Capítulo 1

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Encontrar Alice foi uma coisa muito estranha e boa . Sim Boa. Eu gosto de sua companhia. Ela não fala muito sobre aquele dia, eu não insisto. Ela não sai de casa, pois tem medo. Eu trabalho três vezes na semana na lanchonete do posto da chegada da cidade.

- Juliana você vai querer suco?- pergunta ela da cozinha. Faz duas semanas que ela está comigo.

- Não, obrigada.

- Vai sair hoje?- pergunta voltando pra sala, onde estamos assistindo um filme.

- Talvez, porque? Quer sair?- pergunto um pouco esperançosa.

- Não, perguntei por perguntar.- fala olhando pra TV, continuo olhando pra ela, porque sei que não terminou.- Estou passando mal durante essa semana.

- Como assim?!- pergunto assustada, como ela passa mal e não me fala nada.

- Ando tonta e com muito enjoo pela manhã.

- E...?

- E que eu acho que estou grávida.

- Que?! Como assim grávida? - pergunto espantada.

- Fica calma, eu já estou procurando minha família e logo, logo vou embora. Só preciso que você compre um teste de gravidez pra mim, preciso tirar essa dúvida.- fala segurando minha mão e me olhando com aquele olhos cor de mel que passei a amar, seu toque me arrepia. Sim, eu gosto de mulheres. E sou assumida publicamente desde os meus quinze anos. Mas não disse a Juliana, nem sei se ela já percebeu, sempre fico sem jeito com ela por perto.

- Não precisa nem pedir, eu vou agora mesmo.- digo pegando as chaves do carro e o controle do portão em cima da estante da TV.

Vou na farmácia mais perto de casa, que fica umas seis quadra da minha casa. Compro logo uns dez teste de marcas diferentes.
Ao chegar em casa, entrego tudo a Juliana.
Ela se tranca no banheiro, fico uma pilha de nervos. Não sei nem porque estou tão agoniada com isso.
Depois de uns cinco minutos ela sai do banheiro, com uma cara de choro.

- E aí? O que deu?- pergunto segurando em seus ombros.

Ela não diz nada, apenas me abraça e chora, eu não digo nada só retribuo o abraço que ela me pede, me apertando a casa soluço seu.

- Fica calma, você vai fica bem.- digo passando as mãos em seus cabelos para que ela se acalme.

- O que vai... ser de mim? O que vou fazer com ...essa criança?- pergunta entre soluços.

- Vamos pensar nisso depois anjo, agora se acalme por favor.-  digo colocando ela sentada no sofá e indo até a cozinha e pegando um copo de água a ela.

- Preciso achar minha família, mas se eu voltar e ele ir atrás de mim de novo?-  pergunta com os olhos cheio de lágrimas.

- Ele quem? O cara que te mantinha presa? O pai de seu filho?- pergunto abaixando entre sua pernas e colocando seus cabelos atrás de suas orelhas, fazendo ela me olhar.

Mesmo fazendo isso, ela não responde. Me abraça e volta a chorar novamente. Parp de fazer essas perguntas a ela e fico lhe  confortando .

- Aconteça o que acontecer, eu sempre estarei contigo meu anjo!

- Obrigado Ju, eu não sei o que faria sem você. - diz voltando a me olhar, um olhar diferente. Mais intenso e carinho.

- Não precisa agradecer, faço isso porque eu gosto de você.

Ela não fala mais nada, desvia os olhos dos meus. Saio do chão e sento ao seu lado, e trago ela pra deitar em meu ombro, ela vem de bom agrado.

Passando alguns dias Alice começa a se soltar mais, estava saindo: indo a padaria da esquina debaixo sozinha, indo ao supermercado a três quadras daqui de casa. Comprei mais roupa para ela, as minhas não à serve mais.

- Juliana você não pode ficar comprando roupas pra mim, assim você acaba gastando todo seu dinheiro comigo .- diz fazendo beicinho.

Eu e Alice nos aproximamos muito, mas mesmo assim eu não falei nada sobre meu gosto sexual. Entre nós rolam olhares desejosos, toques calorosos, mas apenas isso. Nunca tomei iniciativa, eu nem sei se ela gosta disso ou ela não sabe ainda o que é e senti.

- Larga de bobagem anjo, eu disse que cuidaria de você e desse bebê, não disse?  Então, por favor...

- ok, me desculpa. Eu só acho que você deveria comprar pra você também e não só para mim. - diz rindo.

- Ah sua ingrata...- falo derrubando ela em cima do tapete da sala e fazendo cócegas nela. Ponto fraco dela, uma coisa que descobrir recentemente.

- Não... Para... Por... Favor !!!

- Então pedi desculpa, anjo!- falo parando, ela nega e eu continuo.

- Está Bem, está Bem!-  fala rápido.

- Estou esperando.- continuo por cima dela, respirando fundo e me olha. Seu olhar fica entre meus olhos e no meus lábios.

- É... Er...- gagueja ainda me olhando.

- Meu Deus! Eu só estou brincando.- falo saindo de cima dela e me sentando no sofá- Que tal da gente ir na pizzaria ali de cima?

- A Não, prefiro ficar aqui e jantar em casa, você pode ir se quiser.- diz se levantando e indo pra cozinha.

- Ei, claro que não. Eu convidei você pra ir, se você não vai eu não vou.

- Não precisa ficar dentro de casa só porque eu não saio, você pode continua sua vida. Afinal, eu que sou a penetra aqui!- diz rindo pelo nariz, sem graça.

-  Pode ir parando por aí, poxa Alice eu não estou reclamando. Eu gosto de você aqui comigo, gosto da sua companhia anjo!- digo colocando ela contra a pia, minha mãos em cada lado de sua cintura.

- Eu também gosto de você Ju, gosto muito!- ela me abraça apertado, estou vendo que não será nada fácil ficar perto dela aqui dentro de casa.

Minha filha, meu anjo.Onde histórias criam vida. Descubra agora