CAPÍTULO 06 ESCOLHAS

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        Alguns meses se passaram, Celeste e Bernardo estavam na faculdade. Celeste há muito tempo havia decidido o que faria: Estudos Literários na Universidade De Sófia, já Bernardo decidiu fazer filosofia, queria pesquisar a origem da vida. Buscava uma resposta aos seus porquês.

          Por que Celeste era a chave? Por que não sentia-se parte de nada?Por que era atormentado por tantos sonhos e pesadelos? Talvez a faculdade o ajudasse!

      Enquanto pensava nas suas diversas dúvidas, Celeste fazia uma breve integração pelo campus da faculdade. No lado leste, em frente a um conjunto de salas ela parou encantada por um vaso de flores.

- Olá Celeste! Cumprimentaram-na

        Celeste que estava inclinada observando uma plantação de rosas teve que se controlar para não cair de cabeça no canteiro. Era Leonard.

Mas nem aqui ele me deixa em paz! Pensou Celeste com repulsa.

- O que está fazendo aqui?

- Celeste...Vim te ver, faz muito tempo que não conversamos. Preciso da sua ajuda, Lâmias está forte e vai se libertar a qualquer momento.Quero você ao meu lado.

 - Está Louco? Perguntou Celeste indignada. - Nunca irei te ajudar! Você Não presta, quer libertar criaturas infernais. Eles vão matar a todos.

- Não, Celeste. Eu garanto que posso controlar todos, tenho muito poder para isso.

Leonard estava decidido a convencer Celeste. Sua postura sisuda e altiva a intimidava.

Bernardo que havia acabado de sair da sala de matrículas avistou os dois conversando no pátio, imediatamente partiu ao encontro deles furioso.

- O que está fazendo aqui Leonard? Vá embora! Deixe Celeste em paz. Gritou empurrando Leonard com força.

Leonard não teve tempo de revidar.

- Pare com isso os dois! Ordenou Celeste.

Leonard ficou pasmo e se retirou. Não conseguia entender como Bernardo poderia ter aquela força ou como poderia emanar uma energia tão intensa. Quem ele é? Pensou.

Celeste, o que estava conversando com aquele crápula? Perguntou Bernardo.

- Ele Veio pedir minha ajuda...

- Ajuda? Que ridículo! Bernardo estava tão furioso que não deixou Celeste terminar. - Faça a sua escolha!

- Calma Bernardo!

E Sem ouvir o que ela disse, ele saiu andando esbravejando palavras infames.


Leonard estava em casa pensativo, ainda sentia a energia de Bernardo.Precisava de um esclarecimento sobre a sensação que percorria seu corpo. Resolveu conjurar Lâmias. No jardim rodeado por velas e folhas escuras começou a absorver energia da natureza. A lua brilhava, as plantas praticamente respiravam.Essa era a energia que precisava.

- Lâmias!! Apareça!

Felizmente Leonard não teve que aguardar muito. Um vórtice escuro surgiu em sua frente.

- O que quer, Leonard? Perguntou Lâmias.

- Hoje Bernardo me empurrou e senti uma energia grandiosa. Nunca senti isso! Ele tem muito mais energia que você e eu juntos.

Lâmias estava incrédula.

- Do que está falando? Nosso foco é Celeste!

- Lâmias, Celeste é convicta nas suas escolhas. Ela não vai nos ajudar.

- Domine-a!Você tem poder para isso.

- Não será fácil. Respondeu Leonard. Lâmias vibrou de raiva e o ar outrora ameno ficou mais frio.

- Leonard,eu preciso dela para sair desse Inferno Celestial. Use qualquer um.Que todos morram, mas eu vou sair daqui! Sentenciou.

Leonard estava fraco, o Inferno Celestial o consumia. Sangue escorria, suava frio. Lâmias absorvia sua energia e ele nada podia fazer.

 - Vou te libertar. Prometeu Leonard a Lâmias e partiu voltando ao seu estado normal. Totalmente fraco, sem energia resolveu deitar ali mesmo para que seu corpo devagar absorvesse energia da lua e ele pudesse se recuperar.

Bernardo não queria conversar com Celeste. Sequer olhava para ela.Irredutível saia mais cedo da faculdade só para não encontrá-la.

No campus da faculdade havia um grande jardim onde os alunos se reuniam para piqueniques, para jogarem conversas fora e outras atividades ao ar livre. Alguns reuniam-se para estudar, outros escreviam e todas as tardes um professor sentava-se para meditar. A tranquilidade do professor chamou a atenção de Bernardo.

- Oi Professor, desculpa atrapalhar. Disse Bernardo cauteloso.

O Professor abriu os olhos e cumprimentou o rapaz que lembrava ser calouro da turma de filosofia.

- Olá, bom vê-lo, sente-se. Disse como se estivesse na sala de sua casa e o gramado fosse o seu sofá.

- Veio Meditar? Ou quem sabe estudar...Ou o mais provável, veio justificar tantas faltas?

Bernardo sorriu constrangido.

- Não senhor Hanz, senti uma energia boa vindo do senhor e resolvi... Não sei exatamente o que vim fazer aqui, desculpe.

- O que aflige você garoto? Perguntou Hanz ciente que algo o incomodava. Com cuidado limpou as mãos nas calças e novamente convidou Bernardo para sentar ao seu lado.

        Bernardo sentia necessidade de desabafar, estava sobrecarregado com as indagações que cercavam a sua vida e Hanz, seu professor de antropologia que falava tão bem dos vários tipos de costumes humanos durante as aulas, parecia o conselheiro ideal.

- Professor, quero um sentido para a minha vida! Disparou Bernardo sem receios. - Quero respostas para perguntas difíceis de serem explicadas... - Vou direto ao ponto!

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