Love shouldn't be enough?

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Vejam vídeo da mídia e ouçam a música!

ALERTA!
essa fic trata de homofobia na sua raiz mais crua e pode conter gatilhos e conteúdos pesados para algumas pessoas. Por favor, se estiver se sentindo desconfortável ou por algum motivo algo aqui não fizer bem, não prossiga a leitura.

Você não está sozinhx!

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O azul dos olhos dele se perdia em meio a suas lágrimas que corriam incansavelmente. Não se importava com todas aquelas pessoas ao seu redor, não ligava que o vissem chorar, não se importava com nada daquilo.
Sua dor era grande demais para caber apenas em seu peito.

A simpática mulher de cabelos loiros não se afastava muito dele. Ao contrário, recebia as pessoas que chegavam com um olhar de lamento e voltava para ver se ele estava bem. Ela sabia que não, assim como ela.

As demais pessoas o olhavam com pena, algumas davam sorrisos forçados e tristes, todas querendo lhe passar conforto, mas no fundo sabiam que era em vão. Não tinha o que o reconfortasse naquele momento.

Castiel sentia-se destruído, arruinado, sem chão. Não sabia o que fazer quando saísse dali, não sabia como agir, não sabia pra onde ir. Estava perdido.

Castiel sentia raiva, tristeza, ódio, tudo junto.

Queria sair dali e ir atrás dos responsáveis por aquilo. Mas não adiantaria, tinham fugido.
Queria abraçar Mary e dizer que tudo ficaria bem. Mas não sabia ao certo se ficaria.
Queria ir até Sam e dizer que poderia contar com ele caso precisasse de algo, mas não sabia se teria como dar suporte a alguém no estado em que se encontrava.
Queria sair correndo dali e ir pra sua casa, deitar e ficar ali, encolhido e esperando a dor passar. Onde acabaria adormecendo e por ora esqueceria todo aquele tormento.
Mas ir pra casa seria pior. Encarar o vazio seria pior.

Por que tinha que ser assim? Por que o mundo tinha que ser assim? Por que as pessoas eram assim? Cruéis, intolerantes e egoístas?

O que havia de errado em amar? Onde estava o pecado no amor? Qual era a diferença de se amar um homem ou uma mulher, no fundo não era tudo amor? O que amar alguém do mesmo gênero interfere na sua vida? Se Deus é o pai de todos, por que um homossexual seria diferente de você? Por que a vida de alguém vale menos por sua orientação sexual?

Aquilo era revoltante!

Por que?? Essa era uma pergunta incessante na sua cabeça.

Seus olhos se encheram ainda mais ao se lembrar dele. Olhos verdes, cabelos loiros, sorriso encantador, covinhas e um jeito extremamente protetor de ser. Dean Winchester. O rapaz que trabalhava na oficina mecânica da rua de cima de sua casa e tinha um jeito meio bruto e rústico de ser pra quem via de fora. O dono do maior coração que já conhecera. Que não se importava com dinheiro ou classe social, muito menos pro gênero de quem lhe acompanhava, desde que lhe fizesse bem. Dean Winchester, o homem que fizera Castiel cair de amores. O mesmo que lhe recebia de manhã com um sorriso, lhe chamando de sunshine e lhe esperando com um café quente. O mesmo que não sabia se expressar e poucas vezes tinha dito um "eu te amo", mas Castiel sabia disso e não precisava ouvir pra saber. Dean Winchester estava... morto.

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