Capítulo 12 - Final

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Enquanto isso, Carlos passou por alguns exames simples de coordenação e matemática básica para ser liberado da solitária

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Enquanto isso, Carlos passou por alguns exames simples de coordenação e matemática básica para ser liberado da solitária. Ele já havia recobrado seus conhecimentos fundamentais. A sua cabeça doía um pouco e o corpo estava com os nervos tensos. Foi-lhe dada outra identidade, com o nome de Alonso Ramires. Nada sobre Carlos Santiago constava nos arquivos do banco de dados. Ele fora apagado completamente do sistema, como tantos outros que se rebelaram contra o governo.

Valentina ordenou para Yuri:

— Fique com ele por perto até que esteja pronto para trabalhar. Não tire os olhos dele!

— Entendido!

Yuri trouxe uma farda para que o espanhol se trocasse e ficava repetindo o nome Alonso para que ele se acostumasse.

Alonso fica mudo por um tempo e parece ainda estar distante da realidade. Observa tudo com atenção e ao mesmo tempo se distrai fácil. Aparentando uma criança pequena.

Yuri reclama com Arshavin, que odeia ficar de babá e o colega o convida para um jogo de cartas que está acontecendo em secreto na instalação. Yuri olha para Alonso, pensa um pouco e achando que não vai demorar muito tempo vai com o colega.

Existe um espaço na instalação subterrânea que não é vigiado por câmeras e é lá onde os funcionários fazem essas partidas rápidas quando não tem nada para ser feito.

Alonso sentia-se zonzo e sua cabeça doía muito. Ele olhou para os lados, tentando identificar onde estava mas tudo que conseguia ver era uma sala comum. O espanhol saiu do quarto depois de abrir a fechadura da porta com um pedaço de arame que partiu com a mão. Como ele estava fardado, ninguém o incomodou pelos corredores.

Carlos se lembrara do passeio dado por ali antes da lavagem cerebral e refez o caminho calmamente, a passos pesados e tortos. Ele entrou no quartinho onde os funcionários trocam de roupa e encontrou sua antiga vestimenta na cesta de lixo. Alonso não sabia o que tinha ali mas sentia que deveria procurar naquela camisa alguma pista. Ele passou a mão pela gola da camisa que estava usando antes e retirou um pedaço de papel e um micro chip de baixo da gola. No papel estava escrito "Carlos Santiago".

Carlos Santiago, Carlos, Santi... Minha mãe me chamava assim quando era pequeno...

Alonso repetiu algumas vezes esse nome e as suas sinapses voltaram a funcionar bem. Ele lembrou-se de que havia sido manipulado e que tudo era uma mentira. Recordava-se de ter sido arrastado até aquele local e de lutar para tentar se manter quem ele era. Suas memórias mais recentes estavam de volta. O espanhol olhou em volta e precisava fugir dali.

Eu estou dentro da clínica! - deu por si.

O que preciso fazer mesmo? - tentava se lembrar. — A sala de transmissão!

— Acho que passei por lá quando estava indo para...

Ele caminha esgueirando-se pelas paredes e se escondendo atrás das pilastras. Ao entrar na sala, acendeu a luz, inseriu o microchip no computador e uma tela holográfica foi projetada à sua frente. Com as palmas das mãos ele manipulava a interface e fazia de tudo, sem precisar de um mouse ou teclado.

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