− Interessante... a sua mais nova ofensa para mim é incompetente. Bom saber, dama exterminadora.
Nem sequer fiquei constrangida. Cruzei os braços e encarei Danilo. Desde sempre eu e ele nos detestamos. E houve uma razão. Ele colocava a culpa em mim, mas era óbvio que a culpa era dele.
− Santiago, que prazer em vê-lo. Será que pode explicar a Renata que você não pode ser o médico dela porque tem ligação com ela etc e etc?
− Poderia. − ele disse isso enquanto beijava Renata no rosto e me encarou novamente.− Mas em nenhum momento isso inclui competência.
− Eu estava apenas sendo hum, como dizer... veemente. −sorri friamente.− Para Renata ter certeza de que você não era a pessoa indicada.− Não precisa mentir, Laura. Eu sei que você pensa e faz propaganda do pior da minha pessoa. Mas, não posso culpá-la. Também não indico meus pacientes que pretendem pedir divórcios para seu escritório, pode apostar.
− Uma pena. Eles perdem uma excelente advogada.
− Vocês precisam ficar sozinhos? Posso pedir para a enfermeira me mudar de quarto.Eu e Danilo nos encaramos constrangidos.
− Perdão, Renata. Vim aqui para ver como você está e lhe dar uma bronca. E, claro, fazer o mesmo que A exterminadora fez, mas ela se adiantou. De qualquer maneira, vim lhe oferecer meu apoio. E ajuda profissional, se necessário. Conheço ótimos médicos, e Laura pode avaliá-los se quiser.
− Não se preocupe, Danilo . Fico feliz que tenha vindo. Mas, embora Laura tenha usado de uma chantagem, irei no médico. Mas... não acho que isso vá me ajudar. Eu o perdi e tudo o que quero é ficar com ele.
− Deixa de besteira, Renata.
− Você precisa superar querida... e isso nem sempre é fácil. Eu adorava Camilo, ele foi um grande amigo. Mas partiu. Você...− ... Tem que conviver com isso. Eu sei, Danilo, eu sei. Mas quem disse que eu consigo? – Renata revirava os olhos ao completar a mesma sentença que tantas vezes á havíamos discutido.
− Você conseguirá. – Parecia que eu era a única a ser firme ali.
− Tudo ao seu tempo. Você o enterrou recentemente. Dê tempo Renata. Em breve a morte dele parecerá mais suportável.
− Será Danilo?
− Tem que ser... de que outra maneira poderemos continuar vivendo se não temos esperança?***
Observando a cena, Camilo perguntou para Marcos, sem olhar diretamente para ele, fitando apenas Renata.
− Acha mesmo que precisamos ajudar esta moça? Quero dizer, ela tem amigos que podem ajudá-la. Os outros dois é que parecem precisar de uma ajuda mais divina. Estão perdidos um do outro e confusos em relação aos sentimentos.
− Os outros dois tem uma missão a cumprir e não podemos ajudá-los. Deus disse que eles precisariam passar por grandes provações antes de se encontrarem. E a mulher chamada Laura precisa começar a acreditar, coisa que não podemos fazer por ela. Mas por que você resiste tanto em ajudar Renata? Vive tentando fugir de sua missão. Não gosta dela? Acha ela uma pessoa ruim?
− Não, não é nada disso. Pelo contrário, sinto-me extremamente mal ao vê-la desse jeito.
− Mas então, o que é?
− Ela... me passa uma sensação estranha. E tenho medo disso.
− Sensação estranha?− Você me disse ontem, quando me falou que me tornei um anjo, que eu deveria me esquecer da minha vida terrena e me concentrar nos desejos do Senhor. Mas, cada vez que olho para essa mulher, sinto-me com vontade de descobrir o que fui e o que me ligou com ela quando estava vivo. É mais forte do que eu. E tenho medo disso. Ela me faz querer me lembrar do meu passado. Seria isso um teste?
Marcos pensou por um momento.
− Anjos não prestam testes. As coisas acontecem porque tem de acontecer.
− Mas então... por que ajudo uma mulher que pode interferir nos desejos de Deus?
− Talvez... estes sejam os desejos de Deus.
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Transcendente
FantastiqueEles foram casados. Mas agora tudo mudou. Ele está morto. Ela esta viva. Ele não pode ressuscitar. Ela não pode morrer. Ele não deveria ter se lembrado. Ela deveria tê-lo superado. Agora, restará a eles a maneira de resolver o dilema e encontrar um...