Presa a Você

Assustado

~~Dean~~

Isso não está acontecendo! Vestindo minha boxes, volto-me para Emma, que encolhida na cama parece tão pequenina, tão assustada.

– Por favor, diga que nós não nos casamos.

Merda! Não era aquilo o que queria dizer, não daquela forma pelo menos. Dando de ombros ela retira sua aliança para inspecioná-la. Em seguida, faz uma careta como se estivesse enjoada e corre para o banheiro.

Emma Adams estava vomitando apenas pelo fato de estar casada comigo. Essa doeu!

A encontro debruçada sobre o vaso, me aproximo e seguro seu cabelo até que ela termine. Pegando uma toalha a molho e entrego a ela, em seguida deixo o banheiro, fechando a porta.

Respirando fundo me sento na cama e deixo que as lembranças me inundem.

Os cassinos,

O casamento,

O hotel...

O barulho da água sessa e alguns minutos depois ela volta para o quarto, com seu cabelo ainda pingando, usando um robe um tanto colado e curto demais, fazendo com que eu imediatamente fique "feliz". Emma havia restaurado minha definição de felicidade instantânea. O pior é que ela nem ao menos parece perceber o poder que tem sobre mim.
Bufando, levanto e vou para o banheiro, acho que ambos precisamos de um pouco de espaço.
Mesmo depois de um banho frio a imagem dela feliz em seu vestido esvoaçante não sai de minha mente.
Um tanto irritado, deixo o banheiro para encontrá-la aparentemente também irritada, tentando fechar seu vestido. Deixo-me distrair por alguns segundos recordando-me do quão linda ela fica sempre que se aborrece com algo e inconscientemente faz bico.

– Deixe-me ajudá-la com isso. – digo, limpando a garganta. E é o que faço de fato, a ajudo, ignorando as faíscas e o calor que sinto quando nossas peles se tocam ou como ela suspira e se afasta. Ela as sente também, sei que sim.

– Não vou machucá-la Em.

É estranho estar perto dela sem ter de ser sarcástico ou um filho da mãe. Emma é uma garota brilhante, não merece um cara como eu, não merece ser arrastada para uma vida miserável como a minha e é por isso que venho mantendo distância desde que Andrew a pedira em casamento, é por essa e muitas outras merdas que eu luto diariamente para mostrar a ela o quão fudido realmente sou. Embora, confesso que seja difícil ignorar o quanto ela luta para acreditar no pior sobre mim. Vendo uma história, um personagem e Emma avidamente os compra.

Me desvencilhando de meus pensamentos, percebo a maneira com a qual ela me olha e não posso evitar um sorriso. É quase impossível estar perto dela e não a olhar da mesma forma.
Percebendo que eu a peguei olhando ela cora e se vira para procurar algo.

– Está em cima da poltrona - mulheres e suas bolsas.

Parecendo frustrada ela caminha até a cadeira e pega o objeto para inspecioná-lo.

– Emma?

– Sim?

– Eu me lembro.

– O que exatamente você quer dizer com isso?

– Me lembro de... –porque era tão difícil dizer? – Me lembro de ter feito amor com você - confesso, deixando minha voz morrer no final. Não importa o quanto eu lute para me manter afastado, parece que todas as circunstâncias em nossas vidas nos atraem, nos unem, como imãs...e acabo por me perguntar se talvez, só talvez nós pudéssemos...

Sua gargalhada me traz de volta ao cômodo e estilhaça qualquer vestígio de esperança que sondava minha mente. Seu riso é frio e sem vida e ela até mesmo tem algumas lágrimas escorrendo de seus olhos. Eu esperava qualquer outro tipo de reação, menos aquela. Nada nunca parecera tão desesperado, tão triste.