2- Essa história de suas vidas, sejam bem vindos ao acampamento!

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Luke narração ON.

Bianca desmaiou de vez assim que entramos no carro dos nossos pais. Estávamos indo para algum lugar, supostamente muito longe, e um silencio mortal estava no ar, até que eu finalmente tive coragem de falar alguma coisa.

-Então, alguém quer me contar o que está acontecendo antes dela acordar e ter um chilique?

-Acho melhor contarmos isso quando ela acordar, ou ela realmente vai dar um chilique. –Meu pai disse antes de ganhar um soco no braço da minha mãe, que estava com uma cara de preocupação maior do que geralmente tem.

-Perseu Jackson, como você consegue fazer piadas em uma hora dessas? –Quando minha mãe chamava meu pai pelo nome completo a coisa realmente estava feia. Ela estava pirando de vez. –Tudo bem Annabeth, respire fundo. –Ela disse a si mesma. –Vai ficar tudo bem. –Ela ainda estava a ponto de chorar e achei que precisava intervir, mas meu pai fez isso primeiro.

-Sabidinha, vai ficar tudo bem, de verdade. Já estamos quase chegando.

-Chegando aonde? –Bianca acordou de repente perguntando.

-Bianca?! Ai meus deuses, você está bem querida? – A cor do seu rosto pareceu voltar, mas ela tinha falado deuses? Resolvi deixar pra lá e ajudar Bianca a sentar e dar uma garrafa de água pra ela.

-Obrigada Luke. –Ela pegou a garrafa e bebeu. –Eu to bem mãe, agora vocês podem contar pra gente o que aconteceu? E sim, eu estava ouvindo tudo. –Logo ela deu um soco no meu braço e no do meu pai. –Eu não dou chilique!

-Ai! –Reclamei- Isso não importa agora. O que era aquilo? Pra onde vamos? Como eu sabia o que fazer com aquela coisa? Como a Bianca fez o que ela fez?

-Luke, agora quem está perdendo a calma é você. –Meu pai começou- Respondendo na ordem. Ciclope, Acampamento, Descendência de Atena, O pai dela é o maior herói do Olimpo, modéstia a parte. -E aí minha mãe olhou para ele com um olhar estilo Kill Bill (vou te matar). Olhei para Bianca e ela estava e boca aberta e acredito que eu também estava assim.

-Eu não colocaria desse jeito cabeça de alga. –E lá vem os apelidos de infância- Aquilo era um ciclope, não tem outro jeito de falar o que era. Estamos indo para o acampamento meio sangue, ele é feito pra pessoas como nós, mas isso será discutido com o diretor de atividades.

-Pessoas como nós? O que nós...

-Chegamos! –Minha mãe interrompeu- Crianças, bem vindas ao acampamento Meio-Sangue!

Era uma colina enorme. Uma ata densa cobria todo o pé, no topo dela haviam campos de morangos que poderias ser vistos a quilômetros por causa de sua cor, era como um tapete de vermelho vivo. E lá estava um pinheiro enorme, se bobear tocava as nuvens. Paramos o carro no acostamento, descemos e começamos a caminhar até lá. Minha mãe na frente, depois eu e minha irmã seguidos pelo nosso pai. Ele segurava sua caneta, a caneta que ele nunca nos deixava abrir nem que se fosse para assinar o tratado de paz mundial (o que era um exagero), minha mãe estava na frente sempre atenta como se algo fosse pular em cima de nós a qualquer momento. A luz passava pelas árvores e refletia no seu cabelo dourado. Até que atingiam uma mecha branca, uma que ela nunca quis pintar, uma que ela estava pouco se importando se reclamassem, eu nunca entendi o porque daquela mecha, só sei que meu pai também tinha uma. Continuamos subindo até chegarmos ao pinheiro. E lá tinha um dragão. Isso, um enorme dragão dourado. Bianca deu um pulo e eu instintivamente fiquei na frente dela. Meu pai riu e se aproximou com minha mãe daquela coisa enorme que circulava a árvore. Ele acariciou o dragão como se fosse um pug e então passaram por ele. Eu e Bianca estávamos paralisados, então nossos pais tiveram que nos arrastar. Até que paramos em frente ao campo de morangos. Era só isso que tinha lá, um campos com morangos.

-Tá bom, o que devíamos ver? –Bianca perguntou

-O que... não estão vendo ainda? –Minha mãe perguntou, depois respirou fundo e olhou pra mim- Luke, o que você viu em Manhattan?

-É o que eu penso que é?- Ela acenou positivamente com a cabeça- Um ciclope, monstro da mitologia grega. Bianca o matou. Ele era real. Tudo sobre o que lemos na aula de história grega é real. Não é?

-Você acredita? De verdade? –Acenei positivamente- Então feche os olhos, segure minha mão e passe pra lá. Vamos?

Fiz o que ela pediu. Inspirei fundo. Algo ia dar errado em breve, eu sentia isso. Mas eu também sentia que, mesmo com coisas ruins prestes a acontecer, era tudo real, eu realmente acreditava? Isso que íamos ver. Segurei a mão dela, fechei os olhos e passei pelo campo.

Bianca Narração ON

Ver um suposto ciclope era choque suficiente pra um dia. Mas ver meu irmão e minha mãe desaparecerem no ar atravessando um campo de morangos era demais.

-Então Bianca –Meu pai interrompeu meu momento de impacto inicial- Eu não uso os mesmos métodos que a Annie, mas são tão eficientes quanto. Muito bem. Você já sabe que matou o ciclope não é?

-Na verdade, eu ainda acho que estou alucinando. Sei lá, bati a cabeça e to sonhando. É isso.

-Ah deuses, você não acredita mesmo não é? Eu fui muito mais aberto a 18 anos atrás. Mas tudo bem. –Ele pegou sua caneta- Você sabe o que é isso? Por favor, não responda ''Uma caneta'' –Só dei de ombros pra ele- Essa é uma das armas mais poderosas já utilizadas por um semideus. Essa é a Anaklusmos.- E então ele me estendeu a caneta.

-Pai. Isso é uma caneta.

-Por que não experimenta tirar a tampa?

Então foi o que eu fiz. Tirei a tampa da caneta e aí... nada. Isso mesmo. Se você estava pensando que seria rápido igual aconteceu com o Luke você estava enganado. Eu abri e ela continuou como a caneta do meu pai.

-O que eu deveria ver? –Perguntei

-A sua falta de fé é perturbadora.

-Citando Star Wars pra mim pai? Jura?

-Valia a pena tentar. Me responda querida, porque você não acredita?

-Porque é ridículo. Sim, Luke desapareceu no ar. Sim, eu ataquei e matei aquela coisa. Não, isso não é real e só está na minha cabeça. Devem ter jogado uma bola de queimada em mim na Educação Física hoje e eu não consegui pegar. Eu estou na enfermaria alucinando. Deve ter sido a filha da treinadora, a Skye Bobofit. Ela nunca gostou de mim e vive pegando no meu pé. Isso deve ter sido mais uma provocação, não é?

-Bom Bianca, eu te desafio a tentar e a confiar em mim. O que você vai perder? Afinal, só está ''alucinando''. –Ele disse e riu, odeio quando me desafio e ele sabe disso. – Confia em mim? –Acenei positivamente com a cabeça- Então corte o ar com a caneta como se fosse uma espada.

E então o fiz, nesse nanosegundo que me levou a fazer isso eu realmente acreditei, eu nunca perdia na Educação física, muito menos pra Bobofit. Cortei o ar com a caneta dando um passo pra frente e com os olhos fechados. Quando os abri vi que quase tinha cortado meu irmão ao meio. E atrás dele havia um acampamento.

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