Atenção: há um glossário ao final do capítulo com o significado das palavras estrangeiras usadas no texto.
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Munjong¹ morreu uma semana após o casamento.
O decreto de luto oficial foi baixado e foram proibidos temporariamente casamentos e atividades festivas. As roupas da corte também perderam sua cor, sendo aceito apenas o branco como sinal de respeito ao falecido rei.
Jeonha ascendeu ao trono numa grande cerimônia formal. Vestindo uma túnica longa com bordados em ouro nos ombros e no peito, transbordava pelos olhos confiança e uma nota de tristeza.
E passado o evento, esperei por dias que requisitasse minha presença, mas ele não o fez. Na verdade, sempre que eu o encontro casualmente pelo palácio, ele nem uma vez sequer me dirige o olhar . Por isso, inconformada e sentindo-me completamente patética por esperar qualquer consideração vinda da parte dele, decido fugir.
Não literalmente, eu não ousaria. Apenas tranco-me em meu quarto e pranteio minha condição. Mesmo casada, ainda sou imensamente solitária, mais ainda que nos tempos de solteira.
— Que terrível destino. — Resmungo com o rosto contra o travesseiro.
— Mama, você precisa se alimentar propriamente. Veja, está tão pálida. — Lamenta Yang Hye Sun, uma das damas do palácio designadas para me servir.— Chamarei o médico real. Não faça movimentos bruscos. — Ela suplica e se retira.
— Não estou doente! — Tento gritar, mas minha voz sai como um murmúrio baixo.
Irritada, levando do futon.
Sem ser vista, saio para pátio externo e sorrateiramente tomo o caminho que conduz aos jardins. Inspiro o aroma fresco do outono e deslizo os dedos contra a casca das árvores, apreciando sua textura áspera e relevo irregular. Há quanto tempo não tinha contato com algo vivo? Não satisfeita, envolvo o tronco de uma delas num abraço e começo a chorar.
— Eomanim, o que vou fazer? — Soluço. — Por que a senhora entregou sua filha preciosa a uma vida tão miserável?
— Sente-se infeliz assim?
Assombrada, viro-me para encontrar emissor da voz parado atrás de mim.
— Jusang jeonha.— Faço uma reverência, enxugando o rosto com o dorso das mãos.
— Jungjeon. — Ele me cumprimenta de volta.— Não ouvi muito a seu respeito nos últimos dias.
Estreito os olhos em sua direção. Como ele ousa?
— Infelizmente não posso dizer o mesmo de você.
— É mesmo?— Um sorriso descontraído brinca em seus lábios.
— Bem...— Abro e fecho e boca repetidamente, nenhuma palavra atrevendo-se a sair.
A verdade é que quando vivia aos cuidados de meus pais, eu era diferente. Não dizia coisas por impulso. Contudo, desde que vim para o palácio, perdi totalmente o controle
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Jeongsun, flor do palácio✓
Short Story[Vencedor do Wattys 2017]No ano 1451 do reinado de Munjong, a jovem Song Hyo Joo se prepara para ingressar no palácio e participar da grande seleção para princesa consorte. Para sua surpresa, ela é a anunciada como a escolhida, mas isso não signific...