Gênero: Ficção Histórica
A raça humana quase foi extinta após a terceira guerra mundial. Para garantir que outra batalha não acontecesse, as pessoas passaram a fazer uso de um medicamento que bloqueia os sentimentos. Com isso, a raça humana viveu so...
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No documento aparecem imagens gravadas por uma das equipes de soldados do lado de fora da colônia. Parece ser a transmissão de alguma missão de rotina do exército. Eles estavam com aparelhos detectores de radiação no ar e exploravam a floresta. Aquilo era algo inédito para aqueles dois cidadãos. Nunca haviam visto como era do lado de fora do domo. Nunca sentiram a fragrância da natureza, nunca estiveram ao ar livre. Aqueles dois professores se animaram com o que estavam vendo, até que em um momento, os homens retiraram os capacetes com máscaras filtrantes. Eles continuaram a missão respirando o ar de lá de fora sem problemas. Os rostos deles estavam borrados para proteger as identidades. Um bando de aves passou voando pelo canto do vídeo e barulhos de esquilos podiam ser ouvidos de longe.
— Veja só, não existe radiação! É tudo uma mentira! – comentou friamente Carlos.
— Mas por que eles iriam esconder isso de nós?
— Já parou para pensar que uma utopia é na verdade algo impossível?
— Mas o sistema socialista em que vivemos é tão perfeito"...
— Parece que não é tão perfeito agora. – Natasha tenta aceitar a verdade cuspida em seu rosto.
Ela argumenta:
— Isso pode ser montagem... É uma explicação razoável!
— Por tudo que eu passei não acredito nisso...
Aquele vídeo fora gravado alguns anos antes e Natasha se assustou ao reconhecer a corrente de um deles. Havia um pingente de estrela pendurado junto à identificação do soldado. Aquele pingente fora dado de presente ao seu marido muito tempo atrás.
— Eu sabia! O meu Sasha está vivo! É o meu marido no vídeo!
— Como? Tem certeza disso?
— Absoluta!
A filha dela desce as escadas e pergunta:
— Mãe aconteceu alguma coisa? Escutei barulhos mais altos...
Carlos desligou a televisão rapidamente.
— Não minha filha. Volte para o seu quarto! - ordenou.
— Que bom. Adeus professor Carlos! - acenou para ele.
— Boa noite Mila!
Depois que a menina sai da sala, o espanhol diz:
— Me desculpe por ter insistido para assistir o vídeo. Eu não sabia que...
— Tudo bem. Na verdade foi esclarecedor. Você não sabe o quanto é ruim viver na indecisão por tanto tempo. Sem ter uma resposta concreta do que aconteceu com quem você ama.
— Na verdade sei como é... - pensa.
— Eu preciso ir agora. Agradeço pela sua hospitalidade!
