Capítulo 4 - Eu te encontrei, Yoongi.

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Olá todo mundo! ^^
Eu só gostaria de dizer que esse cap acabou ficando um pouco pesado — pelo menos eu acho isso —, então quero avisá-los que terá uma pequena dose de violência, okay? E que, claro, sou contra qualquer tipo de assédio.

  — x — 

  

Estava perdido.

Tudo bem, ele admitia.

Admitir é algo difícil, principalmente se o seu próprio orgulho é grande, briga contigo e ainda faz questão de aumentar o tom daquela vozinha chata chamada consciência, que começa a tagarelar dentro da sua cabeça, dizendo o quão idiota você foi por tomar uma decisão precipitada. O nosso cérebro sempre dá um jeito de mostrar, na maioria das vezes, como fomos babacas em determinada situação. Naquele momento, não só seu cérebro arrumava formas de se matar sem sentir dor, como suas pernas arrumavam formas de doer cada vez mais, porque era impossível que um membro de seu corpo pudesse doer tanto como elas doíam agora.

Era em momentos como aquele em que se via na maior decisão de sua vida: ou começava a fazer algum tipo de exercício físico, ou comprava um carro e tirava logo sua carteira de motorista.

E é claro que a segunda opção era a melhor.

O único problema é que uma carteira de motorista custa vários rins e outros órgãos.

Yoongi demorou um bom tempo para finalmente admitir de que estava perdido, pois até, pelo menos, duas esquinas atrás, ele sabia por onde estava andando.

Ou ele achava que soubesse.

Seu senso geográfico não era muito bom — para não dizer horrível ou pior do que o GPS do Google que te leva a lugares que não existem de verdade, mas lá nos dados do Google sim —, e duvidava que pelo menos cinco por cento da população mundial realmente tivesse um senso geográfico bom. É muito difícil guardar caminhos quando se mora em uma cidade grande — ou se a pessoa não é acostumada a sair muito de casa, o que de fato Yoongi não fazia —, e Seoul era considerada uma cidade muito grande. Na verdade, Seoul era "muito" muitas coisas, e ter esquinas e mais esquinas estavam completamente encaixados nesse "muito".

Ele estava sem telefone, não sabia que horas eram; não tinha como se comunicar e, para ajudar, estava mais perdido que calcinha em lua de mel — ou seja, estava totalmente e exclusivamente: fodido, acabado, arruinado, derrotado, ferrado, encrencado e todos os outros sinônimos existentes nesse mundo para a palavra fodido. Nunca achou que encontraria rua mais deserta que o próprio deserto naquela cidade tão iluminada e cheia de gente, vinte e quatro horas por dia. Mas havia uma primeira vez para tudo no mundo e, definitivamente, aquela era a sua primeira vez visitando um bairro tão desconhecido para si. Era como se tivesse entrado em uma realidade paralela por um portal assim que virou a esquina, ou tivesse viajado para uma cidade vizinha sem perceber, porque sofria de alguma doença rara de esquecimento.

Estava tudo tão quieto e silencioso que se ele se concentrasse bastante, poderia ouvir o som dos planetas girando — mesmo que a física explique que no vácuo o som não se propaga. Mas ele não estava ali para provar nenhuma lei física, ele estava perdido e precisava muito de uma ajuda naquele momento.

E ele nem sabia o porquê diabos estava pensando em física num momento como aquele. Talvez o fato de estar desesperado para que alguma ajuda divina descesse do céu naquele exato instante, se comparasse ao desespero e a necessidade de ajuda divina que buscava quando estava fazendo alguma prova de física.

Era bem possível que fosse isso mesmo.

Não tinha ninguém andando em lugar nenhum. Quando achava que virando a próxima esquina encontraria um pouco mais de "civilização", achava completamente errado e voltava a estaca zero ao se deparar com o completo nada há alguns metros de distância. Se encontrasse uma alma penada ou um espírito, agradeceria aos céus, pois não estaria tão sozinho quanto imaginava estar.

Noir | yoonseok |Onde histórias criam vida. Descubra agora