O começo

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Point of View — Lorena Clarkson.

Acordo com o som da campainha tocando freneticamente. Bufo e me levanto. Coloco uma roupa e vou até à porta, abro e vejo o síndico com um sorriso debochado nos lábios. Tenho certeza que ele não gosta de mim.

— Olá, Lorena. — Diz e reviro os olhos fortemente. Respiro fundo para não dizer nada. — Estou aqui para avisar que você está atrasada no pagamento, tem uma semana para me pagar.

— Ok. — Falo e fecho a porta. Precisava de dinheiro, o que tenho não é nem metade do que preciso para pagar isso aqui. Bufo e vou para o quarto, me arrumo e desço. Faço um simples lanche e pego minha bolsa para ir ao trabalho. Fecho a porta e vou até o elevador, cinco minutos e saio do mesmo. Onde trabalho não é muito longe, é em frente a um condomínio de luxo. Trabalho de garçonete ali, estranho isso? Nem um pouco. Aceno para Aaron, vou até o vestiário e me arrumo. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo frouxo. Ainda é oito da manhã. Não estou com sono, como é um costume acordar cedo. Vou até o balcão e espero alguém entrar para atender.

Aaron me chama, disse que era um assunto sério. Não estava com medo, nem nada. Assinto e sigo ele até o escritório. Ele me pede para sentar e faço isso.

— Lorena é um assunto, digamos que, sério. — Falou pegando um papel. Assinto e respiro fundo. — Estamos perdendo dinheiro, por isso estamos demitindo algumas pessoas. E você é uma delas, desculpe, mas é preciso.

Ok. Eu não esperava por isso. Preciso de dinheiro para pagar o apartamento. Trabalho aqui há muito tempo, desde que terminei um namoro. Passo a mão pelo cabelo, fazendo-o cair sobre meus ombros.

— Está bem. Posso trabalhar só hoje, e receber? Preciso do dinheiro para pagar o meu apartamento, por favor. — Realmente preciso do dinheiro. Aaron é um cara não tão velho, moreno de cabelos pretos, olhos pretos. Achava ele bonito.

— Ok. — Falou e pulei em seu colo o abraçando. Saio do seu colo e vou até à porta, mas ele me chama. — Desculpe mesmo, quando resolver isto tudo voltaremos a contatar vocês.

— Obrigada. — Falo e saio de seu escritório. Vou para o balcão novamente e peguei meu bloquinho de anotar pedidos. Um homem com cabelos loiros e olhos cor de mel entra e espero ele sentar para atendê-lo. Vou até o homem. — Bom dia, senhor. Já sabe o quê irá pedir?

O homem, cujo eu não sei o nome, pula se assustando com a minha voz. Solto um riso fraco, ele me encara e sorri. E que sorriso.

— Sim. Pão de queijo e café. — Assinto e vou até o balcão, dou o pedaço de papel a qual havia escrito o pedido para Blake. Ele pega e espero, em três minutos ele me dá os pedidos.

— Aqui, senhor. E, desculpe ter o assustado antes. — Falo, e me retiro.

(...)

Eram exatamente onze da manhã. O homem loiro ainda não foi embora, já pediu três vezes pães de queijo. Agora estou atrás do balcão com Kate. Conversando sobre qual emprego vou usar para pagar o apartamento.

— Kate, não sei como irei pagar o apartamento. O síndico me deu uma semana para pagar, ele me odeia. — Falo, frustrada. Kate arregala os olhos, não entendo e olho para trás vendo o loiro com um sorriso de tirar o fôlego. Olho para Kate e ela não está mais lá.

— Hm, olá. Eu ouvi você dizer que precisa pagar o seu apartamento. — Assinto desconfiada. — Posso te dar um emprego, se quiser.

Olho desconfiada e analiso a situação. Eu realmente preciso de um emprego.

— Que tipo de emprego? — Pergunto, pode ser que ele queira que eu vire uma prostituta. Arregalo os olhos com isso, não posso virar prostituta.

— Não, não é isso que está pensando. — solta uma risada. — É para ser babá. Sim, tenho filho, quer dizer filhos, são dois.

— Babá? Ok, eu já trabalhei com isso, não vejo problema. Mas, como irei confiar em você? E dois? Como assim? — Ele arregalou os olhos e solta uma gargalhada, chamando atenção dos outros clientes.

— Sim, dois, são um casal. Blair e Bryan. E você pode confiar, moro no condomínio a frente, não vejo problema para desconfiar de mim. — Falou, olhando o relógio em seu pulso. — Quer o emprego?

Pensando bem não, é algo tão ruim de lidar, são apenas crianças. Aliás, amo crianças. Suspiro e respondo:

— Sim. Quando começo? — Pergunto, ele disse hoje. Ok não esperava por isso. — Me deixa falar com o Aaron e já volto.

Saio e vou até o escritório encontrando Aaron. Entro sem bater e ele se assusta, solto uma risada.

— Já arrumei um novo emprego. Então, eu já vou, foi ótimo trabalhar com você. — Falo e o abraço, saio, pego minha bolsa e vou até onde o Loiro se encontra.

— Vamos? — Assinto e entro no condomínio de luxo. Andamos mais um pouco e ele abre a porta, entrei logo atrás dele, ouço som de risadas. Entramos em uma sala super grande, ali tinha três homens e duas crianças de aproximadamente cinco anos.

— Ainda não sei seu nome. — Ele me olha e bate a mão na testa.

— Oh! Verdade. Chamo-me Justin.

— Lorena. Eles são seus filhos? — Ele assente.

— O Bryan não fala desde que nasceu, não o force a falar. — Falou me olhando, assinto. — Blair é mais calma, ou não.

— Tudo bem. Posso fazer uma pergunta?

— Sim.

— Cadê sua esposa? — Pergunto. Vejo-o ficar desconfortável. Justin olha para o chão. — Desculpe se não quiser responder tudo bem, entendo.

Justin assentiu e se virou para eles novamente. Não haviam notado nossa presença ali ainda.

— Crianças. — Justin chamou a atenção deles, e dos três homens. — Essa é Lorena, a babá.

A BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora