Alana

58 15 23
                                    


A minha cabeça doía. As minhas costas? Bom, essas eu ainda nem sabia se teriam salvação. Tentei abrir os olhos, mas me arrependi. Uma luz branca me cegou. Tentei novamente e, dessa vez, deixei a luz atingir minha retina.

O céu estava azul, bem azul. Algumas poucas nuvens dançavam naquela imensidão.

Ainda com um pouco de dor e um pouco de dificuldade, me levantei. Olhei em volta e me senti confusa. Onde eu estava? Que lugar era aquele? Comecei a girar sem sair do lugar e, na terceira vez em que fiz isso, quando fui mudar o passo, ouvi um click.

— Seja bem-vinda, senhorita Alana Mitchell.

— Aaah! — Pulei com o susto que havia levado.

Na minha frente, eu via uma tela e nela, havia uma mulher de azul. Olhei para baixo e, percebi que a tela saia de um minúsculo controle de dois botões.

— Onde eu estou? — Perguntei olhando em volta.

— Reta final. — A mulher falava com calma e com firmeza ao mesmo tempo.

— Por que eu estou aqui?

— Confesso que estava ansiosa por essa pergunta. Você foi convocada.

— Convocada para quê?

— Para lutar e sobreviver. É basicamente isso que os jovens convocados fazem: eles lutam para sobreviver. Você terá que procurar a saída e, eu garanto, não será fácil.

— Eu tenho que lutar contra o quê? E de que saída estamos falando?

— A favor. Você terá que lutar a favor de sua vida. Lutará para encontrar a saída e, sobreviver.

— E se eu não conseguir?

— Então terá que se acostumar a essa nova realidade. Você terá 30 minutos. E se em 30 minutos você não conseguir, todas as saídas existentes aqui, serão extintas.

Em uma noite eu estava indo dormir em minha cama e agora, estou nesse lugar maluco. Maravilha!

— Eu não tenho relógio. — Essa foi a única coisa que eu consegui dizer.

— Ao seu lado tem uma sacola. Você terá que pagar apenas três coisas.

Olhei para o lado e vi a tal sacola.

— Acho melhor se apressar. Já se passaram cinco minutos. O tempo está passando. Tic-tac!

Logo a imagem se desligou e, a tela sumiu.

Peguei o pequeno controle, corri para a sacola e, virei tudo o que tinha lá dentro, no chão. Um pequeno relógio antigo, uma corda, um canivete, uma câmera e um outro tipo de faca, essa, porém, era mais grande e, tinha a ponta mais inclinada. Havia também, papel e caneta. Eu não sabia o que pegar. Não fazia ideia do que iria precisar.

— Será que o controle conta? — Perguntei, mas não sabia se era para mim mesma ou para a mulher que falara comigo há pouco. — Ah, que se dane!

Peguei o relógio e vi que marcava 9:35h. A mulher havia dito que tinham se passado 5 minutos, então tudo isso começou às 9:30h. Percebi que sem relógio eu não conseguiria.

— OK, o relógio eu vou levar. O que mais, o que mais?... — rasguei a manga da minha blusa por dentro e coloquei o canivete lá. — Isso! Só mais uma coisa... — peguei a câmera e a liguei. — Pronto.

Me levantei e comecei a caminhar. Em qual direção ir? Eu não fazia ideia. Resolvi seguir em linha reta, já que não havia muitas opções ali. Em seguida, liguei a câmera.

Reta FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora