Se existia algo que ainda vivia claramente na memória da infância de Kim Jongin, foi o tão inesquecivel 30 de Janeiro de 1933.
Com apenas sete anos, o pequeno rapaz assitiu ao vivo a subida de um homem extremamente poderoso à presidência; este que iria mudar o destino da Europa – e talvez até do mundo – por completo. Toda a sua famlília, amigos igualmente, apoiavam Adolf Hitler e as suas doutrinas. O loiro nunca antes tinha visto, com a sua tão pouca idade, alguém a ser tão imensamente idolotrado. A população da sua cidade natal, Berlim, juntara-se apenas para ouvir o discurso de vitória do recente chanceler – todos com sorrisos e expressões de puro orgulho, como se o futuro lhes aguardasse grandes esperanças, levando-as ao delírio. Aquele dia fora comemorado com festas, jantares recheados de alegria nos seios das famílias alemãs, com direito a gargalhadas, histórias antigas e discursos de como o futuro do país e das suas vidas ficariam melhores.
E o que fizera o pequeno Kim, perante tanto entusiasmo vindo da parte da população? Deslumbrara-se.
Toda aquela admiração vinda do povo contagiara a sua alma por completo. Hitler para si não era apenas o presidente dos ministros da Alemanha; era alguém que transbordava força e paixão pelo seu país, alguém que tinha em mente o melhoramento deste e que realizaria tudo para poder ajudar todos os seus compatriotas, fazendo com que a vida de todos os alemães parasse de passar por dificuldades. O chanceler era, sem sombra de dúvidas, a sua maior referência e exemplo. E por estes motivos, o rapaz ainda jovem tentou ao longo do seu crescimento seguir as passadas mais rígidas do seu ídolo. Na escola passava aos seus amigos as doutrinas feitas pelo ditador, e sorria ao declarar que aquele era o homem mais honrado da Alemanha – se não do mundo. Em casa, com a ajuda dos seus pais, era duplamente influênciado por estes, o que tornava a sua admiração ainda maior. Cada vez que espalhava a palavra de Hitler ou contava o quanto se dizia nazi, o seu pai afagava-lhe os curtos cabelos loiros, sempre com um grande sorriso orgulhoso – contribuindo para a sua própria idealização.
Kim Jongin crescia, então, com um coração e alma inteiramente nazis. Coração este que, apesar de ser totalmente preenchido de idolatração, era também composto por repulsa àqueles que Hitler declarava diferentes e indignos do título de cidadão alemão. Era um ódio involuntrário, que nascera por crenças que eram ditas como certas. O que se esperar de um rapaz tão jovem e influenciável?
E a chegada da Segunda Guerra Mundial, estabelecida dia 1 de Setembro de 1939, fora outro contributo forte para a sua personalidade, não abalando os seus ideais – muito pelo contrário, apenas os fortalecendo.
No entanto, a pior época na vida do pequeno alemão foi, sem dúvida, o começo dos seus dezasseis anos. Foi uma fase difícil, tanto por ser o começo da sua adolescência, como por ter sido aí que se deu o início da sua "aceitação". Não que o adolescente não tivesse passado por problemas que todos os rapazes da sua idade tinham – como o nascimento dos primeiros pêlos corporais e dos fios de barba, o primeiro beijo, as dores musculares devido ao crescimento do corpo, e a descoberta da sexualidade. E para o Kim, a sexualidade foi para si a maior das dificuldades, tendo sofrido um dos maiores pesadelos de todos os rapazes da altura: a sua existência como um homem homossexual.
Era algo inaceitável, tal facto. Para um nazi, o amor entre pessoas do mesmo sexo era como se proibir a criação da próxima geração, e a procriação da tão famosa raça ariana. Estranhamente, mulheres não eram tão acostumadas a levar uma pena por esse motivo, uma vez que se dizia que estas precisavam simplesmente de serem "curadas" por possuirem falta de uma presença masculina – mas se fosse um homem, a gravidade era totalmente diferente. Se um homem se assumisse abertamente homossexual era rejeitado, espancado, e completamente abandonado por um povo que antes o criava com todo o carinho. Seria considerado fraco e feminino, sendo logo associado a fragilidade e incapacidade: assim como uma mulher.
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o que o tempo não cura; kaisoo
Fiksi Penggemar"Kim Jongin é um homem que cresceu, desde os treze anos de idade, acompanhado de ideias conservadoras e nazis. A sua família, rígida, influenciava bastante o seu ódio por judeus, convertendo-o aos poucos para o ideal da raça ariana - um ser consider...