu Zane? Ele está bem?

Perguntou jogando seu corpo um pouco mais magro que o normal contra as grades.

- Não conheço seu amigo, só o babaca do beta.

- Como posso encontra-lo?

- O Beta? Se ele te visitar ou o merda do supremo te liberar dessa bosta.

A alfa nem se surpreendia mais com a quantidade de xingamentos soltos pelo menor.

- Não posso morrer aqui.
Grunhiu sentindo seu coração dolorido.

- Aquele velho vai.- Apontou pro alfa magrelo que riu com seus dentes amarelos.- Você pode também.
Riu triste encarando a alfa sorrir de lado rapidamente.

- Só quero que Zane esteja bem... E nossa filha.

- Sua filha morreu, senhora.
Sussurrou o ômega um pouco mais amigável.

- Sinto que não.

- Uma pessoa presa por quatro anos não deveria confiar tanto nos próprios instintos.

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