Já faz dois meses que estou morando com Juliana, depois da gravidez ela pega cada vez mais no meu pé. Eu poderia procurar minha família e voltar para casa, mas lá seria o primeiro lugar que aquele ser imundo me procuraria. E sinceramente eu estou gostando de ficar aqui, com a Juliana. Eu não sei o que está acontecendo comigo, sinto coisas perto dela. Queria muito descobrir, conversar com ela para ver se esse sentimento é recíproco ou só coisa da minha cabeça, mas quando estou com ela eu me perco em sua voz e vontade de beija-lá me domina, junto todo meu auto controle e não faço o que tenho em mente.- E aí, já está pronto?- Ju pergunta sentando em cima da mesa e me olhando.
- Está quase apressadinha! - digo rindo.
Depois do almoço, assistimos qualquer filme que ela escolheu, que na maioria das vezes eu não aprovava muito, acabava com eu escolhendo outro. Meus desejos são poucos e raros, mas mesmo assim tenho algum. Juliana realiza cada um sem reclamar, acho até engraçado como ela tem tanta paciência comigo, se fosse eu já me irritaria com um ser que tem desejos hilários durante a noite.
As semanas foram se passando rápido demais, bom para mim passou rápido. Parece que foi ontem que descobri que estava grávida, hoje eu já estou com uma barriga enorme. A engraçadinha da Juliana só me chama de Minha gordinha, me irrita esse apelido, mas sempre acabamos brincando com isso. Estou grávida de uma menina, fiquei muito feliz. Nunca pensei que escolher nome era uma coisa difícil, mas é muito!
Juliana trocou seu turno da noite pelo da manhã. Ela saiu bem atrasada hoje e não deu tempo dela ir ao supermercado comprar algo pro café da manhã, apenas deixou o dinheiro para mim ir comprar o necessário, nada pesado só o básico.
O supermercado fica a umas quatro quadra daqui da casa, fui no ritmo de uma lesma, essa barrigona não me deixa da longos passos.
Dentro do supermercado pego o que eu preciso, com uma impressão enorme de ser observada me incomoda muito. Procuro mas não acho nada e nem ninguém, isso me deixa com muito medo.
Volto pra casa o mais rápido que eu posso, assim que entro portão adentro tranco tudo e vou até a cozinha guardando tudo e voltando pra sala a procura do meu celular, preciso falar com Juliana estou com muito medo.
No quarto toque ela atende, com a voz baixa quase sussurrando.- Oi anjo, aconteceu alguma coisa?- pergunta preocupada.
- Oi Ju, eu precisava falar com você, estou com medo.- falo baixo também.
- Medo do que? Alguém esteve aí?- pergunta com a voz aflita.
- Não, não vejo ninguém aqui. Mas eu senti algo me observando no supermercado e no caminho pra casa. E se for ele Juliana, e se ele descobriu onde eu estou, e te machucar ou machucar nossa filha?!- digo já chorando- Juliana eu estou com medo!!
- Calma, ninguém vai pegar vocês eu não vou deixar!- diz firme - Agora se acalme, tome um banho e me espera estou chegando.
- Não, você não pode largar seu serviço por minha causa, acabará sendo despedida.
- Que seja, eu não vou deixar você é nossa filha sozinhas.- diz rápido, com certeza já está saindo de lá.
- Você disse, nossa filha?- pergunto emocionada.
- Sim, ela é nosso filha sim! Vai tomar banho que já estou chegando aí anjo.
- Está bem, já estou indo. Venha devagar, estarei de esperando. Beijos!- digo já finalizando a ligação.
Como ela me pediu tomei um banho bem demorado. Depois de alguns minutos saio do box me enrolando numa toalha, e vou pro quarto a procura de uma roupa. Quando ela está separada em cima da cama ouço a porta do quarto sendo aberta, e Juliana entrar por ela me olhando e sorrindo de lado.
- Oi anjo, melhorou?- pergunta me dando um beijo na testa. Um gesto carinhoso, porém caloroso, ao menos da minha parte.
- Sim estou mais melhor , acabei de tomar um banho.
- Já tomou café? - pergunta me olhando.
- Não deu tempo ainda.
- Então termina de se arrumar, que eu vou lá na cozinha preparar algo pra você. - diz já saindo do quarto.
Uma coisa que eu não queria que acontecesse, mas aconteceu; é que estou completamente apaixonada pela pela Juliana, a mulher que mais me ajudou, que cuida de mim, me trata como uma melhor amiga, e eu vou me apaixono por ela, sei que isso vai colocar nossa amizade em risco, mas eu não aguento mais, preciso falar com ela o que eu sinto.
Saio do quarto, vou até a cozinha onde ela está fazendo algo no fogão, a mesa já tem algumas coisas, me sento e fico olhando ela que ainda está com o uniforme da lanchonete.- Eles deixaram você vim, ou eles nem viram você saindo Ju?- pergunto assim que ela se senta na mesa ficando de frente pra mim.
- Eu não ia deixar você aqui sozinha passando mal, com medo e chorando.- diz dando de ombros.
- E se eles te demitirem? A culpa vai ser toda minha!- digo segurando sua mão por cima da mesa e com os olhos cheio de lágrimas, malditos hormônios.
- Ei anjo, não!- fala dando a volta na mesa e sentando ao meu lado e me abraçando.- A culpa não é sua, eu saí porque eu quis, se eu for demitida eu consigo emprego rapidinho, tenho uns amigos que já me ofereceram aqui perto. Então fica calma, olha pra mim.- levanta meu queixo fazendo eu olhar pra ela.
Nesse momento o mundo para, não consigo presta atenção em mais nada só na linda boca de Juliana, não consigo me controlar e encosto nossos lábios de leve. Ela fica tensa, mas depois relaxa pegando em minha nuca e me beija de verdade, explorando minha boca com sua língua, meu pulmão queima por falta de ar, mas não quero parar o beijo, está muito maravilhoso. Depois de alguns minutos assim, ela para o beijo com alguns selinhos. Junta nossas testa e ficamos uma rindo pra outra, igual duas bobas apaixonadas, pois é assim que me sinto.
- Eu te amo Alice.- meu coração dispara com isso.
- Eu também te amo Juliana.- digo voltando a beija-lá.
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Minha filha, meu anjo.
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