Capítulo 4 - "Ex-esposa"

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Para minha amiga linda JosenildaRodrigues todo seu amiga linda!


M. Inês entrou e quando olhou o nome já era tarde de mais para querer sair dali. O olhar dele foi ofertado a ela e ela subiu seus olhos e como se o tempo parasse, ela pode ouvir os latidos de seu coração ao ter ele ali frente a ela.

- Marcelo Barbosa! – A voz soou em um sussurro.

M. Inês durou naquele transe por cinco segundos ate desviar seus olhos para a ficha dele e ler rapidamente o que tinha ali. Voltou seus olhos a enfermeira e falou.

- Já foi tirado raio-X? – A jovem assentiu e entregou a ela, M. Inês olhou. – Para a sua sorte não chegou perto do osso e a bala atravessou, serão alguns pontos dentro e fora do braço. – O olhou ao terminar de falar.

Marcelo estava hipnotizado pela beleza dela em sua frente e nada escutou do que ela disse, M. Inês se aproximou dele para por as luvas e ele segurou a mão dela no instinto. Ela o olhou e se soltou de imediato.

- Me desculpe! – Foi o único que ele disse.

M. Inês se sentiu quebrar mais não demonstrou nada em sua face, parecia que não o conhecia e nem queria que ele se aproximasse tanto. Terminou de por as luvas e virou para olhar o braço dele.

Tirou os curativos e olhou com cuidado, tocou e ele deu um pequeno suspiro de dor, ele a olhava sem conseguir desviar o olhar, o perfume dela estava tomando todo o espaço que ele respirava. Ele a tinha tão próximo e ao mesmo tempo tão longe.

- Deita, por favor. - Pediu.

Ele deitou mais não tirou os olhos dela.

- M. Inês... - Começou mais nem teve chance de terminar.

- Luana busque o que falta na outra sala, por favor. - Esperou ela sair e o olhou. - Não me digira a palavra, não somos conhecidos e se um dia fomos isso se perdeu no passado!

- Você não pode achar que vou te ver depois de tanto tempo e não vou dirigir a palavra a você. Pelo amor de Deus! - Falou sentindo dor.

M. Inês pegou a seringa de anestesia e mostrou a ele.

- Fale mais um A e eu te costuro sem isso! - Ele sorriu de lado.

- Isso não vai me impedir de falar M. Inês, nos temos que conversar! - Ela o apertou de leve no braço.

- Não, não temos que falar porcaria nenhuma. - Ele gemeu de leve.

Luana voltou com o que faltava e entregou a M. Inês que olhou Marcelo seriamente e disse:

- Então o que vai ser? Com o sem? – Levantou uma sobrancelha e olhou nos olhos dele e se arrependeu imediatamente.

Marcelo nada disse naquele momento e ela aplicou menos do que deveria aplicar de anestesia nele, sabia que ele iria falar em determinado momento e porque não sentir dor ao invés de falar alguma coisa estúpida que ela não queria ouvir.

M. Inês começou a suturá-lo e o via fazer cara feia a cada ponto dado nele, ela o sentia e queria rir mais não podia era maldade de mais e ela sabia disso, Marcelo em determinado momento tirou o braço e falou:

- M. Inês não tem algo pra tirar a dor não?

- Pra você. – Ela o olhou e falou baixo. – Não!

Ele riu.

- Vingança M. Inês? – Ela nada disse e terminou o que tinha que fazer.

- Prontinho. – Ela pegou a prancheta e começou a escrever concentrada enquanto ele sentou e a olhou.

- Luana, me deixe a sós com ela, por favor. – M. Inês o olhou.

Luana assentiu e saiu. Marcelo a olhou e ela fingiu não o ver e continuou a escrever na ficha dele, ele arrancou da mão dela e falou:

- Eu quero o divorcio e dessa vez você não vai me negar! – Ela riu descarada e levantou da cadeira que estava sentada.

- Senta e espera o divorcio Marcelo, já movi céus e terras em vinte e cinco anos e não vai ser agora que vou te deixar livre. – Ele a puxou para ele a deixando no meio de suas pernas.

Ela o olhou nos olhos e depois a boca, estavam tão próximos, podia se sentir a respiração indo de encontro, ela voltou a olhar os olhos dele.

- Diz que não me ama mais quer viver atada a mim por quanto tempo? Você me expulsou da sua vida M. Inês e não quer me dar o divorcio? Eu não te entendo!

Falava tão perto dela que podia sentir o calor dos lábios dela, M. Inês o sentia segurar seu braço e estremeceu, fechou os olhos por segundos e voltou a olhar ele, não podia fraquejar e não ia, não agora.

- Te tenho assim atado a mim pra que nunca esqueça que um dia você perdeu a nossa filha! Você destruiu a minha vida e o pouco que eu faço é deixar você atado a mim ate que eu morra! – Se afastou dele.

- Você acha que eu não sofro M. Inês? Você acha que eu deito no meu travesseiro e durmo tranqüilo? Eu a perdi, mas não foi por querer, foi um segundo, um segundo e a minha vida se destruiu assim como a sua, eu perdi tudo! A minha filha e a mulher que eu amo! – Confessou.

Ela riu.

- Me faz um favor? Pega suas explicações, suas complicações, seus sentimentos confusos e distorcidos e vai embora daqui!

Ele levantou e se aproximou no mesmo momento em que a porta se abriu revelando Caíque e uma mulher atrás dele. M. Inês se afastou de imediato dele.

- Mãe, essa é a mulher dele e estava aflita por saber noticias. – Caíque falou natural.

- Mulher... – Olhou ele. – Dele. – Quis rir.

M. Inês já sabia do novo relacionamento dele mais o fato de se referir a ela como mulher dele era ate estranho já que a única mulher de verdade que ele tinha era ela. Úrsula se aproximou e o beijou na boca.

- Você esta bem? Eu fiquei assustada e ninguém quis me deixar te ver!

- Estou bem Úrsula, M. Inês cuidou de mim! – Úrsula virou para ela.

- Seu nome não me é estranho. – Tentou buscar na memória. – Obrigada por cuidar de meu marido.

M. Inês não aguentou e o riso foi ouvido.

- Desculpe!

- Úrsula, M. Inês é minha ex-esposa.

M. Inês sorriu como se dissesse "Culpada" para ela e um riso nos lábios que impressionou ate Caíque.

Cicatrizes - Em busca do amor perdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora