Meu Primeiro Grande Amor

Capítulo Sete: Sozinha

-Então é por isso que eu sou alcoólatra –Desta vez eu não consigo aguentar, quando pisquei meus olhos foi o mesmo que abrir uma torneira, eu detesto chorar em público e demonstrar meus sentimentos para alguém mas dês dos meus 22 anos que não conto nada para ninguém, guardando estes sentimentos e lembranças para mim

-Eu estou sem palavras, e-eu –Percebo o tom de sua voz e ele gaguejando no final, pego minha bolça e me levanto furiosa, não deveria ter aberto a boca pra um estranho mesmo, como eu fui burra, eu não acredito, dou um chute furioso na porta do Mc Donald's, chega! Eu estou cansada disso! Das pessoas me odiarem assim, de ter amigos que me abandonara, ter filhos que me abandonaram, ter um marido que me espancava, viver na miséria porque não consigo controlar minha sede por bebida! Minha respiração está pesada e choro como um bebê com os pulmões queimando, não sei para onde ir, coloco as duas mãos na cabeça e começo a ficar sem controle da minha respiração, dou a volta no prédio do Mc Donald's e subo as escadas pequenas, fico no teto e o vento está muito forte daqui de cima, tento subir o murinho que tem ali em cima que serve para a decoração externa dali, achei que estava muito baixo até eu olhar para o chão! Fico bem próxima ao ponto de me jogar mas eu não tenho coragem! Por que eu não consigo?

-MEU DEUS! ALGUÉM PEGA ESSA MULHER! –escuto um tumulto de pessoas no chão olhando pra mim incrédulos

-PEGA A SUA VERGONHA NA CARA E SAI DAQUI –Gritei com dificuldade –Observei várias pessoas saindo do Mc Donald's e até pessoas que estavam passando pararam para ver meu assassinato! Estou ficando famosa, fecho meus olhos...

-Não pule! –Me viro cruzando os braços fitando Sthepan, minhas lágrimas começam a brotar em meus olhos

-Eu não aguento mais! –Minhas bochechas estão quentes e molhadas, o tempo está passando e minha coragem também

-Por que? –Tenta dizer da maneira mais calma possível mas posso ver ele mordendo a parte de dentro da boca e mexendo de mais suas mãos, queria poder sair daqui mas, não posso voltar atrás, quero dizer, não quero voltar atrás!

-Está difícil! Eu quero desistir disso tudo logo!

-Mas você não vai, se a vida não está fácil é porque vale a pena –Balanço a cabeça negativamente várias vezes, eu não quero! Não tenho mais nada a perder

Caminho à beira do telhado do Mc Donald's, o vento faz meus cabelos dançarem e meus dentes estão batendo, fico com o pensamento empreguinado de que não poderia fracassar agora, tento esvaziar minha mente, não imaginar meu corpo lá em baixo esparramado com meu sangue escorrendo aos pés dos curiosos, fecho meus olhos e conto até três...um....dois...três

Sinto meu corpo indo para trás mas sou puxada drasticamente, por um momento senti minha cintura quase ser arrancada, cai para trás junto com a pessoa com os braços enlaçados em minha barriga, respiro descontroladamente assustada olhando para frente, segundos inclino minha cabeça para ver quem havia me salvado, era Sthepan, nos abraçamos muito forte e ficamos assim por um tempo até que eu me desprendo dele e descido me levantar.

-Por que não me deixou simplesmente cair? –Pergunto gaguejando ainda assustada, eu nunca havia feito algo assim antes, eu estava tremendo muito

-Porquê de alguma forma estamos ligados agora –Diz ele me olhando ainda no mesmo lugar me olhando fixamente

-Eu...quero ir para casa, me leve para casa por favor –Minha voz soa quase como um sussurro, mas ignoro com tanto que ele me escute eu nem ligo, só quero ficar sozinha em casa. Durante a volta para minha casa, ficamos calados até que percebo sua inquietação para falar alguma coisa, assim que chegamos saímos do carro na mesma hora mas tento chegar em casa mais rápido ainda com vergonha do que eu fiz como quando minha mãe me pegava aprontando, abro a porta mas me viro para Sthepan

-Você só se mete em confusão Ella –Diz ele se apoiando com o braço esquerdo no batente da porta com seus olhos penetrantes

-Só, se afasta dessa bagunça que é meu mundo

-Gosto de conhecer coisas novas

Fico calada, não tenho muito o que dizer, ficamos ali parados por um bom tempo sem dizer nada um pro outro, canso disso e penso em entrar

-Espera, tem um arranhão na sua bochecha –Logo que ele diz isso levo minhas mãos as bochechas tentando ver se está sangrando

-Se cuida Ella –Diz ele indo até seu carro mas ele grita bem alto –TENTA NÃO SE MATAR! TEM MUITAS COISAS PARA SE FAZER AO MEU LADO ANTES DE MORRER!

Entro dentro de casa batendo a porta na cara dele, espio no olho mágico para ver se ele ainda estava em frente ao meu quintal, não, ele havia ido embora. Que cara loco.