1- Pai, mãe, vocês tem algo pra contar?

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"LUKE, CUIDADO!" Foi à última coisa que ouvi minha Irma dizer até tudo ficar preto. E pensar que a apenas alguns meses estávamos estudando para as provas finais e nossa única preocupação era passar ou não, quer dizer, a minha pelo menos, já que a Bianca nunca foi tão apegada a escola, mas ela sempre conseguia passar, mesmo se fosse raspando. Mas isso não é um assunto para esse momento. Vamos começar do inicio então. Meu nome é Luke Jackson, minha Irma gêmea se chama Bianca Jackson, e sim, nós somos filhos de Annabeth e Percy Jackson, eles mesmos, os heróis do Olimpo ou coisa assim, mas se vocês acham que eles vão aparecer de repente e salvar o mundo, pode desconsiderar a hipótese, essa história é nossa.

Há alguns anos fizemos uma pesquisa para a escola sobre o por que de nossos nomes serem como são, perguntamos para os nossos pais e mesmo com minha mãe enchendo os olhos cinzas de lágrimas eles apenas falaram que era porque achavam bonitos e que ela havia ficado daquele jeito por estar passando por uma período sentimental. Bom, agora nós sabemos a verdade e eu tenho certeza de que você deve estar tão abalado quanto eu e minha Irma ficamos ao descobrir. Mas isso também não vem ao caso. Vou parar de embromar e ir direto ao ponto.

Há exatos três meses descobrimos o maior segredo de nossas vidas. Nossos pais, tios, avos e avós fazem parte de um mundo que desconhecíamos. E parece que nós também fazemos parte dele. Meu avo paterno e mãe materna são deuses, os outros tem a capacidade de ver através de uma tal de névoa que ainda não entendi muito bem como funciona, nossos pais e tios são semideuses, e nós somos seus legados que até o momento se tornaram bem inúteis, mas eu culpo meus pais pelos 16 anos de segredos e de tempo que poderia ser usado em treinamento, agora a escolha que pode afetar a todo o mundo está nas Mãos de dois adolescentes com três meses de experiência. Como nós descobrimos isso? Eu vou contar agora.

Voltávamos pra casa depois da escola, Bianca e eu estávamos distraídos com nossos respectivos fones de ouvidos no habitual caminho pra casa, até que Bianca me cutucou e eu tirei os fones:

- O que foi, Bi?

- Você ta sentindo isso?

- Isso o que?

Até o momento tudo estava completamente normal, mas assim que ela comentou comecei a me sentir observado. Olhei ao redor, mas não tinha ninguém. Até que vi dois pares de olhos brilhantes atrás de uma moita, e logo os olhos se moveram e a moita se moveu mais do que deveria.

- Bianca, corre!

Ela não me esperou terminar e saiu correndo, logo a alcancei e estávamos correndo juntos de algo que não tínhamos a idéia do que era, nós só ouvimos algo muito grande vindo muito rápido na nossa direção. Viramos a esquina e corremos para trás de um ponto de ônibus para respirar.

-Luke, o que era aquilo?

Minha Irma me perguntou, mas eu estava ofegante de mais para responder. Ela sempre foi a mais atlética, enquanto eu ficava na biblioteca lendo sobre literalmente qualquer coisa ela estava praticando algum esporte, andando de skate, ou correndo para o time de atletismo. Não éramos parecidos, de nenhum jeito. Ela é loira de olhos verde mar e eu sou moreno de olhos cinza, eu sou o nerd, ela é a atleta, a única coisa que temos em comum é amar o mar, nadar, surfar, mergulhar, só andar na areia da praia é bom. Ah, e a gente também se ama (fofo né?). Esqueci de falar que eu mudo de assunto muito rápido, voltando. Depois de uns dois segundos me recuperando votei na conversa.

-Não faço idéia, só que coisa boa não era.

-Jura? Achei que a coisa queria fazer um piquenique com a gente.

Ela era sarcástica quando estava nervosa, não a culpem.

-Muito engraçado, será que dá pra ir pra casa passan...

Parei de falar quando ouvi um grito, mas não era um grito normal. Era grave e muito alto. Bianca olhou na direção de onde vinha o som junto comigo e corremos para ver. Quando chegamos, não acreditamos no que vimos. Uma mulher loira com os cabelos encaracolados pulava sobre a coisa que corria atrás de nós com uma adaga na mão, era um monstro enorme e bem feio por sinal, do outro lado havia um homem de cabelos negros correndo para lá com uma espada e enfiando na barriga daquela coisa, que desabou em pó. A poeira subiu e nós tapamos o rosto. Queriamos saber quem eram aquelas pessoas, mas Bianca foi mais rápida e nem acreditei quando ela falou assustada:

-Mãe?

Bianca narração ON.

É, era minha mãe. E o cara? Meu pai. Eles tinham acabado de matar uma coisa que tinha me perseguido a poucos minutos, o que não seria ruim se eles não estivessem paralisados olhando para nós com armas na mão.

-Bianca? Luke? –Minha mãe disse- O que fazem aqui? Não era para estarem desse lado da cidade...

Bom, isso era verdade. Meus pais nunca me deixaram sair com o Luke, sozinha ou com amigos (as) para Manhattan, só acompanhada deles, o mesmo valia pro meu irmão, e não era só de noite, era o dia todo. Nós amávamos ir pra lá, mesmo que não tivesse nada pra fazer. Então quando começamos a ir para escola sozinhos sempre passávamos por lá no final da aula. Fazer o que? Nada. Era só pelo gostinho de adrenalina de fazer algo que meus pais me proibiam, bom, eu ia por isso, no começo o Luke era procupado de mais e ia comigo só pra eu não causar nenhum problema, mas no final a gente se divertia lá.

-Querem falar sobre porque eu e o Luke estamos em Manhattan ou como vocês mataram aquela coisa?

-Meninos, podemos explicar... –meu pai falou, e então olhou para trás de mim. Assim que virei tinha outro daquele monstro que meus pais mataram, e estava olhando pra mim com seu único olho gigante no meio da testa, então fiz o que meus instintos mandaram, peguei a mão do meu irmão e corri arrastando ele na direção de nossos pais. Até que meu pai gritou pra mim:

-Bianca, pega e abre a tampa!- e ele me jogou uma caneta. Instintivamente peguei, joguei meu irmão pra trás e tirei a tampa. Em milésimos de segundos eu fiz algo que não me lembro direito. Uma espada brandiu na minha mão, peguei ela com facilidade, corri para cima do monstro e usei sua mão como trampolim antes que ele me agarrasse. Mas eu fui muito lenta. Ele me agarrou pela cintura e me jogou pra cima, não antes de eu fazer um corte em seu braço. Voei no ar e ouvi meu irmão gritar por mim: - NO OLHO DELE!- Então caí com a espada bem em cima da testa dele, o esfaqueando no seu único ponto de visão. Logo ele fez o que o anterior fez quando meu pai enfiou a espada no outro, virou pó. E é lógico, eu caí no chão. Mas não foi uma queda de cara no chão, eu caí em pé. O que não durou muito, porque me senti tão fraca que desabei, mas lá estava meu irmão que me segurou antes de cair. Então ele fez a pergunta tão esperada:

-Pai? Mãe? Vocês querem contar algo pra gente?

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