Part Two

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Andando pelo extenso corredor do segundo andar do castelo, Castiel observava tudo com os olhos azuis curiosos enquanto tirava foto das pinturas belas e até meio macabras que estavam penduradas nas paredes,por cima do papel de parede em tons escuros e listras douradas. A maioria das janelas estavam quebradas e seus estilhaços enfeitavam o carpete negro abaixo de seus pés, o vento faziam com que as cortinas se levantassem alto, se é que podíamos chamar aqueles trapos velhos e rasgados de cortina.

Depois de andar por todo o local, Cas entrou e investigou cada um dos quartos daquele andar mas não achou nada de verdadeira importância ali, em certos pontos de seu tour pelo lugar ele podia jurar ouvir certos risos e até mesmo sentir alguma coisa passar por si várias e várias vezes, aquilo estava o deixando com medo, um sentimento até antes inexistente mas que já começava a se apossar de seu corpo. Não demorou muito para chegar até o terceiro e último andar do imóvel, podendo sentir um cheiro muito forte de algo podre mesmo que já havia sentido esse cheiro nos outros lugares antes,aqui estava mais forte e mais perto de si, ele tentou ignorar mas não pôde então resolveu investigar mais.

Esse andar era muito mais sinistro que os outros, haviam marcas de arranhões na parede que pareciam ter sido feitas por algum animal enorme, por um momento Cas engoliu em seco só de pensar no fato de haver animais selvagens ali,o que era praticamente impossível.O cheiro estava cada vez mais forte, ele estava perto. Ao chegar na metade do corredor sentiu que havia pisado em algo pegajoso,mas não podia ver direto por conta do lugar ser mais escuro,o que o fez pensar na pequena lanterna que estava no bolso de seu sobretudo bege, ele prontamente a pegou ligando a no mesmo instante mirando para baixo podendo observar do que de tratava. Era pele, pele humana estava grudada em seu sapato ele podia julgar que havia muito mais se ele seguisse o rastro de sangue a sua frente, começou a caminhar com cautela seguindo o rastro sangrento ainda com a lanterna iluminando tudo, então estava lá a grande pilha de corpos a sua frente com no mínimo cinco cadáveres começando a entrar em decomposição, o moreno resolveu se aproximar mais com uma das mãos tampando suas narinas por conta do cheiro insuportável e a outra mantendo a lanterna ligada entre seus trêmulos dedos, observou os corpos que estavam pálidos possuindo cortes enormes e profundos no pescoço e tórax, sem falar nas tripas que estavam para fora cobrindo um dos corpos.

Aquilo era a coisa mais horrível que ele já havia visto em toda a sua vida,até pior do que ver Gabriel transando em cima da bancada da cozinha coberto de calda de chocolate, por Deus onde já se viu comparar seu irmão fazendo sexo com aquela carnificina bem ali a sua frente, não era sua culpa ja não conseguia mais pensar em nada a não ser nesse filme de terror no qual ele havia se metido. Por um instante sentiu algo susurrar algo em seu ouvido, o que foi a deixa para jogar tudo pelos ares e começar a correr freneticamente pelo corredor podendo ouvir as portas começarem a abrir e fechar em barulhos altos e estridentes , o vulto passar por si novamente e as risadas macabras altas encherem seus ouvidos. Merda, mil vezes merda, agora ele já pode se considerar um homem morto, ele estava fodido e era sua culpa afinal, mas mesmo com tais pensamentos ele continuou a correr até chegar no pequeno lance de escadas que o fariam ir de encontro ao segundo andar, o qual ele quase teve um infarte ao ver a silhueta de um homem de quase um um metro e oitenta, o encarar, ele mal podia ver sua face pois ele se escondia na sombra e prontamente desapareceu como fumaça, literalmente a sua frente ele não esperou mais e continuou a correr sentindo os quadros irem despencando um a um atrás de si.

Finalmente o último andar onde a lua iluminava quase tudo, ele pode enfim respirar novamente rindo de lado ao ver as enormes portas de entrada poucos metros de distância imaginado estar livre de todo aquele freak show a sua volta, mas a esperança foi por água baixo ao ouvir alguém, alguém não, o demônio tocar de forma fúnebre o piano até um tempo não existente por Castiel, um pouco afastado de si a sua esquerda, a maldita escuridão ainda cobria sua face e Novak ja sentia seu sangue gelar, se pudesse se olhar no espelho com certeza estaria pálido como os cadáveres que achara lá em cima. Essa era sua sentença, morte por curiosidade, sim amigos a curiosidade mata e Castiel estava prestes a descobrir isso, era tão irônico que o monstro que iria matá-lo, estava bem ali tocando uma canção tão sombria como aquelas que tocam em enterros.

Dark Paradise •Destiel•Onde histórias criam vida. Descubra agora