3- Egoísmo? Jura?

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LUKE NARRAÇÃO ON

Sim, se vocês se lembram a Bianca quase me partiu ao meio com uma espada. Ela estava chocada, parece que finalmente tinha acreditado. Depois de talvez (ou talvez não) ter me assustado um pouco, nosso pai pegou a espada, colocou uma tampa e ela voltou a ser uma caneta.
   
-Uau. –Exclamei. O acampamento era enorme. Estávamos atrás do pinheiro, enrolado nos seus galhos tinha algo que parecia uma manta dourada. Á nossa frente havia um campo de morangos enorme, de lá saia um caminho para um pavilhão de treinamento, com bonecos de luta, crianças e adolescentes com espadas lutando entre si, outros atirando arco e flecha. Uma música rondava o lugar com harmonia. Ao redor do pavilhão tinha uma sequência de vários chalés, contei 20 no total. Ao lado direito, perto da baía da praia, havia um local para uma fogueira. Do lado esquerdo tinha um refeitório que podia abrigar centenas de pessoas de tão grande. Logo atrás tinha uma casa enorme de cor azul escura. Era um lugar bem acolhedor.

-Criança, sejam bem vindas ao acampamento meio sangue! –Minha mãe disse.

-É ...incrível. –Bianca falou- As histórias que o papai contava quando éramos menores eram reais mesmo...

-Eu disse! –Ele a interrompeu- Faz tanto tempo não é Annie? O acampamento não mudou nada.

-Nada mesmo. –Ela inspirou fundo. - Estamos de volta Cabeça de Alga.

-Desculpa interromper esse momento de nostalgia, mas tem um homem-cavalo vindo aqui. –Bianca disse e nossos pais olharam para direção que ela tinha falado.

-Quiron! –Minha mãe correu na direção dele e o abraçou. Logo ela foi seguida por meu pai que também o abraçou.

-A quanto tempo crianças... 10 anos?

-10 anos e quatro meses. Sentimos sua falta. –Minha mãe disse e o homem-cavalo pegou em seu ombro.

-Todos sentimos muito a falta de vocês. - Ele sorriu e então olhou para nós. - Vocês devem ser Bianca e Luke. E eu não sou um homem-cavalo, eu sou um centauro. Quíron, diretor de atividades, é um prazer conhece-los. – Ele estendeu a mão pra mim e eu a apertei assim como Bianca.

-Você me ouviu? – Minha irmã perguntou.

-Não – ele riu- Todos pensam a mesma coisa. Seu pai, por exemplo, foi a primeira coisa que ele me disse. Mas ele não foi educado o suficiente para não comentar.

-Da pra pararem de difamação? –olhamos para ele e minha mãe estava quase morrendo de rir.

-Acho melhor descermos para o pavilhão. Nós temos que conversar mas deixamos isso pra depois. Tem muitas pessoas querendo falar com vocês. Mas antes eu acho melhor vocês irem para seus chalés e explicarem para as crianças o que está acontecendo.

-Nossas coisas ainda estão lá?

-Elas nunca saíram, Percy. Vocês se metem em tanta confusão que sabíamos que iriam voltar cedo ou tarde. – Ele sorriu então nos deixou, mas antes de descer a colina ele se virou para meu pai e disse: -Garoto, depois de vocês conversarem, você e Luke ficam no chalé de Poseidon, Annabeth, você e Bianca ficam no chalé de Atena.

-Quiron, nós temos 30 anos, não 12. –Meu pai protestou.

-Regras são regras Perseu Jackson. Ah, e se vocês quiserem conversar, estarei na casa grande. - Então ele finalmente saiu.

-Vamos crianças –minha mãe disse- Temos muito o que explicar. Sejam bem vindos a sua nova vida.

BIANCA NARRAÇÃO ON

Descemos a colina junto com Quiron, mas enquanto ele foi em direção a casa grande nós nos dirigimos aos chalés. Passamos pelo pavilhão de treinamento e fomos em direção ao chalé do meu pai. Era uma casa grande e de cor azul da cor do mar decorada com objetos azuis, dourados, mas tudo remetia a oceano, em cima tinha uma escultura de ondas que se tornavam cavalos e no centro havia um tridente. Todos os chalés seguiam um padrão, mas enquanto os outros chalés eram movimentados com campistas entrando e saindo, o terceiro chalé estava vazio. Assim como o chalé um, dois e treze. Entramos e tinha uma pessoa lá dentro.

-Tyson!
-Irmão! -Ele exclamou, era o tio Tyson. O único irmão do meu pai, bom, meio irmão. Ele é o melhor tio do mundo! Do tipo que parece uma criança no corpo de um adulto.
Toda vez que ele ia nos visitar levava presentes. Da última vez ele me trouxe um colar de prata com um pingente de tridente e um de coruja, a coruja é dourada com os olhos cinzas e o tridente era azul cor do mar, ele vivia no mar e então os presentes dele pra mim se remetiam a isso, eu nunca entendi a coruja, mas eu gosto. Ele deu um igual pro meu irmão, como é pequeno e não chama muito a atenção ele usa de bom grado assim como eu.
-Olá, Tyson. -Minha mãe o abraçou então ele se virou pra nós.
-Crianças!
-Tio Tyson! -Eu e Luke falamos em uníssono. Nos abraçamos e então meu pai disse:
-O que está fazendo aqui? Achei que Estaria nas forjas nessa época do ano.
-Eu estava, mas papai me disse o que tinha acontecido e me dispensou. Eu vim explicar A coisa antes que achem que eu menti de propósito.
-Pera, pera, pera. O que é A coisa? -Luke perguntou.
-Já vamos explicar. Tyson, será que você podeia nos deixar sozinhos? Eu vi a Ella lá fora no pavilhão do acampamento... -Minha mãe falou e o tio Tyson imediatamente ficou vermelho. Ella é a namorada dele mas ele nunca teve coragem de pedir ela em casamento. Ele fala muito bem dela mas nunca a vimos.
-Obrigada Annie. Só que deixem a minha parte pra eu contar! -Ele saiu do chalé falando e meu pai logo gritou:
-Pode deixar!
-Bom crianças, é melhor nos sentarmos. -Ela disse e nos sentamos em uma mesa cheia de livros que aparentavam ter mais que minha idade, mas estavam perfeitamente limpos. Tinham pilhas deles junto com várias anotações, lápis, canetas e marca textos. Minha mãe passou os dedos delicadamente sobre os livros. Parecia que absorvia cada lembrança deles. Até que ela se sentou também. -Bom, por onde eu começo...

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