Agnes

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Aquilo só podia ser brincadeira, porque sonho, não era. Como é que eu tinha ido parar dentro daquele jogo estúpido?

Como naquele jogo idiota, o cenário não mudava e eu possuía um canivete, uma corda de 10 metros e um isqueiro.

Eu estava caminhando há pelo menos 15 minutos e nada. A única coisa diferente foi a criatura bizarra que aparecera poucos minutos atrás. Eu me assustei, é claro. Ela era esquisita. Mas eu notei que havia algo mais nela. Ela não estava me atacando, e, quando eu fui para cima dela com o canivete, ela recuou e eu toquei em algum tipo de barreira.

Eu só me perguntava porque estava ali. Porque eu? E o que era aquilo tudo? Qual o objetivo de me colocar ali dentro? E como aquilo era possível?

Eram tantas perguntas... eu as repetia em minha cabeça à medida que andava. Estava irritada por que eu não saia daquele lugar. Por que não havia para onde ir. Eu parecia andar em círculos.

Onde será que estavam os outros dois jogadores? Essa era a pergunta da vez.

Foi como num passe de mágica, uma porta apareceu. Eu entrei por ela e sai no mesmo lugar em que estivera antes. A diferença foi que agora haviam mais duas pessoas e uma delas eu conhecia.

— Jerome! — Falei e fui na direção deles.

— Agnes? — Ele pareceu confuso quando me viu. — Como você...? Ah, esquece. Nem eu sei como eu vim parar aqui.

— Quem é o seu amigo? — Olhei para o outro garoto.

— Ele não é meu amigo. E eu não sei. — Jerome se virou para o garoto. — Qual seu nome?

— Josh.

— Agnes — apontei para Jerome. — Jerome. — Cocei a nuca. — Nunca vi você no colégio.

— Eu sou do outro lado.

— Ah... — Franzi a testa. — Você recebeu o jogo? Pensei que o seu lado não seria sorteado. Não me leve a mal.

Ele balançou a cabeça, como se entendesse perfeitamente.

— Eu também achei.

— Vamos parar com isso? A gente precisa sair daqui logo — falou Jerome, impaciente.

— Certo. Você tem razão — Josh concordou.

— Alias, vocês sabem como entramos aqui e porque estamos aqui? — Eu não pude evitar perguntar.

Jerome e Josh balançaram a cabeça.

— Ainda estou tentando entender tudo isso.

— Não me espanta. — Jerome fez cara de deboche. — Você achou que estivéssemos em um sonho.

— Achou? — Balancei a cabeça, confusa. — Quer saber, eu acho que devemos tentar sair daqui. E logo. — Virei-me para Jerome e apontei para o seu relógio. — Quanto tempo ainda temos?

Ele consultou o relógio.

— Exatamente 11 minutos.

— Não é muito tempo — constatou Josh.

— Se vocês parassem de enrolar...

— Está bem. Vamos lá. — Interrompi Jerome. — Vocês sabem como é a saída? Se é uma porta? Se temos que apertar algum botão...? Qualquer coisa que seja.

— É mais provável que seja uma porta, não?

Jerome balançou a cabeça.

— A saída pode ser qualquer coisa. Eles não no deram informação nenhuma. Isso não é justo!

Reta FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora