11. A Vida Não É Justa

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THERESA

Já faz dois dias desde o acontecimento de Draco e nós não trocamos uma palavra se quer. Mas tudo bem, já estou acostumada a ser renegada como prima.

Agora estou na aula de Poções, sentada ao lado de Mione enquanto Day faz dupla com Neville, que só para não perder o costume, acaba de derreter um caldeirão. Mione sai correndo para ajudar e eu vou atrás para não ficar sozinha. Quando me aproximo, o garoto se encolhe.

- Eu fiz alguma coisa? - pergunto sem entender.

Day chega ao meu lado e sussurra em meu ouvido.

- Não é segredo que você é filha de Rodolfo e Belatriz Lestrange, The. - diz preocupada e olha de soslaio para Neville. - Olha, dê um tempo pra ele, não deve ser fácil ver todos os dias a filha do casal que deixou os pais dele loucos no St. Mungus.

Abaixo a cabeça. Por um momento, me sinto triste, afinal, não tenho culpa do que meus pais fizeram, mas posso entender o lado dele, pois se fosse eu, iria querer matá-lo por vingança.

- Ah... - é o que digo. Penso em ir embora, para não piorar a situação, mas penso também em como é injusto ser culpada por algo que eu não fiz. Logo uma onda de revolta me invade e olho com raiva para Neville. - Escuta aqui, seu medroso, eu não tenho culpa do que os Lestrange fizeram, OK? Eu fui criada pelos Malfoy, então sou mais Theresa Malfoy do que Theresa Lestrange, e sei que isso não muda muita coisa, mas eu sinto muito por você, seus pais, sua avó... Por toda sua família. Sei que é doloroso pra você me ver todos os dias durante as aulas, na Sala Comunal, nas refeições... Mas acredite, dói em mim também ter que suportar um peso que não é meu.

Neville se encolhe mais ainda e eu me sinto mal por ter soltado tanta coisa em cima do garoto, mas as vezes não da mais pra segurar aquilo que se vem guardando há muito tempo. E eu já venho guardando isso a quatro anos. São quatro anos aguentando as pessoas me olharem estranho, terem medo de mim como se a assassina louca fosse eu, não minha mãe. Foi necessário entregar Draco, meu primo, meu melhor amigo no universo desde que nos entendermos por gente, para poder conquistar a confiança de Harry, Rony e Hermione. Quando será que as pessoas vão entender que os filhos nunca são culpados pelos erros dos pais? Eu não sou Belatriz, não sou Rodolfo, sou Theresa. Eu não matei nem torturei ninguém, só sabia comer, cagar e dormir na época desses acontecimentos. Não tenho culpa de ter os pais que tenho, eu não os escolhi.

- Senhorita Lestrange, saia da sala. - ouço a voz do professor Snape. Me viro para ele com raiva.

- O que você disse? - o olho no fundo dos olhos tentando repassar toda a raiva que sinto e esconder como estava quebrada por dentro, pois não quero ser fraca e chorar.

- Primeiro, não sou "você", senhorita Lestrange. - frio e eu respiro fundo. - Segundo, avise Minerva que tem uma detenção comigo.

- OK. Seja feita sua vontade, Snape. - digo debochada.

- Menos cinco pontos para Grifinória por ter me chamado de Snape. Não sou "você" nem "Snape", sou Professor Snape. Ah, e menos cinco pontos pelo deboche. - o vejo tentar esconder um sorriso. - Espero que fazer sua casa perder pontos a ensine a ter respeito. Assim que avisar Minerva, me espere na sala do professor Dumbledore.

- O senhor de acaba de perder o posto de meu professor favorito, professor Snape. E esse posto agora será assumido pelo professor Lupin, que nem está mais aqui, porém continua em meu coração. Licença.

Saio da sala batendo o pé e vou até a sala da professora Minerva. Ele demora um pouco para me atender.

- A senhora está ocupada? - pergunto com vergonha.

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⏰ Última atualização: May 03, 2017 ⏰

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