Todas as jovens com suas acompanhantes se retiraram da sala um tanto contrariadas. As mesmas se dirigiram aos seus quartos, menos a princesa Kayla, que foi até o lado de fora, no jardim. Talvez ela estivesse irritada com a delatora da Kendra, ou só quisesse explorar esse lugar que para ela era tão desconhecido e ao mesmo tempo estranho.
A jovem observava que na verdade, esse lugar não poderia ser um jardim, pois não haviam flores ou árvores, só um imenso frio e muita neve — além de arbustos totalmente congelados. Isso deixava esse lugar semelhante a Uro, já que por causa das suas temperaturas os dois lugares não tinham muita vegetação ou flores.
Depois de algum tempo observando tudo, atrás de alguns arbustos congelados ela achou um pequeno jardim recôndito, talvez Kayla tenha sentido a única quentura nesse lugar congelado. Havia algumas rosas, margaridas, jasmins e outros tipos de flores que ela não reconheceu. Estavam todas dentro de uma cúpula mediana de vidro, como uma pequena estufa. Ela abriu as mãos e tocou no vidro, sentindo o calor que estava ali. Era a primeira vez que ela sentia calor nesse lugar, e a sensação fora ótima, talvez por causa do efeito do calor no frio, o que não era costumeiro para Kayla.
Fez uma pequena chama com a mão direita e a colocou ao lado da estufa. A neve envolta se derreteu e ela conseguiu enxergar melhor. Aumentou a chama e viu o suor sair das flores, como se chorassem. A princesa olhou mais de perto para as flores, admirada, tinham tanta cor e emoção, quem teria colocados elas ali? Principalmente, como alguém havia conseguido as flores e feito uma mini estufa?
Kayla queria pegar uma das flores, tocar as pétalas suaves em suas mãos, até que elas se desmanchem, mas seus planos entraram em erupção no momento que alguém surgiu ao seu lado, fazendo a princesa pular de susto. A jovem vislumbrou a expressão do príncipe Kaikus que tinha um sorriso no rosto e um pouco de molho de carne na orelha, bem na ponta da mesma. Ela quis rir, principalmente pelo fato dele ser tão branco que destacava o molho que tinha origem da guerra de comida.
Ela olhou para o cabelo também branco do príncipe que estava penteado para trás, já que estava molhado e algumas gotas pingavam dele. Talvez Kayla tivesse demorado tanto no jardim que nem percebera como o tempo passara, já que o príncipe já havia tomado banho, trocado de roupa e estava ali de pé enquanto Kayla continuava com uma pose rígida e os braços cruzados.
— Lindas, não? — pergunta o príncipe olhando em direção às flores. Kayla sentiu suas bochechas ficando rosadas, e então ela entendeu que ele estava falando das flores.
— Surpreendentes eu diria — responde a princesa enquanto levanta-se e bate em seu vestido que estava com flocos de neve, ela não daria o gostinho de uma conversa amigável com um dos seus inimigos. Talvez se ela o matasse ali mesmo pudesse encobrir as pistas e depois disso não haveria um sucessor em Frigus, o que faria seu reino ganhar a guerra. Mas Kayla sabia que tinha o treinamento adequado, mas nunca havia matado alguém, e ela não desperdiçaria sua habilidade e talento com alguém como ele.
— São da minha mãe. Algo que ela cuida mais que o próprio filho. — Após o príncipe ver a cara de surpresa de Kayla, ele logo tratou de consertar o seu erro. — Me perdoe, isso não foi nada educado.
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Coroa De Guerra (Degustação)
Historical FictionNa atual era de Xênia, a maior guerra já vista se estendia no Continente de Navia, entre as duas maiores potências existentes, o reino de Uro e o reino de Frigus. Uma guerra que todos conheciam, mas ninguém sabia dizer seu real motivo. Em meio a tud...