CAPÍTULO 02 ESCURIDÃO

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Era véspera de réveillon. A festa já estava quase organizada na casa de Bernardo. Sua mãe Catarina adorava esses encontros, era uma renovação para ela.

Passava das 22h00min horas quando a campainha tocou. Bernardo atento foi recepcionar os convidados.

- Olá Bernardo, meu querido! Saudou o padre Dominic o primeiro a chegar, um senhor muito estimado na cidade de Pomorie, não perdia um acontecimento da cidade. Junto dele, um homem forte, robusto e alto. Vestido com roupas escuras e bota de couro, um sorriso envolvente acompanhado por um olhar negro e hipnotizante. Estendeu a mão e abraçou Bernardo.

- Oi Leonard, entre. Convidou Bernardo - Minha mãe está acabando de se arrumar, já vai descer.

Bernardo não era adepto a conversar com pessoas religiosas, era cético demais para suportar sermões. Mas depois dos muitos pesadelos e tudo o que acontecera com Celeste, ele ansiava por respostas, mesmo que estas fossem metafísicas, contudo tinha receio em perguntar e ser escarnecido.

- Como está Celeste? Perguntou Leonard. - Eu soube do que aconteceu.

- Ela está bem, foi só um susto. Respondeu Bernardo.

Leonard era um ser convicto e religioso, adorava Celeste, porém Bernardo não confiava nele e não gostava da sua presença. Tolerava-o em respeito a sua mãe.

- Oi padre! Felicitou Catarina descendo as escadas. Mesmo sendo separada do marido que a abandonou anos atrás, ela nunca mais se envolveu com outro homem.

Catarina era uma belíssima mulher: Cabelos loiros quentes feitos o sol, iluminava o ambiente por onde passava com sua presença dócil e meiga.

- Você esta linda! Elogiou Leonard abrindo os braços tal como um caçador armando uma armadilha para sua caça. Catarina sorriu envergonhada.

Bernardo fingiu não ter visto tal cena, inventou qualquer desculpa e saiu da sala deixando-os conversarem a sós. Estava ansioso em ver Celeste que tinha saído há dois dias do hospital. Ela parecia estranha nas últimas conversas e ele ainda sentia-se culpado pelo ocorrido.

Assim que abriu a porta para esperá-la do lado de fora, avistou que o tio de Celeste estacionando seu Honda HRV. Três pessoas desceram e vieram ao encontro de Bernardo: Celeste, o tio Henrique e a médica a quem Henrique convidou.

Bernardo os recepcionou. Estavam felizes por Celeste ter se recuperado. Após os abraços, Henrique apresentou a doutora para todos. Era uma mulher muito atraente, chamada Suzi.

A mesa era farta, todos se saciavam. Enquanto os convidados conversavam alegremente, Bernardo pegou uma garrafa de vinho e chamou Celeste para outro cômodo.

- Como você esta? Perguntou a Celeste.

- Estou bem, um pouco fraca, sinto sono no meio do dia; mas... Bem! Garantiu com um pouco de esforço. Bernardo ficou calado, atento a todos os detalhes na esperança que ela lhe contasse o que estava acontecendo.

Sem certeza do que deveria fazer para ajudá-la decidiu beber o vinho chileno que roubara da adega de sua mãe. Depois de uns segundos em silêncio, Celeste voltou a falar:

- O sono que venho sentindo. Retomou Celeste - Faz com que a ligação com a mulher aumente. Agora ele aparece nos meus sonhos e diz precisar de mim.

Celeste parecia alarmada.

- De você? Para quê? Indagou Bernardo desconfiado.

- Não sei exatamente, mas ela mencionou algo sobre prisão, magia e tortura...

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