Capítulo Vinte e Três

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Manuella Narrando

Quando vi Fernando, meu ex, entrando no baile não entendi nada. Eu e Sophia ficamos encarando enquanto ele se encaminhava pro bar com Guto e Beatriz. Felipe, que estava conversando com uns amigos, percebeu que estávamos estáticas olhando pra baixo e chegou perto pra entender o que acontecia.

- O que vocês tanto olham? - Felipe perguntou atrás de mim

- Tá vendo aquele menino ali? De blusa vermelha ao lado da Beatriz. - ele assentiu - Então, ele é meu ex. Eu o peguei transando com a minha melhor amiga e foi um dos motivos de eu ter largado tudo em São Paulo e vindo pra cá.

- Tá, mas o que que tem? - Felipe continuava sem entender

- A mãe dele teve um câncer e veio pro Rio tratar uns meses atrás, mas faleceu e ele voltou pra São Paulo pra terminar a faculdade. O que ninguém aqui está entendendo é por que ele está com o GH e a Beatriz.

- Ah, como você disse, ele já esteve aqui né? Deve ter feito amizade com eles da última vez. Não fica quebrando a cabeça com isso não, deixa pra lá e vamos curtir - Sophia falou e eu acenei com a cabeça

- É, você deve estar certa. Vamos dançar, vem! - dei um beijo no Felipe e desci com a Soph pra curtir a noite.

Dançamos muito e em seguida passamos no bar pra beber mais, foi quando escutei o primeiro tiro.
As pessoas começaram a correr desesperadas e eu olhei pra área vip procurando o Felipe, ele estava descendo em minha direção e quando me alcançou segurou no meu braço e foi me carregando pro lado oposto ao que as pessoas estavam indo.

- O que houve? - eu gritava pra ele me escutar já que tinha muito barulho

- Os vermes estão invadindo, precisamos buscar as armas. - ele continuou me carregando e agora entendi que era pro quartinho onde deixávamos as armas

- E a Sophia? - perguntei desesperada e olhando em volta procurando-a

- O Coringa tá levando ela pra um lugar seguro, vai encontrar a gente daqui a pouco - ele falou e eu senti um alívio

Corremos pro quartinho e pegamos nossas armas. Descemos o morro e começamos a trocar tiro com os vermes. Eu, que estava bebada, com a adrenalina fiquei sóbria rapidinho. Começamos a ficar encurralados, os vermes subiam cada vez mais rápido e como estávamos despreparados, tínhamos pouca gente lutando junto.

Foi quando me lembrei, se eles nos emboscassem na parte de cima do morro já era! Não teríamos o que fazer.

- F5, gritei pra ele que estava num beco próximo

- O que foi, Lucy? - ele gritou de volta

- As entradas de cima do morro, se eles nos cercarem vai dar merda - falei enquanto atirava

- Puta que Pariu, eu esqueci disso - ele falou com certo desespero na voz

Mas já era tarde demais, quando resolvemos tomar uma atitude, os vermes que estavam subindo avançaram mais e quando corremos pro mato, próximo as entradas de cima, outros vermes saíram e nos emboscaram. Estávamos cercados.

Felipe chegou perto de mim e ficamos apontando as armas pros vermes que se aproximavam da gente.

- Olha só, parece que o dono e a patricinha estão encrencados não é mesmo? - um deles, imagino eu que o líder, falou e nos continuávamos com as armas apontadas pra eles - Sabe? Você é até bem gostosinha, Lucy. Ou será que devo te chamar de Manuella Sanchez Goz?

Eu não entendi nada, como ele sabia meu nome? Desde que entrei pro crime abandonei meu sobrenome, e por não ser conhecida antes ninguém sabia também.

- Bom, hoje eu estou afim de fazer uma boa ação então vou deixar você ir, F5. Mas você, Manuella, vem comigo. Tenho uma surpresinha pra você. - o velho nojento falou e começou a rir - Joguem as armas no chão e ninguém vai se ferir.

- Você tá louco achando que vamos abaixar as armas e que vai levar a Lucy sem guerra - Felipe falou trincando os dentes de ódio

- Bom, vocês tem duas opções... nesse momento meus homens estão no esconderijo da sua irmãzinha, Manuella. Ela e seu cunhadinho, Coringa, têm armas apontadas pra cabeça deles e se vocês não quiserem deixar o sobrinho de vocês órfão, é melhor abaixarem as armas e você vir comigo, Manuella.

O velho pegou um telefone do bolso e deslizou pelo chão até perto de mim e do Felipe. Foi quando vimos o vídeo: Coringa e Sophia amarrados e com fitas na boca. A Sophia chorava enquanto os vermes apontavam armas na cabeça dos dois e faziam ameaças.

- F5, temos que nos entregar. Por eles. Vai ficar tudo bem - falei olhando pro Felipe e implorei pra ele jogar a arma no chão. Ele o fez.

Jogamos nossas armas no chão e soldados do verme nos imobilizaram. Fui amarrada e foram me conduzindo pra um carro.

- Espera, deixa eu falar com o F5. Quero me despedir. - falei implorando

- Ai, tudo bem. Hoje eu estou muito gente boa mesmo - ele disse e me conduziram pra mais perto do Felipe

- Eu amo você, vai ficar tudo bem. Eu sei que você vai me encontrar e me tirar dessa - disse e dei um beijo nele

- Eu vou te encontrar nem que tenha que ir no inferno. Vou te trazer pra casa. Eu te amo - uma lágrima solitária caiu do meu olho e fui conduzida pro carro.

Assim que entrei, o motorista arrancou e vi o Felipe sendo solto, quando virou pra ir embora deram um tiro nele. Eu gritei e logo em seguida meu corpo começou a ficar mole, aplicaram um sedativo em mim. A última coisa que vi foi meu Felipe caindo de joelhos... e então tudo ficou preto.

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⏰ Última atualização: Apr 23, 2020 ⏰

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O Herdeiro da RocinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora