Presa a Você

Nós podemos fazer isso!

~~Emma~~

Sinto as lágrimas e o desespero que veio com elas enquanto ambos me sufocam. Um bebê! O que diabos eu faria com um bebê?

Era como se o chão sob meus pés tivesse cedido.

Dean anda pela sala, passando as mãos pelo cabelo como se fosse arrancá-lo a qualquer momento. Olhá-lo ainda é doloroso demais.

– Eu vou matar aquele filho da puta!

– Desculpe? – falo, sem entender.

– Andrew! – por alguns segundos, seus olhos azuis cheios de acusação me encaram como se eu fosse louca ou estupida por perguntar, então ele volta a andar pelo quarto, parecendo perturbado – Como ele se atreve?!!

– Dean, não estou entend...

– Eu sabia! Ele planejado tudo isso...

– Dean?

– Meu Deus Emma, um bebê!

– Dean!

Ele finalmente para e volta a me olhar. Posso ver o quão tenso ele está pela forma pesada com que respira.

– Do que está falando? – pergunto, suspirando.

Mais uma vez ele me dá aquele olhar, o olhar "Você bateu com a cabeça ou algo assim?" e engolindo em seco, responde:

– Vou matá-lo. Andrew Price será um homem morto pela manhã... – seus olhos caem para o chão. Dean parece derrotado, como se o peso do mundo estivesse sobre seus ombros e eu continuo o observando, sem entender.
Um silêncio estranho se instala no cômodo muito branco, muito desprovido de qualquer calor. Minha cabeça ainda roda. Um bebê...

Dean leva os olhos para mim e pelo o que parecem anos o mundo para. Com os olhos marejados o garoto problema sussurra para mim: – Como pode Emma? Como pode fazer isso?

O que diabos ele queria dizer com...

É quando finalmente entendo e começo a chorar. Dean Hunt acredita que Andrew é o pai deste bebê e Deus sabe o quanto eu queria que isso fosse verdade.

– Você – admito, limpando as lágrimas que borram minha visão. Acho que nos últimos meses chorei o bastante para toda uma vida.

Assisto enquanto ele junta as peças em sua cabeça e o entendimento cai sobre ele.

– Você é o pai.

– Mas...

– Nunca estive com outro homem Dean.

Enquanto ele desaba na poltrona ao meu lado, fecho meus olhos e finalmente sinto a realidade. Estou esperando um filho de Dean Hunt. Não, não era suficiente apenas casar com ele...

...

Está calor, um calor bom e reconfortante, não quero abrir os olhos e voltar para o pesadelo em que minha vida havia se tornado.

– Emma...

Ah não!

Abro os olhos para encontrar a causa do calor.

Dean se agarra a mim, sua mão esquerda descansando em minha barriga. A cena é como um soco no estômago, tento afastá-lo, mas ele apenas resmunga algo e me puxa ainda mais perto. Nem em um bilhão de anos eu esperaria por algo assim vindo do garoto deitado ao meu lado. O garoto que insiste em me machucar desde o momento em que pôs seus olhos em mim, mas que também me fez amá-lo mesmo em meio a toda a dor.